Na segunda metade do século XX, a Igreja no Brasil e na América Latina vivia um novo tempo, sob o sopro do Espírito Santo, com a abertura de novas perspectivas teológicas e pastorais, a partir da aplicação das medidas e decisões do Concílio Vaticano II (1962-1965).
Há 70 anos, em 1952, se deu a criação da CNBB e depois, em 1954, a criação da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Outro elemento marcante foi a realização das Conferências Episcopais a partir do Rio de Janeiro, que marcou a criação do CELAM (1955), Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e por fim, Aparecida (2007).
De todos os católicos do mundo, ainda que se constate o fenômeno de evasão para as seitas, igrejas evangélicas ou aqueles que se declaram sem igreja ou sem religião, 43% estão aqui no continente da América Latina e Caribe.
O episcopado Latino Americano, por sua vez, organizado em 22 Conferências Episcopais, representa a maior parte do episcopado mundial e a CNBB já é a maior do mundo em termos numéricos com cerca de 275 Circunscrições Eclesiásticas.
Leia MaisMissa no Santuário celebra 15 anos da Conferência de AparecidaExposição e Terço celebram os 15 anos da Conferência de AparecidaA Conferência de Aparecida
Quinze anos após a última Conferência, realizada em Santo Domingo, a expectativa era muito grande para a V Conferência, em Aparecida, e os trabalhos de preparação começaram com mais de um ano de antecedência. O encontro teve como tema central: "Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele todos os povos tenham vida”.
A Conferência de Aparecida se apresentou com um grande desafio: Retomar a caminhada pastoral da Igreja latino-americana e caribenha, recuperando sua identidade diante dos novos desafios apresentados pelas transformações sociorreligiosas que estavam ocorrendo, chegando a ser uma verdadeira "mudança de modelos ou de época".
O evento não se restringiu à Igreja do continente, tendo uma forte abertura para a Igreja Católica Universal, pela participação de bispos de outros países como dos Estados Unidos, Canadá, Portugal e Espanha. Eles foram convidados porque estes países estão diretamente relacionados com a América Latina.
Nos trabalhos da Conferência, cerca de 162 bispos da América Latina, do Brasil e da Europa estiveram participando dos trabalhos que aconteceram durante todo o mês de maio, com as atividades encerradas no dia 31. O Brasil teve a maior representação, com 22 delegados que participaram dos debates e deliberações do encontro.
Para a realização da V Conferência, o Santuário Nacional organizou uma grande infraestrutura de serviços, com o envolvimento de outros organismos e instituições devido à presença do Papa Bento XVI na abertura.
Além dos bispos delegados, sendo 78 convidados, havia 13 especialistas, 16 representantes dos religiosos e religiosas, 4 diáconos permanentes, 5 representantes de movimentos, 24 presbíteros e 16 leigos. Mais de 3 mil jornalistas, em decorrência da presença do papa, fizeram a cobertura do evento, onde se destaca a ação da Rede Aparecida de Comunicação. A TV Aparecida tinha menos de dois anos de existência quando o evento aconteceu.
Como observadores, estiveram presentes representantes do continente Asiático e Africano, além de outros países da Europa. Por essa representação, percebe-se que a V Conferência não dizia respeito apenas à Igreja continental, mas à toda Igreja Católica, marcando profundamente a sua história.
O Documento Final
No último dia da V Conferência, foi apresentado o Documento Final, intitulado “Documento de Aparecida”, que, depois de aprovado, concluiu a Conferência Geral do Episcopado da América Latina e Caribe. Em sua redação, teve uma marca forte a ação do então cardeal de Buenos Aires, Argentina, Jorge Mario Bergoglio, futuro Papa Francisco.
No Capítulo 2, o documento se serve da expertise de especialistas para fazer uma profunda análise da realidade de nosso continente, que incide profundamente sobre a ação pastoral e missionária da Igreja. Por isso, sua proposição principal é a Missão Continental.
Essa escolha merece ser destacada, pois, há uns 30 anos, pouco se falava em missão da Igreja. Na mentalidade popular, os missionários eram entendidos como os padres, os religiosos e as religiosas que vinham da Europa ou da América do Norte para reforçar o quadro de membros das Igrejas locais. Ou então se compreendia a partir da realidade dos pregadores das “Santas Missões”.
A Conferência decidiu voltar ao método largamente usado em Medellín e Puebla, com o esquema ver-julgar-agir da Ação católica, marcando uma insistência muito forte nessa continuidade, que se manifesta, sobretudo, em dois temas fundamentais: a opção pelos pobres e as Comunidades Eclesiais de Base.
Os melhores capítulos do Documento Final são os capítulos 7 e 8, sobre a missão. Aí se acham as afirmações mais fortes, propondo a conversão pastoral de nossas comunidades, passando de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Esta mudança deve atingir todas as instituições da Igreja.
Em suma, a conclusão mais forte do Documento Final é a necessidade de se buscar uma Nova Evangelização, e não somente uma re-evangelização.
O Documento de Aparecida, 15 anos depois, continua extremamente atual. Várias de suas afirmações fundamentam documentos produzidos pelo Papa Francisco, e devem continuar motivando e animando a vida e a missão da Igreja Latino-Americana e Caribenha.
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