As atividades da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, que se realiza no Vaticano até dia 27 deste mês, não se restringem aos debates e palestras na Sala Sinodal.
Painéis de especialistas, mostras fotográficas, mesas-redondas e diversos outros eventos acontecem paralelamente e são promovidos pelas Conferências Episcopais dos países que compõem a região Pan-Amazônica, Ordens e Congregações religiosas e organizações ligadas à Igreja.
A Igreja de Santa Maria em Traspontina, localizada na Via della Conciliazione, a poucos metros do Vaticano, acolhe diversos destes eventos que evidenciam tradições indígenas da Amazônia com referências cristãs.
Na igreja, encontramos a missionária italiana da Congregação Missionárias da Imaculada, Irmã Laura, que mora em Manaus (AM) e faz parte da equipe itinerante. Ela explica que o grupo tem como finalidade alcançar os lugares e povos mais distantes.
Segundo Ir. Laura, as paróquias na Amazônia são tão grandes que os padres não conseguem chegar a todas as comunidades e a equipe itinerante quer ajudar a alcançar este locais.
“Temos oportunidade de viajar muito pela Amazônia e conseguimos conhecer muitas realidades diferentes. Nosso trabalho é ir aos mais distantes, aos mais esquecidos e tentar ajudar como pudemos. Entre esses povos mais esquecidos temos, com certeza, os povos indígenas”.
A missionária contou que a realização do Sínodo significa que a Igreja e o mundo inteiro estão olhando para essa realidade.
“Realidade muito sofrida, perseguida, abandonada pelo poder público. Às vezes a Igreja não consegue responder aos apelos dos povos indígenas e este sínodo é um momento de reflexão de como a Igreja pode se aproximar, entender esses povos e caminhar junto. A nossa expectativa, a esperança é de que isso aconteça e a Igreja saiba acolher o novo, novos caminhos. Que a Igreja tenha essa coragem de acolher o novo, os povos indígenas e aprender com eles”, acrescentou.
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Para quem convive com o desmatamento, a mineração e o extrativismo exercidos muitas vezes de forma ilegal e predatória na floresta amazônica como dona Amélia, que mora na comunidade de São José do Paricá, localizada no município de Maués, no interior do Amazonas, o Sínodo é um sinal de esperança e atenção para essas questões.
“É preciso conhecer nossa realidade para ter propriedade para falar. Só nós sabemos o que vivemos e passamos. Como o Papa Francisco abriu este espaço para os povos ribeirinhos, povos indígenas, acredito que isso seja da vontade de Deus que o tocou. Esperamos que o Sínodo toque o coração e alma das pessoas que querem o bem”.
Paula é uma jovem estudante de direito que mora na periferia de Manaus e que partilha em Roma um pouco da sua vivência e da luta das comunidades periféricas da cidade. “Viemos pedir respeito para nossas comunidades ribeirinhas, povos indígenas e da periferia. Estamos fazemos um apelo para a Igreja. Aqui no Sínodo queremos mostrar nossa realidade”.
:: Saiba mais sobre o Sínodo da Amazônia em A12.com/sinododaamazonia
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