O Papa Francisco, por ocasião dos 150 anos da proclamação de São José como padroeiro da Igreja por Pio IX, escreveu uma carta apostólica dedicada a esse grande santo da Igreja, esposo de Maria e pai de Jesus, o nazareno.
No Novo Testamento, os evangelhos que narram a infância de Jesus (Mt e Lc) nos apresentam a figura desse homem de Deus que nos inspira por sua fidelidade à missão que Deus lhe confiara, a de ser o pai humano de Jesus, cuja geração acontece no Espírito Santo. “O que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (Mt 1,20).
Aqui está a peculiaridade deste nascimento. Maria, por ação do Espírito, dá à luz um homem que é Filho de Deus.
Tanto a figura de Maria como a de José devem ser compreendidas em função de Jesus, o Messias Filho de Deus. Os Evangelhos nos falam da especial participação de José na vida de Jesus. Ele é esposo de Maria (Mt 1,18-25). Pertence à descendência de Davi (Mt 1,1-20; Lc 3,23-32) e se insere na história da salvação que se inicia com Abraão. É carpinteiro de profissão (Mc 6,3; Mt 13,55).
Mateus e Lucas (Mt 1-2; Lc 1-2) esclarece a missão de José. Para Mateus, esse homem justo acolhe a missão que Deus lhe confiara: assumir Maria, grávida por obra do Espírito Santo, como sua esposa. Ele se responsabiliza, portanto, pela paternidade de Jesus e lhe dá o nome escolhido pelo próprio Deus (Mt 1,18-25).
Encontramos José em Belém, na hora do parto (Mt 2,1-13), como esposo cheio de amor e ternura, cuidando da Virgem Maria. Pai solícito, foge com a esposa e o filho para o Egito, protegendo, assim, o recém-nascido da tirania de Herodes (Mt 2,13-18). Depois da morte de Herodes, regressa com eles a Nazaré (Mt 2,19-23), onde Maria tinha recebido o anúncio do anjo Gabriel. Ali o menino será educado por seus pais nas leis e tradições religiosas do judaísmo da época (Lc 2,21-24.41.51). Embora os textos dos Evangelhos tenham intensão mais teológica que histórica, suas informações nos introduzem na vida e obra desse homem justo.
O Papa Francisco apresenta São José como modelo de serviço:
“O mundo precisa de pais, rejeita os dominadores, isto é, rejeita quem quer usar a posse do outro para preencher o seu próprio vazio; rejeita aqueles que confundem autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição. Toda verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é maturação do simples sacrifício” (Patris Corde).
O carpinteiro José inspira o serviço amoroso e operoso que deve caracterizar a existência cristã. Ele se torna modelo para o cristão que, como o mestre de Nazaré, põe-se a serviço dos outros, sobretudo dos mais abandonados. A vida de José foi serviço a Deus, no cuidado Maria e Jesus. O cristão é chamado a cuidar do irmão, vencendo o próprio egoísmo em prol do bem de todos. Como diz o Papa, comentando um texto de Paulo, o amor é benfazejo, ou seja, faz o bem e evita o mal.
O amor não se reduz a um sentimento, ele “faz o bem”, manifestando-se mais na ação do que nas palavras. O serviço silencioso de José agradou mais a Deus do que o excesso de palavras dos fariseus e escribas de sua época.
José, em sua relação com Maria e Jesus, torna-se, também, espelho do amor conjugal e familiar. “O matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós”, afirma Francisco.
José, como esposo de Maria, deixou de lado seus projetos pessoais para se dedicar totalmente à esposa e ao filho, trabalhando honestamente e educando Jesus na fé do seu povo. A família, para os cristãos, se torna a “pequena Igreja”, onde pai e mãe, unidos por um amor eterno, presidem a vida cristã junto aos filhos. A família se converte em lugar de ternura, amizade, intimidade, reciprocidade. Lugar do amadurecimento para a fé e a vida. As famílias que se inspiram em José e Maria, acolhem Jesus como centro de suas relações e de sua presença transformadora no mundo.
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