O mundo amazônico pede à Igreja que seja sua aliada: esta é a alma do Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris) publicado na manhã desta segunda-feira (17 de junho) pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e apresentado à imprensa.
O Documento trata de várias questões como, preservação do meio ambiente, pobreza, ecumenismo e outros desafios, a exemplo da possibilidade de ordenação de homens casados que vivam em comunidades indígenas, além do incentivo às vocações femininas.
O trabalho é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru), em janeiro de 2018, e prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.
Leia MaisDom Claudio Hummes: "O caminho é o diálogo"Por falta de sacerdotes, as comunidades têm dificuldade de celebrar com frequência a Eucaristia. O documento dá sinais de que é necessário promover vocações autóctones (dentro da própria região) de homens e mulheres, como resposta às necessidades de atenção pastoral-sacramental.
Trata-se de indígenas que apregoem a indígenas, a partir de um profundo conhecimento de sua cultura e de sua língua, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de quem dispõe de uma bagagem cultural.
Pede-se que se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã.
É pedido que se identifique o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica. Reclama-se o reconhecimento das mulheres a partir de seus carismas e talentos. Elas pedem para recuperar o espaço que Jesus reservou às mulheres, “onde todos/todas cabemos”. Propõe-se inclusive que às mulheres seja garantido sua liderança, assim como espaços cada vez mais abrangentes e relevantes na área da formação: teologia, catequese, liturgia e escolas de fé e de política.
Propõe-se promover uma vida consagrada alternativa e profética, inter-congregacional, interinstitucional, com um sentido de disposição para estar onde ninguém quer estar e com quantos ninguém quer estar. Aconselha-se que a formação para a vida religiosa inclua processos formativos focados a partir da interculturalidade, enculturação e diálogo entre espiritualidades e cosmovisões amazônicas.
Fonte: Vatican News
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