Este artigo é uma reflexão sobre um tema amplamente discutido nesta última década. Tema essencial para nossa vida: a água! Quem de nós não tem acompanhado os noticiários sobre as secas de rios e mananciais, o consumo exagerado desse bem, até mesmo de meios para punir o uso irresponsável, como, por exemplo, multa pelo seu desperdício, etc.?
Como cristãos devemos refletir e rever nossa postura em relação ao bem natural mais importante para nossa sobrevivência: a água. Alguém poderia perguntar: o que a Igreja tem a ver com essa questão?
A Igreja, enquanto sacramento de salvação, se destina à pessoa humana, que vive no mundo e que precisa dele, em sua realidade temporal e material. Isso mesmo, necessitamos de muitos recursos para viver. Portanto, como Igreja, precisamos enfrentar os desafios ambientais e sociais que a realidade nos apresenta e nos conscientizar sobre o uso da água para garantir que ela permaneça fonte de vida para todos.
Já no ano de 2004, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil nos apresentava a Campanha da Fraternidade sobre a água, cujo tema era 'Fraternidade e Água', e o lema: 'Água, fonte de vida'.
“ é urgente unirmos forças pela salvação desse recurso natural, ou seja, pela salvação da própria humanidade. A água é sagrada.”
Essa campanha tinha como objetivo geral “conscientizar a sociedade que a água é fonte da vida, uma necessidade de todos os seres vivos e um direito da pessoa humana, e mobilizá-la para que este direito à água com qualidade seja efetivado para as gerações presentes e futuras”. (cf. Texto-Base, CF 2004)
Dezoito anos depois, o tema permanece tão oportuno para nossa reflexão, pois se constatarmos a realidade milhões de pessoas não dispõem de condições de vida digna pela falta desse recurso natural. Enfim, é urgente unirmos forças pela salvação desse recurso natural, ou seja, pela salvação da própria humanidade. A água é sagrada.
Já nos ensinam as Sagradas Escrituras, no relato da Criação (cf. Gn 1-2), que o Espírito de Deus pairava sobre as águas e a partir daí a vida passou a existir. Bem sagrado que faz viver e que santifica. Na criação, Deus submeteu todas as suas criaturas ao cuidado da humanidade, que criada à sua imagem e semelhança é chamada a ser cocriadora, cuidando, utilizando, administrando corretamente os bens que Ele nos deu.
Mas, na prática, não é bem assim que funciona. O ser humano, movido pelos interesses gananciosos e egoístas, não tem feito bem à natureza. Basta olharmos a triste realidade de desmatamentos que prejudicam as fontes de água. Atualmente a escassez de água se deve também a essa triste realidade e isso atinge a todos, pobres e ricos. A população brasileira desperdiça até 45% de sua água, segundo informa a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O problema da escassez de água doce nos atinge diretamente, embora nosso país possua os biomas mais diversificados, com a riqueza e beleza da flora e da fauna. Mas aqui, além dos desmatamentos, da poluição, o grande vilão dessa crise é o desperdício. Somos nós os principais protagonistas dessas tragédias naturais.
“A ONU já alertou: se não houver mudanças de hábitos no curto prazo, até 2030, quase metade da população global terá problemas de abastecimento - sem contar as 768 milhões de pessoas que já não possuem acesso à água potável e podem ficar em situação ainda mais complicada.”
Devemos refletir seriamente, seres humanos e cristãos que somos sobre a urgência de nossa conversão em relação ao uso da água. Mudar a mentalidade e o nosso estilo de vida, partindo do princípio de corresponsabilidade no uso dos bens naturais, no uso da água. Embora seja muito importante, não basta somente rezar pedindo chuva.
É hora de sermos protagonistas de uma sociedade transformadora, empenhar nossos esforços na construção de um mundo mais justo e fraterno, de uma sociedade que se preocupa com o futuro da humanidade e do planeta e que torna realidade o sonho de Deus que tudo criou por amor, para a felicidade e para a vida.
O que você tem feito para colaborar no uso consciente e responsável da água? Há muitas possibilidades de contribuir, começando em casa.
check Verifique vazamentos em canos e não deixe torneiras pingando. Um gotejamento simples, pode gastar cerca de 45 litros de água por dia.
check Deixe pratos e talheres de molho antes de lavá-los.
check Aproveite a água da chuva para aguar as plantas e o jardim. As plantas absorvem mais água em horários quentes, então molhe-as de manhã cedo ou no fim do dia.
check Feche a torneira quando estiver escovando os dentes ou fazendo a barba. Só abra quando for usar. Uma torneira aberta por 5 minutos desperdiça 80 litros de água.
check Em vez da mangueira, use vassoura e balde para lavar pátios e quintais. Uma mangueira aberta por 30 minutos libera cerca de 560 litros de água.
check Reaproveite a água da sua máquina de lavar para lavar a calçada. Saber ler o hidrômetro é muito simples e pode ajudar a detectar problemas como vazamentos, percebidos pelo consumo fora do normal.
check Não tome banhos demorados, 5 minutos são suficientes. Uma ducha durante 15 minutos consome 135 litros de água.
check Antes de lavar pratos e panelas, limpe os restos de comida com uma escova ou esponja e jogue no lixo.
“A sociedade está empenhada numa séria reflexão, no Dia Mundial da Água, 22 de Março. Celebrado desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, no Rio de Janeiro. Desde então, as celebrações ao redor do mundo acontecem a partir de um tema anual, definido pela própria Organização, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos. Entre os temas já escolhidos para a data estão: água e energia, cooperação pela água, água e segurança alimentar, águas transfronteiriças, saneamento, água limpa para um mundo saudável, lidando com a escassez de água e água para as cidades: respondendo ao desafio urbano.”
Vamos acompanhar essas reflexões e rezar para que as medidas sejam realmente assumidas para o bem de toda humanidade. Vamos mover nossas comunidades e toda sociedade para essa reflexão e assumamos também nós, atitudes concretas e posturas coerentes que ajudem a cuidar e utilizar da água com amor, respeito e compromisso com a vida.
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