No último sábado (03), foi proclamada a beatificação de Madre Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, pelo Cardeal Giovanni Angelo Becciu, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, na Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma*.
A beatificação foi possível graças à aprovação do milagre da cura do médico Pedro Ângelo de Oliveira Filho, brasileiro de Ribeirão Preto (SP), acometido pela Síndrome de Guillain-Barré, em 1951. A síndrome causa paralisia progressiva, podendo levar o doente a paradas respiratórias e à morte.
Devido ao agravamento do quadro, ao que os médicos informaram à família que nada mais poderia ser feito, sua esposa, Angelina Oliva, pediu orações à Irmã Adelina Alves Barbosa, que pertencia à congregação das Apóstolas do Sagrado coração de Jesus. A religiosa sugeriu fazer uma novena a Madre Clélia, com uma foto e uma relíquia que continha uma partícula do véu da Madre. Assim, a religiosa, a esposa, os filhos e outros parentes começaram a rezar, enquanto a Irmã Adelina aproximou-se do paciente, deu-lhe água para beber e colocou sobre seu peito a pequena relíquia.
Até então, o paciente não conseguia engolir nada. Porém, momentos depois, perceberam que ele havia conseguido engolir a água e não perdia mais a saliva. Todos ficaram maravilhados com a rápida melhora do paciente. No dia seguinte, o médico foi visitar Pedro Ângelo e, vendo que ele estava completamente curado, exclamou que era um milagre.
Após 25 anos de sua cura, o doutor Pedro Ângelo faleceu em 25 de setembro de 1976, por uma parada cardíaca.
Biografia
Clélia Cleópatra Merloni nasceu em Forlì, na Itália, em 10 de março de 1861. Conforme crescia, sentia-se sempre mais atraída pela oração e intimidade com Deus que para a vida social da elite ou por administrar os negócios da família, que era o desejo do seu pai.
Em 30 de maio de 1894, Madre Clélia fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, colocando a serviço dos mais necessitados e marginalizados todo o seu zelo apostólico e a considerável herança deixada por seu pai. Na virada do século XIX para o século XX, enviou as primeiras Apóstolas Missionárias às Américas e ao exterior.
O ideal de vida de Madre Clélia era a santidade: “Quero ser santa”, dizia ela, para cumprir plena e totalmente a vontade de Deus, junto com suas filhas religiosas. Enfrentou tempos de purificação e enfrentar provações difíceis, como profundas humilhações, dores físicas, morais e espirituais. Porém, aceitou tudo com amor e por amor ao Sagrado Coração de Jesus, ao qual dedicara toda a sua vida.
Madre Clélia faleceu em Roma, em 21 de novembro de 1930. Seu corpo, exumado em 1945, foi encontrado incorrupto, e descansa na Capela da Casa Geral das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, em Roma.
O Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração (IASCJ) está presente em 15 países e tem forte presença em território brasileiro.
*Com informações do Vatican News
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