Novas ordens religiosas: cruzados e mendicantes

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Dando continuidade à nossa viagem histórica sobre a vida consagrada, a partir do século 11, começaram a surgir novas manifestações e formas de vida religiosa, como os Cônegos Regulares. Estes, inicialmente eram vinculados ao bispo de uma catedral, na qual como conselheiros e com ele rezando o ofício divino e outras orações, auxiliando-o no governo da diocese, inspiraram grupos religiosos. Para tanto, se constituíram regras.

Diferentemente dos monges, os cônegos tiveram um trabalho pastoral mais intenso e de pregação, embora limitado quanto à região, pois eram sacerdotes junto a seu bispo, mas seguindo uma regra. Por isso eram também chamados regrantes, para os distinguir dos seculares. Dentre os cônegos regulares, vale citar os Premonstratenses, fundados pelo bispo São Norberto.

Leia MaisA vida religiosa ao longo da históriaNo século 12, as ordens de cruzados se espalharam por toda a Europa. As principais foram as dos cavaleiros Teutônicos, os de Malta, e os Cavaleiros do Templo, os famosos Templários. Todas estas ordens tinham a função de proteger os peregrinos que se dirigiam à Jerusalém. É importante lembrar que os cavaleiros da Soberana Ordem de Malta, que ainda existem, são hospitalários, dando auxílio aos miseráveis e enfermos.

O século 13 é o das ordens mendicantes, tais como a dos Franciscanos, Dominicanos, Servitas e Trinitários. Algumas destas ordens também detinham comunidades femininas de monjas. Santa Clara, por exemplo, auxiliou São Francisco e dela surgiram as monjas clarissas. Grupo famoso de mulheres “consagradas” foram as beguinas, extintas recentemente, em 2013, quando Marcella Pattyn, a última beguina, veio a falecer com a idade de 99 anos. As beguinas não faziam os votos públicos de consagração, mas viviam como as monjas, com práticas diárias de oração e de caridade.

A grande maioria dos grupos religiosos monásticos e mendicantes sofreu reformas, e alguns até mesmo se dividiram, como os próprios Beneditinos, donde um grupo criticava os exageros litúrgicos de Cluny. Desta querela saíram os Cistercienses, que no século 17 viveriam outra reforma, a dos Trapistas. Dos Frades Menores, fundados por São Francisco, surgiram os Conventuais e, no século 16, os Capuchinhos. Da mesma maneira, os Agostinianos sofreram uma reforma e divisão, dando origem aos chamados Recoletos. Os Dominicanos, apesar de terem sofrido uma reforma no século 14, continuaram unidos.

Dom João Baptista Barbosa Neto, OSB
Monge do Mosteiro de São Bento de São Paulo