"Migrações sem tráfico de pessoas. Sim à liberdade. Não à escravidão".
Esse é o pedido do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico Humano, celebrado nesta quinta-feira, 08 de janeiro.
A data instituída em 2015, a pedido do Papa Francisco, focaliza o drama do tráfico de pessoas entre as populações itinerantes: os migrantes e refugiados.
Atualmente, mais de 65 milhões de mulheres, crianças e homens estão fugindo de conflitos, escapando das guerras ou procurando uma vida melhor, e desse número muitos estão sendo coagidos à exploração durante a sua viagem, e milhares estão morrendo no mar e em terra, nas mãos dos contrabandistas. Entre esses, um número imenso é de mulheres e crianças.
O tráfico de pessoas atinge 124 países e mais de 150 nacionalidades.
A violência e a exploração sofridas pelos migrantes que se põem em viagem sem ter um visto de entrada em outro país são frequentemente identificáveis como tráfico de pessoas. A vulnerabilidade causada por seu estado torna-os presa fácil da exploração sexual e trabalhista. Com frequência, migrantes e refugiados são constrangidos a trabalhar por muitas horas ao dia, ganhando pouquíssimo dinheiro, obrigados a estas condições para pagar o débito contraído. O custo do débito aumenta de acordo com a vontade dos traficantes, e são muitos os que sofrem ameaças e extorsões, quando não podem pagar. Muitos migrantes desaparecem durante o trajeto, vítimas do tráfico de órgãos.
No mundo globalizado, os fluxos migratórios aumentaram; a isto se contrapõem políticas migratórias sempre mais restritivas por parte de muitos países. Esta situação favorece a vulnerabilidade das populações migrantes, que se tornaram, em todo o mundo, um grupo de alto risco para o tráfico de pessoas, seja durante o transporte, nos países de trânsito, seja chegados ao destino.
A edição 2018 do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico Humano quer oferecer um alerta a essas condições inaceitáveis e fazer com que os cristãos acompanhem com a oração e atenção o compromisso dos governantes para essa realidade.
Um dos trabalhos das Nações Unidas, o Global Migration Compact, é um instrumento internacional com o qual os Chefes de Estado e dos Governos de todos os países-membros das Nações Unidas colocam no centro da sua agenda política o tema dos migrantes e dos refugiados, reconhecendo a necessidade de uma abordagem comum e coordenada da questão migratória. O tráfico de pessoas é um dos temas centrais deste debate.
Apelo do Papa
Na audiência geral nesta quarta-feira (07), Papa Francisco lançou um forte apelo contra o tráfico.
"Convido todos, cidadãos e instituições, a unir as forças para prevenir o tráfico e garantir proteção e assistência às vítimas. Rezemos para que o Senhor converta o coração dos traficantes - que palavra feia 'traficante de pessoa' - e dê esperança de reconquistar a liberdade a quem sofre por esta chaga vergonhosa", frisou o Papa.
A iniciativa deste Dia Mundial é coordenada pela União Internacional das Superioras e dos Superiores Gerais, junto a rede mundial da vida consagrada Talitha Kum, que luta contra o tráfico de pessoas.
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Este dia tem como modelo e intercessora, Santa Josefina Bakhita, que nasceu 1869 em Darfur, no Sudão. Ela foi sequestrada e vendida como escrava aos nove anos e carregou 144 cicatrizes físicas ao longo de sua vida.
:: Santa Bakhita: A santa da esperança cristã
Fonte: Preghiera Controtratta.
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