O Dia dos Pais é uma das datas do calendário de comemorações civis no Brasil. Vamos conhecer as origens desse dia, mas antes, refletiremos sobre os sentidos da paternidade.
Não podemos confundir a valorização da mulher e da maternidade com a relativização da figura paterna ou do descarte do lugar do pai. Esse é um grande erro que não podemos cometer.
Lamentavelmente, muitos homens não honraram e não honram a paternidade e muitas mulheres tiveram e têm que assumir sozinhas a criação dos filhos. No entanto, não podemos desqualificar a grande importância do pai na formação dos filhos. São muitos os pais responsáveis e dignos, que souberam e sabem zelar por tão magnifica missão. Eles merecem todas as homenagens e gratidão.
O Papa Francisco, na Audiência Geral de 28 de janeiro de 2015, refletindo sobre a paternidade, ressaltou:
"Gostaria de dizer a todas as comunidades cristãs que devemos estar mais atentos: a ausência da figura paterna da vida das crianças e dos jovens causa lacunas e feridas que podem até ser muito graves. Com efeito os desvios das crianças e dos adolescentes em grande parte podem estar relacionados com esta falta, com a carência de exemplos e de guias respeitáveis na sua vida de todos os dias, com a falta de proximidade, com a carência de amor por parte dos pais".
Leia MaisEducar: a força da presença dos pais
Se, por um lado, o Papa chamou atenção para os efeitos maléficos da ausência da paternidade, por outro indicou o quanto é essencial, bela, insubstituível a presença do pais na formação dos filhos.
Papa Francisco, na mesma audiência, esclareceu o conceito de “sociedade sem pais”, fruto da sociedade que passou de um extremo ao outro e que, sorrateiramente, esvaziou os sentidos da paternidade, confundindo propositalmente, a necessária libertação de comportamentos indevidos com a banalização do lugar e sentido de ser pai e de ter pai.
«Pai» é uma palavra que todos conhecem, é uma palavra universal. Ela indica uma relação fundamental, cuja realidade é antiga como a história do homem. Contudo, hoje chegou-se a afirmar que a nossa seria «uma sociedade sem pais».
Noutros termos, sobretudo na cultura ocidental, a figura do pai estaria simbolicamente ausente, esvaecida, removida. Num primeiro momento, isto foi sentido como uma libertação: libertação do pai-patrão, do pai como representante da lei que se impõe de fora, do pai como censor da felicidade dos filhos e impedimento à emancipação e à autonomia dos jovens.
Como surgiu, então, o Dia dos Pais? A data começou a ser comemorada no Brasil a partir do dia 16 de agosto de 1953. O motivo foi comercial. Sendo a maioria da população católica, o criador da homenagem, um publicitário de um jornal e de uma rádio em expansão ligou a comemoração ao dia de São Joaquim, Pai de Maria, Avô de Jesus, já que sabia que teria um grande público. Nesta época, o dia de São Joaquim era celebrado em 16 de agosto. Posteriormente, foi passado para o dia 20 de março e, depois, fixado pelo Papa Paulo VI em 26 de julho.
Apesar de sua origem comercial, o Dia dos Pais no Brasil é celebrado com afeto e gratidão por muitos que compreendem e valorizam a importância da presença paterna em nossa existência.
No entanto, desde 19 de junho de 1910, a comemoração já acontecia nos Estados Unidos. Neste caso a homenagem teve, sem dúvida, um sentido profundo e que, de fato, celebra a importância da figura paterna na vida dos filhos. Sonora Louis Dodd e seus irmãos ficaram órfãos de mãe e foi criada por seu pai, William Jackson Smart, assim como os seus irmãos, com muito afeto, cuidado e zelo. Um dia, no dia do aniversário de seu pai, 19 de junho, ela resolveu fazer uma homenagem pública e reuniu seus vizinhos e parentes de Spokane, sua cidade, para tornar pública sua gratidão ao pai. E foi assim que o belo gesto de Sonora ficou conhecido e se espalhou por todos os Estados Unidos, fazendo com que os pais fossem homenageados nesta data.
São José, o grande modelo de pai zeloso, seja a inspiração e o exemplo para que todos os homens assumam com intensidade a tão grandiosa missão de serem pais.
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