Cansado de ver distorções e falsos pregadores sobre a história de Cristo, Padre Zezinho, em parceria com a Editora Santuário, acaba de lançar o livro: “Meu Cristo é mais Cristo do que seu Cristo – Leituras da fé para quem mais ouve do que lê”.
O livro nasce da vontade e da pesquisa do Padre José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho): são mais de 30 anos pesquisando a mídia cristã das mais diversas igrejas e denominações, que trazem os mais diversos discursos possíveis sobre o Cristo. “Espero que este seja um livro positivo. Não será maldoso, mas também não será 'bonzinho' para com irmãos cristãos que ensinam que 'o Cristo deles é mais Cristo do que o Cristo dos outros' e usam linguagem impositiva, agressiva e que joga uma religião contra outra”.
Um livro para quem quer pensar
Na publicação, Padre Zezinho destaca que falam de Cristo sem cerimônia, como se o conhecessem e como se fossem emissários e embaixadores dele. “A tendência deles com o 'marketing da fé' é afirmar que O encontraram. É uma disputa por vaidade, uma crença de que Deus está mais com eles do que com os outros. É um marketing mentiroso e cruel, que diminui o outro e lança descrédito”.
.:: Veja na íntegra entrevista para Rádio Aparecida
.:: Adquira online no Site da Editora Santuário
Para o padre, o lado bom é o do diálogo e o ecumenismo. “Quem é verdadeiramente ecumênico é quem dialoga e vê o valor no outro. Existem pregadores de todas as religiões que são gente muito boa e realmente são irmãos, mas existem outros que querem impor e buscar mais adeptos para as suas igrejas”.
Padre Zezinho explica que existem pregadores históricos e existem os histéricos. "Brigam, gritam e xingam, aqueles que fazem qualquer coisa para pegar adeptos e falam como se fossem donos do maior diamante já encontrado. Eu não tenho essa coragem de espalhar certezas sobre Deus”.
Na avaliação de Padre Zezinho, a Editora Santuário gostou muito e acreditou na obra, que não é uma leitura difícil e tem um valor acessível. “Queremos formar a consciência dos católicos, sem se deixa levar por mentiras de gente atacando a nossa Igreja. Toda gente que mente e joga um contra o outro, cristão não é. Vamos orientar os católicos a não comprar mercadoria estragada. Mentiu, não é de Cristo”.
Entrevista ao Jornal Santuário
Padre Zezinho também deu entrevista ao Jornal Santuário de Aparecida. Veja íntegra do bate-papo com o jornalista André Somensari.
Padre, do que trata a obra “Meu Cristo é mais Cristo do que o seu Cristo...”? Qual foi sua motivação e inspiração para escrevê-la?
Padre Zezinho, scj – Escrevi esse livro porque fazia parte das aulas, que eu ministrava na faculdade, sobre a situação do pregador. O título das aulas era “Prática e Crítica de comunicação das igrejas”. Lá eu abordava o fato de que, hoje em dia, qualquer um está pregando nos meios de comunicação e, muitas vezes, não está pregando a doutrina de Cristo, mas a de sua igreja, acentuando sempre o dinheiro, a figura do pregador e, pior ainda, o dízimo. Por isso escrevi esse livro. É competição injusta e cruel.
O senhor, no início do livro, apresenta uma passagem bíblica (1 Cor 1,9-18), carta de São Paulo aos Coríntios, a respeito das divisões e dissenções. Qual a relação da passagem em questão com os dias atuais?
Padre Zezinho – De fato, a competição está machucando profundamente as igrejas cristãs. As divisões entre as igrejas evangélicas pentecostais, inclusive em nossa Igreja, estão prejudicando a mensagem do Cristo. Se nós não conseguirmos dialogar uns com os outros, que lições daremos a uma sociedade profundamente dividida? Por isso, eu acho que o primeiro exemplo tem de vir dos cristãos. Se não forem ecumênicos, não serão capazes de ensinar nada ao mundo.
Em uma das passagens do livro, o senhor disse que muitos pregadores transformam o “Cristo Histórico” em “Cristo Histérico”. Fale-nos sobre essa deturpação da figura de Cristo feita por muitos pregadores da atualidade.
Padre Zezinho – Eu uso essa expressão há mais de 40 anos. Cuidado para não deturpar o Cristo Histórico, porque ele existiu. E é uma história dos cristãos desde a morte de Jesus até o crescimento do Cristianismo. Em alguns casos, o desejo é tão grande de fazer adeptos, como antigamente os fariseus, que não é mais “histórico”, é “histérico”, é o desespero de fazer novos cristãos, e isso não ajuda em nada, porque Jesus fica esquecido, o pastor vale mais do que o Cristo, e o púlpito fica mais importante do que o altar.
Em alguns momentos do livro o senhor utiliza a expressão “Marketing da Fé”. Explique-nos essa expressão e quem utiliza desse Marketing e como o utiliza.
Padre Zezinho – Para mim o Marketing da Fé é uma coisa boa, se for bem usada. É justo que as igrejas mostrem o que tem para oferecer. É justo que as igrejas valorizem os símbolos de suas igrejas. É justo que motivem o povo a orar e a cuidar dos outros; o marketing pode fazer isso. Mas existe um marketing que é puro mercado. A coisa é para dar dinheiro. Isso explica por que alguns pregadores são “podres de rico”. Esse tipo de marketing da fé não tem nada a ver com Cristo, porque o Cristo era pobre, os apóstolos eram pobres, e qualquer pessoa que ficar rica por meio de sua pregação é contra o Cristo; está usando Jesus! O verdadeiro marketing da fé leva a cuidar dos pobres, e você mesmo viverá como pobre. Aí sim dá para acreditar. Mas, quando alguém prega que Jesus vai dar riqueza, esse sujeito não é mais cristão; arranje outro nome, cristão não é!
Fonte: Por Eduardo Gois (A12) e André Somensari (Jornal Santuário)
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.