A escola não é o único espaço onde acontece a Educação, mas não podemos negar que nela passamos grande parte de nossa existência. Nesta constatação, ancoramos o desejo de que a escola seja um espaço encantador. Um espaço de motivação, de aprendizagens significativas, de construção do conhecimento e do exercício da convivência fraterna. A Congregação para a Educação Católica, no documento "Educar hoje e amanhã: uma paixão que se renova", apresenta claramente essa preocupação e nos convida à reflexão:
"Um ensino que promove só a aprendizagem repetitiva, que não favorece a participação ativa dos alunos, que não desperta neles a curiosidade,
não é suficientemente desafiante a ponto de suscitar a motivação.
Aprender através da pesquisa e da solução de problemas educa as capacidades cognitivas e mentais,
diferentes e mais significativas do que aquelas de uma simples recepção das informações,
e estimula também a modalidade de trabalho colaborativo".
Partindo das orientações da Igreja Católica, vamos também buscar, nas Teorias Educacionais, referenciais que nos ajudam a construir uma escola que promova a participação ativa dos alunos e rompa com o ensino repetitivo, mecânico e sem sentido.
Os princípios da Escola Ativa foram trazidos por John Dewey para o centro do debate e da prática pedagógica, na forma de Filosofia da Educação. Esta foi materializada em discursos, propósitos, metodologias e projetos que negam o modelo desmotivador de educação de escola. John Dewey entende o ato educativo como um processo dinâmico, que interage com a existência cotidiana do aluno e do professor e, por isso, um cotidiano carregado das marcas da condição de humanidade.
A pedagogia da experiência tornou-se a possibilidade de construir uma escola ativa e participativa, onde o aluno não é recebido como um ser “vazio”, mas portador de um referencial de conhecimento, adquirido com as experiências de sua vida nas variadas dimensões. Também afirma a Congregação, no mesmo documento:
"Educar-se é crescer, não no sentido puramente fisiológico, mas no sentido espiritual,
no sentido humano, no sentido de uma vida cada vez mais larga..."
"Hoje se pede que os sistemas escolares promovam o desenvolvimento das competências e não transmitam somente conhecimentos. O paradigma da competência, interpretada segundo uma visão humanista, supera a aquisição de conhecimentos específicos ou habilidades. Isso se refere ao desenvolvimento de todos os recursos pessoais do aluno e cria um vínculo significativo entre escola e vida. É importante que a educação escolar valorize não só as competências relativas aos âmbitos do saber e do saber fazer, mas também aquelas do viver junto com outros e crescer em humanidade".
Dessa forma, a escola se tornaria um centro de interesse para o aluno, absorvendo-o, através de sua humanidade, em diversas atividades educativas. Os ensinamentos da Congregação para a Educação Católica se sintonizam à reflexão de John Dewey, pois ele afirma:
"Ora, se a vida não é mais que um tecido de experiência de toda sorte,
se não podemos viver sem estar constantemente sofrendo e fazendo experiências,
é que a vida é toda ela uma longa aprendizagem.
Vida, experiência, aprendizagem não se pode separar. Simultaneamente vivemos, experimentamos, aprendemos. (...).
A experiência alarga, deste modo, os conhecimentos, enriquece o nosso espírito e dá, dia-a-dia, significação mais profunda à vida.
E é nisso que consiste a educação. Educar-se é crescer, não no sentido puramente fisiológico, mas no sentido espiritual,
no sentido humano, no sentido de uma vida cada vez mais larga, mais rica e mais bela,
em um mundo cada vez mais adaptado, mais propício, mais benfazejo para o homem".
(Cf. Dewey. Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, P. 115-116.)
John Dewey, por sua Filosofia de Educação e por suas propostas pedagógicas pragmáticas, influenciou fortemente a Anísio Teixeira, que foi seu aluno. Ele identificou, no entendimento que John Dewey tinha do mundo, da sociedade, do homem e da educação, um modelo a ser seguido e fundamentou nesses ideais seu projeto de educação e de escola para o Brasil. Sua forma de pensar a escola está fundamentada na compreensão pragmática do real.
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