As brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento das crianças. Mais do que entreter a criançada, o brincar alicerça a aprendizagem e a sociabilidade. A Pastoral da Criança, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), incentiva que se organizem Ruas do Brincar.
Brincar na rua pode auxiliar no desenvolvimento cognitivo, emocional e estimular as relações interpessoais das crianças. De acordo com o coordenador Internacional da Pastoral da Criança, Dr. Nelson Arns Neumann, na brincadeira, as crianças aprendem lições muito importantes, que depois levarão para a vida adulta, como a sociabilidade, a capacidade criativa e inventiva, a partilha, alegria e bom humor e, principalmente, desenvolvem a autonomia.
Brincadeiras ao ar livre
Dr. Nelson Arns advertiu que, nos dias de hoje, vêm diminuindo as oportunidades para as crianças brincarem, principalmente juntas e ao ar livre. Ele citou a longa jornada de trabalho dos pais, a violência nas grandes cidades, riscos do trânsito, a falta de saneamento e limpeza das ruas e as novas tecnologias como fatores que afetaram o modo de brincar das crianças.
Em grandes centros urbanos, a maioria das crianças tem pouco contato com a natureza e, segundo Arns, é o ar livre que a criança tem momentos de participação livre e ativa.
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“Por tudo isso, o desafio dos pais é criar momentos para que as crianças possam brincar juntas, em liberdade vigiada e ao ar livre. É possível, mas é preciso que as comunidades se mobilizem e juntas consigam espaços apropriados para que nossas crianças possam brincar e aprender desde cedo a importância da organização, mobilização e sociabilização comunitária”, recomendou.
A criança deve escolher a brincadeira
Existem muitas possibilidades de incorporar atividades lúdicas na rotina das crianças. O coordenador da Pastoral da Criança lembra que é importante deixar que os pequenos decidam, perguntem, escolham e encontrem soluções para a atividade que querem fazer, de modo que a brincadeira seja um momento de diversão, e não apenas um exercício.
“É por meio dessas escolhas que a criança, desde bem pequena, começa a exercitar o que chamamos de autonomia. A criança vai se tornando capaz de decidir o que é melhor para ela em determinados momentos, vai aprendendo a julgar o que ela gosta e o que ela não gosta de fazer, e isso contribui na formação dela em ser um cidadão crítico e consciente do que faz”.
Como organizar as Ruas do Brincar?
Os adultos podem buscar estratégias para promover espaços seguros, mesmo que temporários, para essa finalidade, principalmente no período de férias escolares.
“Pode ser uma praça, a calçada um pouco mais larga de uma casa, um terreno limpo e seguro ou até a própria rua, desde que seja acordado com os vizinhos e a prefeitura. O importante é que as famílias participem juntas e levem as suas crianças para brincar ao ar livre”, completou Dr. Nelson Arns.
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Não é possível ocupar a rua toda? Que tal incentivar as famílias a sentarem fora de casa para conversar com os vizinhos e as crianças brincarem nas calçadas?
“Para as crianças, até um espaço que parece pequeno pode ser bem aproveitado, uma vez que a criatividade delas para inventar brincadeiras é infinita! Essa atitude simples pode ajudar as crianças a criarem vínculos e amizades na comunidade, bem como aproximar as famílias e vizinhos. E todos estarão contribuindo para o desenvolvimento pleno das crianças da comunidade”, recomendou.
O site da Pastoral da Criança possui uma lista de sugestões de brincadeiras saudáveis para os pequenos.
Fonte: Pastoral da Criança
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