EVANGELHO – Mt 12, 46-50
“Jesus ainda estava falando à multidão, quando sua mãe e seus irmãos, que ficaram de fora, procuravam falar-lhe. Alguém lhe disse: 'Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo'. Respondeu Jesus a quem lhe trouxe a notícia: 'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?' E, apontando para os discípulos, acrescentou: 'Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe'”.
REFLEXÃO
A humanidade como uma família só!
É um pouco delicado tentar explanar este assunto, pois existem várias maneiras de interpretação sobre tal perícope. Jesus, em um momento de raiva e de mágoa, estaria rejeitando e humilhando a sua família? Ou estaria brigado com sua mãe e com sua parentela?
A resposta deve ser dada com muita cautela. O que sabemos, por certo, é que a família de Jesus estava muito preocupada com as suas andanças e com as ameaças de morte que Ele vinha sofrendo. Em Mc 3, 32; Lc 8, 20 e em Jo 7, 5, percebemos que havia algum tipo de discordância entre Jesus e a sua família. Isso é evidente!
O discipulado também ganha um espaço muito amplo nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Por isso, o que temos aqui, é o apelo de Jesus ao seguimento. Aqueles que acreditam são a família humana unida.
Não se sabe se esse fato realmente aconteceu, mas podemos afirmar com certeza que Jesus não era nenhum ingrato com a sua mãe nem com seus familiares. Por isso, devemos ler essa passagem com os olhos simbólicos do evangelista!
Mas, e nós? Consideramo-nos irmãos uns dos outros? Falta muito para que cheguemos a uma família concreta de discípulos. Mas estamos a caminho, isso é o que realmente importa! Será tão lindo quando todos os cristãos pararem de se matar dentro das igrejas, templos e santuários e concentrarem toda a sua força na luta contra a morte das pessoas!
Um padre, certa vez, num encontro dos líderes de uma comunidade (que brigavam e reverberavam frases grosseiras), disse: “Pessoal! Enquanto nos matamos aqui dentro, milhares morrem abandonados lá fora!”. Essa é a dica: usemos o espaço de nossas igrejas para pensar em artifícios contra os males, não para alimentar guerras e mortes! Que Maria, a mãe que sofria no coração as dores e perseguições que faziam a seu Filho, seja o exemplo de fidelidade para as nossas comunidades!
Irmã Ana Gabriela nos fala sobre a Vontade de Deus em nossa vida
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