As urgências defendidas por São Francisco nunca foram tão atuais como nos dias de hoje. O cuidado com o meio ambiente, a atenção aos mais necessitados e a vida de comunhão são preocupações que todo o cristão deveria ter ao se dispor a seguir Jesus.
Para Francisco, essas preocupações não eram um esforço, mais uma extensão de quem ele era. A sua inquietude e o seu desejo de viver com intensidade a sua relação com Deus o fizeram corajoso e criativo. Segundo o padre Roger Matheus, pároco da catedral de São Francisco, da Diocese de Taubaté, o que chama atenção na vida de Francisco é a sua criatividade aliada à fraternidade.
“Ele foi um homem criativo, dando respostas novas para o seu tempo, mas sempre tendo como critério para a validade dessa criatividade, a fraternidade. Se fere o irmão, então aquela atitude não pode acontecer, e se promove o irmão, então aquela atitude é legítima e Francisco intensamente abraçava aquela atitude e a levava até as últimas consequências”.
Outro ponto importante e inspirador na vida de Francisco foi a sua abertura para viver tudo o que Deus lhe permitisse, desejoso de encontrar significado em tudo, buscando dar sentido a sua vida:
“Se hoje os cristãos se inspirarem também nestes elementos da vida de Francisco, imagino que teremos também nós, independente do quanto de anos Deus nos permitisse viver, uma vida muito intensa, cheia de sentido, uma vida inquieta, desejosa sempre de mais e com respostas criativas e fraternas a cada situação que nos apresentar.”
As dificuldades, os obstáculos ou mesmo o cansaço por uma luta aparentemente sem vitória não faziam Francisco desanimar. O seu refúgio era Deus. "Ele voltava-se para Deus, rezava e se inspirava, para em seguida agir em comunhão com Deus”, ressaltou o sacerdote.
A palavra que resume a trajetória de vida de Francisco é o amor. Ele soube amar radicalmente a Deus e ao próximo, a começar pela sua família. “Amou sua família até as últimas consequências, mas quando percebeu que a sua família poderia ser impeditiva a expansão deste amor, ele então deixou o seio familiar e foi para o meio dos leprosos, para amar os mais vulneráveis, os sofridos e necessitados”. Ai está mais um dos seus ensinamentos, o amor por todas as criaturas.
“Esse amor que Francisco transbordava era apenas consequência da fonte do amor que ele encontrou no crucificado. Jesus é a fonte do amor de Francisco. A experiência que ele realiza de se sentir amado por Deus, o faz ser portador deste amor a todas as pessoas do seu tempo.”
Todo cristão também pode ser canal para o transbordamento do amor que vem de Deus. Para essa experiência de profunda intimidade com Deus, o único caminho é conhecer Jesus por meio do Evangelho e adaptar as ações para os tempos atuais. Padre Matheus sugere um questionamento para reflexão:
“Se Jesus estivesse aqui, o que Ele falaria, qual seria o seu comportamento? Se a gente se comportar deste modo, com toda certeza iremos amar a Deus sobre todas as coisas e iremos amar ao próximo verdadeiramente”.
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