Com um Decreto publicado em 03 de maio de 2018 pela Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, o Papa Francisco determinou a inscrição da Memória da “Bem-aventurada Virgem, Mãe da Igreja” no Calendário Romano Geral. Esta memória hoje é celebrada todos os anos na Segunda-feira depois de Pentecostes.
O motivo da celebração está brevemente descrito no Decreto "Ecclesia Mater": Favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos Pastores, nos religiosos e nos fiéis, como, também, da genuína piedade mariana.
Jesus nos deixou uma grande certeza. Ele disse que "onde duas ou mais pessoas se reúnem em Seu nome", para rezar, louvar, trabalhar pelo Reino de Deus, Ele mesmo se faz presente. Por isso, na Santa Missa, a presença de Jesus Ressuscitado é indubitável, afinal o Filho de Deus jamais poderia desonrar sua Palavra, que é Vida Plena.
A vida em comunidade, nesse sentido, é um dos tesouros mais ricos da Igreja Católica. A própria palavra grega “Ekklesia” (Igreja) significa comunidade reunida em louvor e oração!
Não é por acaso que a Igreja nasceu justamente em um momento de oração comunitária. Reunidos em um lugar fechado, escondidos por meio da perseguição, os Apóstolos, e com eles Maria, a mãe de Jesus, recebem a força do Espírito Santo. Este dia, chamado de Pentecostes, marca o nascimento da Igreja, comunidade de fé, de caridade e de oração!
E perceba o detalhe do texto bíblico: a mãe de Jesus estava com os apóstolos nesse dia. Ela, que viu nascer Jesus, viu também nascer a Igreja de seu Filho!
Desde o começo, Maria está junto com a comunidade. Ela vê crescer a obra de seu Filho e se projeta como uma figura especial no Cristianismo. Existem registros antiquíssimos de que os cristãos celebravam a memória de Maria já nos primeiros tempos da Igreja.
Ainda que chamar Maria como Mãe da Igreja remonte aos primeiros tempos da Igreja, foi mesmo no Concílio Vaticano II que esta denominação “Mãe da Igreja” alcançou sua definição teológica definitiva. No dia 21 de novembro de 1964, o Papa São Paulo VI assim se expressou durante os trabalhos conciliares:
“Maria é Mãe da Igreja, isto é, Mãe de todo o povo Cristão, tanto dos fiéis como dos pastores”.
Na Constituição Apostólica Lumen Gentium (Luz dos Povos), o Concílio reserva espaço especial para mostrar a maternidade espiritual e efetiva de Maria na vida da Igreja e do Povo de Deus.
Assim, lemos nesse documento no número 53:
“Como Mãe da Igreja, Maria zela para que seus filhos mantenham a unidade da fé...”
“A Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus, e por isso filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo.
Por esse dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas celestes e terrestres. Mas, ao mesmo tempo, está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem salvos. Mais ainda: é verdadeiramente a mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou pela caridade para que, na Igreja, nascessem os fiéis que são membros desta Cabeça. Por causa disso, é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade filial como mãe amantíssima” (LG 53).
O fato de tê-la hoje como intercessora nos atesta que Maria é muito importante para a Igreja e para cada um de nós. Se ela não tivesse sido importante para os católicos, certamente hoje não a louvaríamos com tantos gestos e palavras.
A presença amorosa de Maria na Igreja cresceu junto com a consciência de que Jesus era Filho de Deus. O Filho é que concede à mãe a autoridade para que se torne mãe de toda a sua Igreja. Este gesto de entrega aconteceu no momento de sua crucifixão!
Como Mãe da Igreja, Maria zela para que seus filhos mantenham a unidade da fé, mas ao mesmo tempo ela respeita cada um daqueles que estão unidos na fé pelo batismo. No fundo Maria age como qualquer mãe: ama cada um dos filhos, mas sabe que eles são diferentes e têm necessidades diferentes uns dos outros. A medida do amor acompanha a necessidade de seus amados.
Seguindo o exemplo de amor de Jesus e de Maria, a Igreja esforça-se também para estar ao lado dos mais sofredores, ainda que nem sempre sua ação seja visível para o mundo.
A Igreja trabalha em silêncio, nos hospitais, asilos, orfanatos, creches, enfim, onde o ser humano está abandonado. Nesses e tantos outros lugares é possível encontrar homens e mulheres que em nome da Igreja realizam obras maravilhosas. Junto com eles, intercedendo pelo sucesso do trabalho, está Maria, com sorriso de mãe e braços sempre abertos para acolher!
Fica o desafio: ser cristão é muito mais do que ficar em casa em oração! É preciso trabalhar para a construção do Reino de Deus sendo uma Igreja Santa e comprometida.
Maria, mãe da Igreja, rogai por nós!
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