Santa Dulce dos Pobres, modelo de perseverança e caridade

Após décadas de luta e sofrimento devido a problemas respiratórios, e cinco meses após receber a bênção de São João Paulo II em seu convento em Salvador (BA), em 13 de março de 1992, Irmã Dulce morreu em seu quarto, aos 77 anos, junto aos seus amigos e religiosos, mas seu legado social e espiritual junto aos pobres, doentes e vulneráveis continua firme e presente.

Leia MaisConheça a biografia de Santa Dulce Dos Pobres3 coisas para aprender com Santa Dulce dos Pobres Chamada de “Anjo Bom da Bahia”, foi beatificada em maio de 2011 por Bento XVI e, em 13 de outubro de 2019, foi canonizada pelo Papa Francisco e passou a ser conhecida como Santa Dulce dos Pobres.

Sua festa litúrgica é celebrada em 13 de agosto, quando recebeu o hábito da congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. 

Irmã Olívia, integrante da Congregação e amiga pessoal de Santa Dulce, narrou com muito carinho e fé, quando a Mãe dos Pobres foi ao encontro de Deus Pai.

“Este 13 de março de 1992, às 16h45, foi um dia de muito sofrimento e dor para todos nós que estávamos cuidando de Irmã Dulce. A frente do convento estava cheia de jornalistas e fiéis querendo ver a Irmã e aguardando por notícias. O hospital aqui sempre tem cheiro de medicação, mas no dia que Dulce faleceu, o quarto ficou com um perfume forte de rosas e a gente sentia uma paz muito grande!”, relatou a religiosa. 

Frei Giovanni Messias, que foi reitor do Santuário de Santa Dulce entre 2017 e 2022, falou ao A12 e disse que celebrar a memória da religiosa é como celebrar a nossa fé e o nosso amor: 

“Ela nos convida a sermos um sinal de esperança na vida de tantos irmãos necessitados. Viver como Santa Dulce viveu é viver o carisma de amar e servir, o carisma de se colocar a serviço, o carisma da capacidade de ir ao encontro do outro e de vencer os nossos egoísmos, as nossas indiferenças pelo encontro daquele que sofre, do abandonado, do sofrido, aquele que precisa de uma presença amiga, de um cuidado e de um sorriso de Deus em sua vida”.

O reitor reflete que celebrar a santa é proclamar a esperança e convida a pensar que se pode amar e servir. Ele também ressaltou que são grandes os desafios para manter uma obra social tão grande.

“Neste tempo de crise os desafios são muitos para todos, mas mesmo com as dificuldades, as portas devem sempre ficar abertas. A doação é uma necessidade. Neste dia também devemos sensibilizar o coração para doar-se, colocar o que a gente tem a serviço daquele que nada tem”.

A mulher que se entregava e perseverava na fé

OSID

Frei Giovanni definiu Santa Dulce como uma mulher de poucas palavras, mas de muita oração.

“Ela dizia que a oração é o alimento da alma. Era uma mulher de oração, da confiança em Deus e do abandono no Senhor. É a mulher da fé firme e inabalável e foi essa fé que possibilitou essa grande obra, este grande legado. Dela devemos aprender a perseverar na esperança, a nunca desistir, mesmo que haja ventos contrários e situações difíceis. Ela acreditava no amor e que o bem vencerá sempre”, exemplifica.

O religioso também lembrou palavras de Santa Dulce:

“Servir aos pobres é servir ao Nosso Senhor Jesus Cristo na pessoa dos sofredores”.

Legado Social do Anjo Bom

Fruto do amor ao serviço da religiosa em seus anos de vida religiosa, as Obras Sociais Irmã Dulce acolhem hoje cerca de 3 milhões de pessoas por ano na Bahia, principalmente o pobre, o doente, o mais necessitado.

A instituição tem atuado nas áreas da saúde, assistência social, ensino e também acolhe idosos, pacientes oncológicos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, e todo um trabalho realizado com moradores de rua, crianças e adolescentes em situação de risco, entre outros públicos.

Para manter ativa esta grande obra de evangelização e solidariedade, é possível ajudar as Obras Sociais pelo PIX amigos@irmadulce.org.br e também pelo site da instituição.