Papa reconhece virtudes heroicas de madre paulistana que fundou “Pequenas Missionárias”

 

Além da canonização de Padre José de Anchieta, Papa Francisco assinou hoje (03) outros dois decretos de canonização, reconheceu cinco milagres e mais oito virtudes heroicas. A maior parte dos candidatos é de religiosos europeus, nascidos na Itália e Espanha, com exceção de dois indianos e uma brasileira, a fundadora do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico (1901-1972).

Em São José dos Campos (SP), cidade em que a Madre Maria Teresa fundou a Congregação e suas diversas obras sociais, a notícia causou comoção e júbilo, já que este é o primeiro passo no processo de beatificação e canonização. Por volta das 8h, as Missionárias receberam a informação de que o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, havia incluído o nome da Serva de Deus no documento que chegaria às mãos do Santo Padre.

“Foi um momento de muita alegria. Batemos os sinos e nos reunimos na capela onde alguns fiéis adoravam o Santíssimo. Juntos, cantamos o ‘Magnificat’ em agradecimento e depois passamos rezando por todos os setores da Casa Mãe”, conta a Irmã Vilma Marlene de Andrade. Na Capela Maria Imaculada da Casa Mãe haverá missa em ação de graças na tarde desta quinta-feira, às 17h00.

Ao A12.com, a postuladora do processo de canonização, Irmã Vera Letícia, disse que “a comunicação de uma tão Boa Nova vibrou no ar e na vida das Irmãs”. E completou: “A chegada desta notícia foi como um “raio em céu sereno”, como se fala hoje quando acontecem coisas com as quais Deus nos surpreende! Mas esta notícia trouxe uma alegria que jorrou dos corações, primeiro de todas as Irmãs, e por consequência de toda a Igreja”.

Processo - O Processo de Canonização e Beatificação da Serva de Deus Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico, Fundadora das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, caminha em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos, desde 2008.

Passando pelas diversas fases normais de um Processo de Canonização, obteve hoje dia 03 de abril de 2014 o Decreto de Aprovação das Virtudes Heroicas assinado pelo Papa Francisco e publicado no site do Vaticano.

De acordo com Irmã Vera Letícia, o próximo passo será a análise do presumível milagre cujo volume contendo todas as informações já passou por uma primeira revisão pela Causa dos Santos. “Está em andamento uma segunda Revisão. Depois disso, será apresentado aos peritos e então saberemos se o milagre foi aprovado ou não. Acreditamos que, se for da vontade de Deus, logo poderemos ter mais uma Bem Aventurada brasileira”.

Foto de: reprodução

Dulce adiou sua vocação por causa da saúde
debilitada, e só concretizou seu sonho após
a morte da mãe, dona Helena. 

Trajetória - Nascida em São Paulo (SP), em 20 de janeiro de 1901, a jovem batizada Dulce Rodrigues dos Santos demonstrava desde pequena seu interesse pela vida religiosa, com adoração filial pela Virgem Maria, gosto pela oração e pelo culto à Eucaristia. Aos 16 anos, escreveu uma pequena oração que rezava após a santa Comunhão.

Formou-se professora, mas teve de afastar-se da profissão quando foi acometida por tuberculose. Em busca de clima favorável à sua recuperação, mudou-se com a mãe e o irmão para São José dos Campos em 1922, aos 21 anos. Passou também uma temporada em Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira.

Dulce tinha bem definido e consciente um ideal: queria ser religiosa, consagrar-se a Deus totalmente, de corpo e alma. Ir doente para São José dos Campos era apenas um retardar da concretização de seus anseios.

Enquanto se recuperava, começou a se preocupar com a situação das jovens doentes que chegavam às pensões. Dulce escreveu aos pés da Virgem um esboço do que seria mais tarde a espiritualidade e a maneira de ser da Pequena Missionária. Para que a obra perdurasse, Dom Epaminondas transformou-a em Associação Pia, canonicamente ereta, e autorizou que vestissem um uniforme as suas iniciadoras. Foi a 15 de agosto de 1932. Eram 5 associadas, incluindo Dulce.

No dia 21 de novembro do mesmo ano, Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico, confirmada como a Mãe do Instituto, faz seus votos perpétuos, sendo a 6 de dezembro, empossada no cargo de Superiora Geral.

Aos setenta anos, em 8 de janeiro de 1972, após um período curto de enfermidade, Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico, tendo cumprido fiel e amorosamente sua missão, partiu para a Casa do Pai.

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