Por que a Igreja sempre promove a dignidade humana?

"Deus disse: 'façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança' […]. E Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou" (Gn 1, 26-27)

A Palavra de Deus nos ensina que todos os seres humanos possuem a dignidade particular, pois somos criados à imagem e a semelhança do Senhor.

O termo dignidade vem do latim dignitas, que designa tudo aquilo que merece respeito, consideração, mérito ou estima. A dignidade da pessoa humana é, acima de tudo, uma categoria moral; significa a qualidade ou valor particular que atribuímos aos seres humanos em função da posição que ocupam na escala dos seres.

A Doutrina Social da Igreja (DSI), desenvolvida pela Encíclica Rerum Novarum, em 1891, do Papa Leão XIII, foi sendo formada pelos documentos com temáticas sociais dos papas e do Magistério a ele subordinado e em seus princípios está a dignidade da pessoa humana.

Por causa desta visão de fé, o conceito de pessoa foi enriquecido pelo cristianismo. Em muitas culturas, mulheres e escravos eram considerados como “coisas” e contados entre as posses de seus senhores, que tinham sobre eles direito de vida e de morte. Com o cristianismo, todos os seres humanos passaram a ser considerados como pessoas dignas de direitos e deveres.

"O respeito pela dignidade da pessoa não pode absolutamente prescindir da obediência ao princípio de considerar o próximo como 'outro eu' sem excetuar nenhum, levando em consideração antes de tudo a sua vida e os meios necessários para mantê-la dignamente", diz um trecho do compêndio da Doutrina Social da Igreja.

CNBB

Em 2025, a Campanha da Fraternidade aborda a Ecologia Integral, convidando a sociedade a uma reflexão profunda sobre o cuidado com a Casa Comum e a responsabilidade de promover uma conversão ecológica, para que a ação do homem não ponha em perigo as condições necessárias para a conservação humana.

“A dignidade de cada pessoa humana e o bem comum são questões que deveriam estruturar toda a política econômica, mas às vezes parecem somente apêndices adicionados de fora para completar um discurso político sem perspectivas nem programas de verdadeiro desenvolvimento integral”, diz o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangeli Gaudium.

Ou seja, se nós queremos uma vida que valorize a dignidade humana, é preciso uma consciência ecológica e integral e uma ética da responsabilidade no dia-a-dia como um remédio para um futuro seguro e próspero a caridade e a fraternidade, elementos de uma sociedade saudável e verdadeiramente comprometida com o Evangelho.

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A dignidade humana estará presente durante toda a preparação e também durante os dias da Novena e Festa da Padroeira de 2025, que terá como tema “Com Maria, Mãe da Esperança, conhecer Jesus e cuidar da vida”, como explica o reitor do Santuário, Padre Eduardo Catalfo, C.Ss.R.

“Não nos esqueçamos: muita coisa Jesus aprendeu de Maria, e Ela é a nossa companhia. Maria é aquela que nos indica e nos mostra quem é Jesus por meio da expressão de Santo Irineu de Lyon: ‘verdadeiro Deus e verdadeiro homem’, aquele Deus que se dignou de fato a assumir a nossa humanidade”.

Desta forma, a Igreja Católica nos ensina que a dignidade da pessoa vem do fato de sermos criados à imagem e semelhança de Deus. Essa dignidade se realiza plenamente na nossa vocação à felicidade eterna com Ele.

Deus nos dá liberdade para buscar essa realização. Pelos nossos atos, escolhemos seguir o bem prometido por Deus, e guiados pela nossa consciência moral. Assim, crescemos interiormente e nos edificamos como pessoas, transformando toda a nossa vida em um caminho de crescimento espiritual.

Com a ajuda da graça divina, buscamos crescer em virtude, evitar o pecado e, quando erramos, somos chamados a recorrer à misericórdia de Deus. Dessa forma, caminhamos rumo à perfeição na caridade, que é o amor pleno em Deus.

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