Por Eduardo Gois Em Igreja Atualizada em 02 OUT 2017 - 16H11

Representantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica se encontram em Santarém (PA)

O Comitê Executivo e o Comitê Ampliado da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) se reúnem a partir desta terça-feira 3 de setembro, até a próxima quinta-feira 5 de outubro de 2017, na cidade de Santarém (PA), para a reunião anual. O encontro será realizado no salão da Catedral Metropolitana de Santarém. Participam representantes da Repam dos nove países que têm a floresta amazônica em seu território: Brasil, que cuja área representa cerca de 60% da Floresta Amazônica; Peru, com aproximadamente 13% seguido da Colômbia, com cerca de 10% e Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, que juntos detém cerca de 17% da floresta Amazônica. No Brasil, a Repam atua na Região da Amazônia Legal que corresponde à área dos Estados da Região Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, acrescidos Estado de Mato Grosso e dos municípios do Estado do Maranhão situados a oeste do meridiano 44º O.

Os objetivos do encontro são para avaliação da caminhada da Rede nos países Pan-Amazônicos e prospecção dos horizontes da mesma a partir de seus eixos de atuação que correspondem a: Justiça Socioambiental e Bem Viver, Povos Indígenas e Grupos em Vulnerabilidade, Formação e Métodos Pastorais em Perspectiva Amazônica, Igreja de Fronteira, Direitos Humanos, Redes Internacionais, Mapeamento e Comunicação para a Transformação Social.

Povos indígenas, Povos Tradicionais e Igreja Católica

Repam
Repam


Em seguida, de 6 a 8 de outubro, o grupo segue à cidade de Itaituba, no Pará, para o Encontro de diálogo da Repam/Igreja com os povos indígenas da Bacia do Rio Tapajós. O objetivo é aprofundar, na Bacia do Tapajós, o diálogo entre a Igreja Católica e os Povos Indígenas e Comunidade tradicionais, para juntos, possivelmente, construir uma agenda comum em defesa da vida na Amazônia e do Planeta bem como discutir como deve ser a presença da Igreja para fortalecer seus projetos de vida no Tapajós; Identificar estratégias de articulação e mobilização entres os povos ao longo de toda Bacia e construir alianças.

Também refletir a propósito de os grandes empreendimentos na região e os seus impactos sobre os Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e seus territórios na Bacia do Tapajós, projetos esses, como: as hidrelétricas, hidrovias, mineração, agronegócio, ferro-grão, e exploração madeireira. Será assunto da pauta, também, a questão dos povos indígenas isolados e uma visão geral da Amazônia inserindo as temáticas das mudanças climáticas. Com isso buscar-se-á caminhos de fortalecimentos e intercâmbio de experiências de luta e resistência entre os povos e comunidades do Tapajós e a Igreja.

Sobre a Repam – A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) foi fundada oficialmente em setembro de 2014. O nascimento se dá a partir de uma provocação da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida (SP), no ano de 2007, em que sugeriu: “Criar nas Américas a consciência sobre a importância da Amazônia para toda humanidade. Estabelecer entre as Igrejas locais de diversos países sul-americanos, que estão na bacia amazónica, uma pastoral de conjunto com prioridades diferenciadas para criar um modelo de desenvolvimento que privilegie os pobres e sirva ao bem comum” (DAp 475). Desde então se inicia um diálogo de maturação até se fundar uma Rede para abraçar a realidade da Pan-Amazônia.

No Brasil, no decorrer de 2016 e 2017, a Repam realizou 15 Seminários sobre a Carta Encíclica do papa Francisco Laudato Sì. Nos Seminários se discutiu a partir da iluminação da Encíclica a realidade em que vivem os povos da Amazônia, na busca de ações conjuntas no cuidado e defesa da região.

A amazônica é um dos maiores berços de biodiversidade ecológica e cultural do Planeta. A preocupação da Igreja Católica, do papa Francisco com esta região é histórica e volta-se para o cuidado e proteção desta grande Casa Comum. “Há discussões sobre problemas relativos ao meio ambiente, em que é difícil chegar a um consenso. Repito uma vez mais que a Igreja não pretende definir as questões cientificas nem substituir-se à política, mas convido a um debate honesto e transparente, para que as necessidades particulares ou as ideologias não lesem o bem comum ”, (LS, 188).

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