Igreja

Albertina e Isabel Cristina: histórias em comum

Escrito por Redação A12

29 OUT 2021 - 11H00 (Atualizada em 29 OUT 2021 - 11H14)

Reprodução

Tanto Albertina quanto Isabel Cristina foram vítimas de abusos cometidos por homens: ambas assassinadas, porém em épocas diferentes. As histórias mostram que, mesmo com o passar dos tempos, a maldade humana não mudou muito dependendo da situação, mas ao mesmo tempo, os dois fatos também revelam que a santidade é possível em qualquer época e está ao alcance de todos. Conheça a história dessas duas meninas a caminho dos altares.

Beata Albertina
Reprodução
Reprodução

Albertina Berkenbrock nasceu dia 11 de abril de 1919, no povoado de São Luís, município de Imaruí, no Estado de Santa Catarina, Brasil.

Era filha de um casal de agricultores - Henrique Berkenbrock e Josefa Boeing - fervorosos católicos oriundos de famílias alemãs. Com eles, Albertina aprendeu as verdades da fé, a rezar, a frequentar a igreja e a respeitar os mandamentos de Deus. Cultivou especial devoção à Virgem Maria e a São Luiz Gonzaga. Recitava diariamente o rosário com a família. Preparou-se com alegria para a Primeira Eucaristia, que recebeu no dia 16 de agosto de 1928.

Foi neste ambiente simples, belo e cristão de sua família que Albertina cresceu. Ajudava os pais nos trabalhos da roça e em casa. Era dócil, obediente, incansável, e paciente. Sua caridade era grande. Gostava de acompanhar as meninas mais pobres, de jogar com elas e, com elas, dividir o pão que trazia de casa para comer no intervalo das aulas. Teve especial caridade com os filhos do seu assassino, que trabalhava na casa do seu pai. Muitas vezes, Albertina deu de comer a ele e aos filhos pequenos, com os quais se entretinha alegremente.

Albertina, apesar de seus 12 anos, aparentava mais idade e tinha um corpo já bastante desenvolvido. Era alta e forte, acostumada ao sol e aos trabalhos da roça. Tinha cabelos louros, tendendo ao castanho, olhos verde-escuros. Era uma bonita moça. Tudo corria normalmente até que chegou o dia 15 de junho de 1931. Perdera-se um boi pelos pastos. Albertina saiu à procura, a pedido dos pais. De longe, Maneco Palhoça - ou Indalício Cipriano Martins, que planejava conquistar a menina para seus intentos eróticos, a avistou.

Albertina procurava o boi fugitivo. De repente, viu ao longe alguns chifres e correu naquela direção. Para sua surpresa, porém, encontrou perto deles Maneco carregando feijão na carroça. À pergunta de Albertina pelo boi desaparecido, o homem lhe deu uma pista falsa para encaminhá-la ao lugar onde poderia satisfazer seus desejos sem chamar atenção. Albertina seguiu a indicação de Maneco e embrenhou-se pela mata. 

Maneco lhe propôs seus intentos. Albertina, decidida, não aceitou. Começou então, a tentativa do assassino de se apossar de Albertina, mas ela não se deixou. A menina era forte. Aos pontapés, se defendeu, derrubou o assassino. A luta foi longa e terrível. Ela não cedeu. Maneco, derrotado moralmente pela menina, vingou-se, agarrou-a pelos cabelos e afundou o canivete no pescoço e a degolou. Seu corpo ficou manchado de sangue... Sua pureza e virgindade, porém, ficaram intactas. Aos 12 anos de idade, Albertina foi assassinada porque quis preservar a sua pureza espiritual e corporal e defender a dignidade da mulher por causa da fé e da fidelidade a Deus. E ela o fez heroicamente, como verdadeira mártir. O martírio e a consequente fama de santidade espalharam-se rapidamente.

Isabel Cristina

Reprodução
Reprodução

Isabel Cristina Campos foi assassinada em Juiz de Fora (MG), em 1982. Ela nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), filha de José Mendes Campos e Helena Murad Campos. Com o desejo de fazer Medicina, foi para Juiz de Fora se preparar em um curso pré-vestibular. Estudava, namorava, participava de festas, mas tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra para ajudar crianças carentes. Era sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina. Na época, seu pai era presidente do Conselho Central de Barbacena.

No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem que foi montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde se mudara com seu irmão, tentou violentá-la. Ao oferecer resistência, recebeu uma cadeirada na cabeça, foi amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas. Como continuou a resistir, foi morta sem piedade com 15 facadas. Um crime cruel que abalou a família e todos que tomaram conhecimento do caso.

A forma como foi morta, mas sobretudo como viveu, motivou um grupo de pessoas a entrar com o pedido do processo para sua beatificação. A solicitação foi aceita por Roma e, no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. A causa foi conduzida por um Tribunal Eclesiástico instituído por Dom Luciano, que durante oito anos colheu depoimentos de quase 60 pessoas, reunindo documentos, ouvindo testemunhos, permitindo assim formalizar o processo.

O fato de Isabel Cristina ter sido batizada e feito a Primeira Comunhão na Matriz da Piedade, pela ligação afetiva de seus pais com a paróquia, e sobretudo para facilitar a visitação, decidiu-se que seus restos mortais ficariam no Santuário da Piedade. O caixão de madeira com os restos mortais foi lacrado pelo Arcebispo Dom Geraldo, na presença do Postulador, e depois colocado num sarcófago de granito na Capela dos Passos. Também a caixa com toda a documentação foi lacrada e entregue ao sr. Agostini, portador delegado, que a entregou na Congregação para a Causa dos Santos. 

No dia 28 de outubro de 2020, Isabel teve o reconhecimento do Santo Padre Papa Francisco oficialmente com o Decreto de Martírio. Agora ela será proclamada beata, assim como Albertina, que teve o seu reconhecimento pela Igreja em 2007. 

Fonte: Vatican News/ Arquidiocese de Mariana/ Wikipédia

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Redação A12, em Igreja

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...