Igreja

Qual a expectativa da Igreja para o Jubileu 2025?

Conversamos com leigos e religiosos sobre o Ano Santo, das motivações para ser realizado e porque é importante celebrá-lo

Escrito por Alberto Andrade

30 OUT 2024 - 14H17 (Atualizada em 30 OUT 2024 - 15H28)

Vatican Media

Aqui no A12 você tem um conteúdo sobre a realização de um Jubileu na Igreja Católica, sejam os ordinários, a cada 25 anos e os extraordinários, como o da Misericórdia entre 2015 e 2016.

A Igreja de todo o mundo está em oração e já se prepara para o Jubileu 2025, a pedido do Papa Francisco, refletindo e debatendo o tema “Peregrinos de Esperança”, e será realizado entre 24 de fevereiro de 2024 e 6 de janeiro de 2026, na Epifania do Senhor.

Leia MaisBasílica de São Pedro terá local de acolhimento do Jubileu 2025Mascote oficial do Jubileu 2025 é apresentada pela Santa SéA Novena e Festa da Padroeira deste ano aqui na Capital Mariana da Fé refletiu durante 10 dias sobre este tema, pedindo sempre para que a Mãe Aparecida nos acolha para peregrinar junto a verdadeira esperança que é Cristo.

Em Janeiro, o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, Dom Rino Fisichella, que faz parte da organização do Jubileu nos informou que aproximadamente 250 mil brasileiros virão até o Vaticano para a celebração deste Ano Jubilar.

Serão mais de 35 eventos durante o ano, envolvendo a diversidade do povo de Deus com suas peregrinações específicas, além das escolhidas Igrejas Jubilares, templos onde o devoto poderá obter indulgência plenária. As Igrejas da Arquidiocese de Aparecida (SP), incluindo o Santuário Nacional, estão nesta lista.

Durante a cobertura da Rede Aparecida de Comunicação na fase final do Sínodo para a Sinodalidade em Roma, na Itália, o A12 conversou com religiosos e leigos para saber do que se espera deste ano jubilar para a nossa fé.

Padre Eduardo Guimarães, Diocese de Cornélio Procópio (PR), doutorando em História da Igreja no Colégio Pio Brasileiro, nos diz sobre a temática deste importante ano para os católicos.

Nathalia Oliveira - A12
Nathalia Oliveira - A12


O Jubileu é um tempo forte de perdão, de penitência, oração e de conversão para todos os católicos. Em 2022, o Papa Francisco escreveu uma carta para Dom Rino Fisichella, organizador do Jubileu, e nessa carta estava escrito que somos peregrinos da esperança porque acabamos de sair de uma pandemia, e precisamos encontrar esse ponto forte da fé, do amor, da caridade, da solidariedade, e nós encontramos isso iluminados por Jesus!

Se olharmos o símbolo do Jubileu, são quatro pessoas que representam os quatro cantos da Terra, se abraçam e abraçam a Cruz. Caminhar juntos é a fé em primeiro lugar e depois se abraçar, se ajudar, escutar mutuamente, e assim caminhamos juntos”.

O Padre Celso Henrique, da Diocese de Nova Friburgo (RJ) ressalta a missão de cada um neste tempo favorável.

Nathalia Oliveira - A12
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“Papa Francisco quis dar este nome ao Jubileu, justamente porque Roma acolhe povos do mundo inteiro.

Assim, no espírito de peregrinação, ou seja, atravessando fronteiras, atravessar continentes para chegar à Roma e receber a graça do perdão, da reconciliação com Deus, com o próximo, consigo mesmo e com a Criação, para depois levar essa graça que veio buscar aqui em Roma, como peregrino a todos os povos.

O nome dessa esperança é Jesus Cristo! Justamente esse nome, esse anúncio que a Igreja tem para dar ao mundo!

Agora, o Papa deixa claro isso na bula do Ano Santo, que dá início a toda essa expectativa da vivência do Ano Jubilar, porque a esperança não decepciona e o Amor de Deus garante que tudo dará certo no final, se com ele caminharmos”.

O jornalista Silvonei José, da Rádio Vaticana, explica como será o trabalho de comunicar este Jubileu para todo o mundo.

Nathalia Oliveira - A12
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“Devemos nos preparar, porque a Porta Santa está em nosso coração, abrir a porta para que aquele Cristo passe por nós porque vivemos dentro de um aspecto de egoísmo exagerado, é hora de abrirmos esta porta. Cristo tem sempre a porta aberta para que possamos entrar, mas nós abrimos a nossa porta, abrimos para que Ele se faça presente.

Isso é o que nós estamos meditando e refletindo dentro desse ano de 2025, esse grande Jubileu que envolve toda Igreja, vamos atravessar esta porta através de tudo aquilo que a Igreja nos propõe, da confissão, das intenções do Papa, da nossa oração, da comunhão.

Esse ideal de fazer a comunhão com o mundo inteiro e idealmente passar através da porta santa que temos no coração e que temos sempre que abrir”.

Cardeal Joseph Tobin, missionário redentorista, e Arcebispo de Newark, nos conta como o Jubileu será esperança para todos em 2025.

Nathalia Oliveira - A12
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“Bem, São Pedro nos diz em sua primeira carta: ‘Estais sempre preparados para responder a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós’ (1 Pe 3,15). E eu acho que isso é necessário não apenas para os redentoristas, mas para todas as pessoas batizadas.

Há um grande espírito de desesperança atualmente. E vemos isso em muitas partes do mundo, nas áreas devastadas pela guerra do Oriente Médio, da Ucrânia, do Sudão. Também vemos isso em jovens ao redor do mundo. E os Estados Unidos, como muitas vezes se diz, esta geração de jovens é o povo mais conectado. Na história todos têm a tecnologia, mas também a solidão.

Então eu acho que isso vai ser muito importante para nós. E a maneira como fazemos isso, eu acho, é testemunhando Jesus. Nós mesmos não somos os salvadores. Nós somos irmãos do Salvador. E assim, para cada um de nós, mostrar o que Jesus fez por nós, a cura que ele nos trouxe, a esperança que Ele nos trouxe, será esperança para o mundo”. 

Padre Maikel Dalbem, C.Ss.R, também explicou como o Jubileu ordinário de 2025 irá trazer novos ares para a Igreja.

Nathalia Oliveira - A12
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“A dinâmica do Jubileu é uma dinâmica muito antiga. Ela faz parte da Bíblia e é um tempo de renovação é um tempo de reflexão. Então é um tempo que mistura tudo isso na caminhada cristã, mistura não somente a reflexão da caminhada daquilo que se foi, mas também a abertura de um tempo novo”.

O sacerdote também nos ensina de um importante sinal do Jubileu, da Porta Santa, como o início de um novo tempo.

O povo de Israel de tempos em tempos vivia o ano de perdão das dívidas, de perdão dos problemas, de recomeço. Então, passar pela porta é iniciar um novo caminho é deixar os problemas passados, refletir sobre aquilo que foi e dar possibilidade de que o novo aconteça.

As dioceses vão abrir diversas portas e isso marca justamente essa entrada em um novo tempo. Então, de nada adianta você passar uma porta física se você não vive essa mudança de ciclo, vive essa mudança de tempo, essa abertura à esperança de um novo caminhar”.


Cardeal Tobin fala à Rede Aparecida sobre o Jubileu e o Sínodo da Igreja


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