Nos últimos dias, as manchetes dos jornais trouxeram à tona a temática recorrente acerca do aumento do combustível. Em tempo, no aumento mais significativo, o governo dobrou a alíquota sobre o litro de gasolina: de 38 para 79 centavos por litro. Na capital capixaba, há postos ultrapassando os limites e chegando a casa dos R$ 4,10 por litro. Viva o oportunismo! Em contrapartida, diz-se que tudo é motivado pelo contingenciamento nos gastos, de 5,9 bilhões de reais. A previsão é de que esse valor será compensando por receitas extraordinárias que ainda ocorrerão neste ano, segundo comunicado do Ministério do Planejamento.
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Se tomarmos as lentes do bom senso, veremos que a maior falácia da divulgação e/ou propagação dessa ação do governo, está em dizer que o aumento foi apenas na tributação do combustível. Lastimável! O aumento foi em tudo, para todos! É preciso reconhecer que tudo se transporta e todo transporte representa gastos, despesas. Persiste inquietante questão: como o efeito dominó, a partir de agora, tudo será aumentado. E uma só é a pergunta: será que o caminho do reequilíbrio econômico nacional passa pelo aumento dos tributos, ou pelo corte nas despesas? Quem paga a conta?
Se a estratégia do governo deficitário de popularidade e de credibilidade era fazer com que o empresário do setor, bem como o usuário do transporte absorvesse o impacto, ele fracassou. Mais: é lamentável abrir os jornais e vermos estampadas palavras da alocução enfadonha de quem escolheu a frase da bandeira nacional como lema de governo e dizer: “A população vai compreender, porque esse é um governo que não mente. Não dá dados falsos. É um governo verdadeiro. Então, quando você tem que manter o critério da responsabilidade fiscal, a manutenção da meta, a determinação para o crescimento, você tem que dizer claramente o que está acontecendo. O povo compreende", afirmou. Como digerir tamanho disparate?
É oportuno afirmar que o aumento do combustível definido pelo Planalto nessas circunstâncias sombrias do cenário político-econômico do país, não vai ficar nas bombas ele vai parar na mesa, nos guarda-roupas, nos remédios, na roça do agricultor e no bolso dos brasileiros que com a profunda crise fazem malabarismos para buscar alternativas e driblar as dificuldades, e garantir a sobrevivência. Mais um golpe cruel desferido contra os pobres. Onde chegamos?
Urge, sim, esvaziar o tanque dos privilégios, frear os gastos exacerbados e ter visão de competitividade, coisa que o Brasil vem perdendo de forma acentuada. Urge, sim, traçar estratégias para construir gente, pessoas, e não desumanizar o ser humano pondo sob suas costas pesados fardos de impostos que assassinam sonhos, esperanças; fazendo, pelo peso insuportável, que o brasileiro lance os olhos para o chão sem ter possibilidades de ver um horizonte feliz, desejá-lo e lutar por ele. Enquanto tivermos governos fanfarrões ao invés de servidores do povo, continuaremos a assistir ao espetáculo dos escândalos e das injustiças. O povo, no entanto, parece atônito, incrédulo e anestesiado. Triste!
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