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A Bíblia é um conjunto de escritos inspirados, compilados em diversos séculos, e considerados sagrados por grandes religiões monoteístas.
A palavra Bíblia: Na antiga Fenícia, havia uma cidade portuária chamada Biblos (βύβλος). Lá, produzia-se uma planta que, depois de bem preparada, era usada para receber a escrita: o papiro.
As coleções de escritos em papiro de Biblos eram chamadas de rolos ou “livros”. Por isso, Bíblia (βιβλία – palavra grega no plural) é um conjunto de rolos ou livros de papiros que formam uma pequena biblioteca em um só lugar.
A Bíblia, nos seus textos originais, não possuía divisão de capítulos nem de versículos.
Entre 1227 e 1228, um teólogo da Inglaterra, Professor Stephen Langton, bispo de Cantuária, fez o trabalho metódico e complicado de dividir a Bíblia inteira em capítulos.
Somente em 1551, um tipógrafo francês chamado Robert d'Etiénne conseguiu dividir a Bíblia toda em versículos.
Robert baseou-se nos esforços de estudiosos judeus, conhecidos como massoretas, que já haviam esboçado uma divisão em versículos do Antigo Testamento nos séculos IX e X.
• A maioria dos livros do Antigo Testamento foi escrita em hebraico.
• Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego, assim como alguns livros do Antigo Testamento, tais como: Sabedoria, Tobias, Judite, I e II Macabeus, Eclesiástico, Baruc, trechos de Daniel e partes de Ester.
• Porções de alguns livros do Antigo Testamento foram redigidas em aramaico, tais como: Esdras (4,8 – 6, 18 e 7, 12-26), Daniel (2, 4 – 7, 28) e Jeremias (10, 11).
• Devido a alguns testemunhos antigos (Pápias de Hierápolis e Ireneu de Lyon), acredita-se que Mateus tenha escrito o Evangelho na língua aramaica.
• A Tradição também sustenta que o livro de Tobias teria sido escrito em aramaico.
Hoje, entretanto, essas teses são praticamente rejeitadas pela maioria dos estudiosos bíblicos.
As mais conhecidas são:
Septuaginta: uma tradução da Bíblia Hebraica para a língua grega, feita por estudiosos judeus no Egito, entre os séculos III e II a.C., contendo os primeiros escritos do Antigo Testamento.
Vulgata: uma tradução do grego e do hebraico para o latim, língua oficial do Império Romano, feita por São Jerônimo entre 380-420 d.C.
Gótica: o godo Ulfilas traduziu a Bíblia para a sua língua materna, o gótico, no Século IV d.C.
Armênia: Segundo a Tradição, São Mesrob, um apaixonado linguista, traduziu a Bíblia para o armênio, dentro do mosteiro em que vivia, no Século V.
• Muito cedo, também, apareceram as traduções copta, latina (Vetus Latina), siríaca (Peshitta), etíope e georgiana.
• Hoje, a Bíblia é o conjunto de livros mais traduzido em toda a História, ultrapassando o número de mil idiomas.
João 19,19
"E Pilatos escreveu também um título,
e o colocou sobre a cruz; e nele estava escrito:
JESUS NAZARENO,
O REI DOS JUDEUS."
Os cinco primeiros livros da Bíblia recebem o nome de Pentateuco.
Em grego, essa palavra significa 'cinco rolos', afinal, a escrita era feita em papiros.
Ao prender um papiro no outro, a folha se tornava muito comprida, tendo de enrolá-la para que fosse guardada e lida nas cerimônias ou nos estudos dos escribas e sacerdotes letrados.
Os primeiros cinco rolos escritos em hebraico (TORAH) foram traduzidos para o termo grego PENTATEUCO.
A história da criação, dos patriarcas, de Moisés e do Povo Eleito no Egito e no Deserto e de diversas tradições recolhidas ao longo da história e de variadas culturas dá vida aos cinco primeiros livros canônicos da Bíblia.
Palavra grega GHÈNESIS que significa “Origem”, do hebraico “BERESHIT”. O livro do Gênesis, assim como todos os outros quatro livros do Pentateuco, foi atribuído à autoria de Moisés pela tradição. Hoje, depois de estudos apurados, inclinamos a dizer que este livro é uma compilação de tradições milenares. Textos arcaicos, com tradições antiquíssimas, foram reunidos no período do Exílio e do Pós-Exílio (596-400 a.C.). Sacerdotes e pessoas influentes foram lapidando as tradições orais existentes, dando vida ao primeiro livro da Bíblia. Possui 50 capítulos.
Palavra grega ÈXODOS que significa “Saída”, do hebraico “SHEMOT”. Novamente, deparamo-nos com uma compilação de tradições antigas, recebendo seu acabamento no período em que os israelitas voltaram do cativeiro da Babilônia, a partir do ano 539 a.C. Seus autores também faziam parte dos escritores influentes, sacerdotes e escribas, da sociedade judaica que se refazia após o cativeiro. Conta a história da fuga do povo hebreu, que era escravo no Egito, e de sua travessia no deserto rumo à Terra Prometida. Possui 40 capítulos.
Palavra grega LEVITIKÒN, que significa “As coisas dos Levitas”, do hebraico “VAYIKRÁ”. Novamente, falamos de um livro que foi sendo redigido ao longo dos séculos, tendo sua conclusão no período persa, entre 539-530 a.C. Os redatores são sempre os influentes da sociedade, especialmente os sacerdotes preocupados com as leis do puro e do impuro. Possui 27 capítulos.
Palavra que veio do Latim “NUMERI”, traduzida do grego “ARITHMOI”, correspondente a “BAMIDBAR”, do hebraico, cujo significado é "a contagem, a numeração". Este livro, que tem a forma de um censo de Israel, também seguiu a mesma lógica de redação dos outros livros do Pentateuco, sendo constituído de vários textos de fontes diversas, e tendo sua conclusão ainda no período persa do Pós-Exílio. Possui 36 capítulos.
Palavra grega DEUTERONÒMIO cujo significado é “Segunda Lei”, do hebraico “DEVĀRĪM”. Livro provavelmente redigido no século VIII a.C., na época do rei Josias, pela casta dos levitas. Percebe-se que alguns textos foram acrescentados ao livro no período persa do Pós-Exílio. Apesar de todos esses livros falarem de Moisés ou das atividades do profeta, é tido como certo que ele não escreveu nenhum desses livros, ainda que a inspiração dos redatores tenha vindo dele. Possui 34 capítulos.
Os dezesseis livros que vêm após o Pentateuco são chamados de Históricos.
Não se trata de História rigorosa e científica, mas de relatos extraídos da cultura oral e das diversas fontes escritas de diferentes épocas.
Depois da morte de Moisés no deserto, o Povo Eleito segue rumo à Terra Prometida, sob os comandos de Josué.
Dali em diante, leremos os acontecimentos da entrada do Povo na Terra, expulsando os antigos moradores.
Saberemos também como os governos foram se sucedendo, sob os juízes, sob os reis, sob os dominadores estrangeiros e sob a retomada do poder de Israel, na época dos Macabeus.
Em hebraico SHOFTIM. O livro conta a história dos juízes que começaram a governar a incipiente nação de Israel. Figuras de homens e mulheres carismáticos, que possuíam grande poder de convencimento perante a população. O livro dos Juízes é uma miscelânea de tradições tribais antigas que foi compilada no período do cativeiro de Israel na Babilônia (596-539). Possui 21 capítulos.
Em hebraico RUTH. Também presente no cânon da bíblia hebraica, Rute é um texto interessante que versa sobre casamentos mistos, lei do levirato (casamento com o cunhado) e a lei das respigas (cultura campesina sobre deixar um pouco da plantação aos pobres). Mesmo que o livro venha datado no tempo dos juízes, ele deve ter sido escrito em Judá, na época do Pós-Exílio (539-400). Possui 04 capítulos.
Em hebraico SHMUEL. Pertencentes à tradição deuteronomista, os dois livros de Samuel foram escritos em um longo período, entre 630 e 540 a.C. São textos que falam sobre os profetas na época dos reis em Israel, com ênfase na vida e na missão do profeta Samuel. As figuras dos reis Saul e Davi também são preponderantes neste primeiro livro. Possui 31 capítulos.
Também segue a mesma explanação do I Livro de Samuel. O rei Davi é o protagonista deste segundo livro, junto de Absalão. Na bíblia hebraica, os dois livros de Samuel são um só. Possui 24 capítulos.
Em hebraico M'LAKHIM. Assim como Samuel, os dois livros dos Reis são apenas um na Bíblia hebraica (TANAKH). Neste primeiro livro, também redigido no longo tempo desde o Rei Josias até o fim do Exílio, encontramos a história de Salomão e do profeta Elias, os dois grandes protagonistas deste primeiro livro. Possui 22 capítulos.
Com as mesmas explicações de I Reis, este livro tem como protagonistas o profeta Eliseu e o Rei Josias, além de diversos outros reis, como Jeú, Joás, Acaz e Manassés. O livro se encerra com o cerco à cidade de Jerusalém feito pelos babilônios, onde se apresenta o rei Nabucodonosor. Possui 25 capítulos.
Em hebraico DIVREI HAYYAMIM. Os dois livros das Crônicas relatam a história da humanidade desde Adão até o Rei Persa Ciro, que libertou o povo de Israel do cativeiro na Babilônia. Escritos provavelmente entre 400 e 300 a.C., os dois livros fazem uma apanhado de diversos outros textos existentes. Possui 29 capítulos.
O segundo livro das Crônicas continua a contar a história do Povo Eleito, falando sobre os diversos reinados, sobre as invasões estrangeiras dos Assírios (Senaqueribe) e dos Babilônios (Nabucodonosor). Possui 36 capítulos.
Em hebraico EZRA. Escrito por volta dos anos 400 a.C., o Livro de Esdras conta os acontecimentos depois do retorno do cativeiro da Babilônia. Tem como personagens principais o sacerdote Esdras, que quer purificar Israel do pecado das uniões matrimoniais entre israelitas e estrangeiros; o rei Ciro e o rei Dario, governantes persas que derrotaram a Babilônia e incentivaram a construção do Templo em Jerusalém. Possui 10 capítulos.
Em hebraico NEḤEMYA. Na Tradição Judaica, os livros de Neemias e Esdras formam um só texto. Falando ainda sobre a história da volta do povo exilado da Babilônia e o recomeço da vida em Israel, Neemias é uma continuação do livro de Esdras. Neemias, governador da Judeia, é o protagonista deste livro que leva seu nome. Os dois livros das Crônicas possuem uma unidade literária e semântica com Esdras-Neemias, pensando ser um mesmo autor responsável por essas obras, conhecidas como Tradição Deuteronomista. Possui 13 capítulos.
Em grego TOBIT. Este livro não se encontra nas bíblias protestantes que seguem o cânon hebraico, pois é chamado de deuterocanônico (apócrifo que não está no Cânon Oficial da Bíblia Hebraica), mas foi assumido pela versão grega da Bíblia, a Septuaginta. Conta a história de famílias judaicas exiladas no estrangeiro, que nunca perderam a sua identidade. Amavam e obedeciam a um único Deus, mesmo que precisassem enfrentar demônios nos caminhos. Escrito por volta de 200 a.C., é uma novela que fala do seu contexto de forma velada, transportando os personagens para o passado. Possui 14 capítulos.
Em grego IOUDEITH. Outro livro deuterocanônico que se encontra somente no Cânon Católico, escrito na época dos Macabeus, no século II a.C. Conta a história de uma pobre viúva que se torna heroína ao matar o chefe do exército babilônico (que foi denominado erroneamente de assírio), Holofernes. Em Deus, até mesmo os mais fracos têm poder. Possui 16 capítulos.
Em hebraico MEGUILLAH ESTER. Escrito no tempo do reinado persa, por volta de 450 a.C. Conta-nos a história da hebreia Ester, que tenta convencer o poderoso rei persa Assuero a não aniquilar seu povo, conseguindo a punição dos inimigos que tramavam a destruição dos judeus. Possui 10 capítulos.
Em grego MAKKABÁION. Escrito por um judeu zeloso de sua cultura e de sua religião entre os anos 175 a 134 a.C., narra a história de uma família que se revolta contra a tentativa de helenização e destruição da identidade judaica feita pelo rei selêucida Antíoco IV Epífanes. Matatias e seus filhos comandam a revolta contra o dominador estrangeiro que profanou o Templo e a cultura judaica. Judas, Jônatas e Simão são os outros protagonistas do livro. Possui 16 capítulos.
Diferentemente do livro acima, II Macabeus foi escrito por outro autor em época diferente, entre 100 a 63 a.C. Tem preocupações diferentes das do primeiro livro. Fala mais sobre o Templo e sobre o poder sacerdotal do que sobre a revolta e os mártires da causa. Possui 15 capítulos.
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Por Redação, em Igreja