Igreja

Segunda etapa do Sínodo entra na última semana de trabalhos

Segundo Padre Radcliffe, "estamos prestes a embarcar em nossa última tarefa: considerar o Documento final, emendá-lo e votá-lo”

Escrito por Redação A12

21 OUT 2024 - 11H02 (Atualizada em 21 OUT 2024 - 15H08)

Vatican Media

A segunda sessão da Assembleia Sinodal em Roma entrou em sua última semana, encerrando no próximo domingo (27).

Nesta segunda (21), os presentes tiveram um momento de oração e retiro, preparando os participantes para a análise e votação do Documento Final. Após uma missa dedicada ao Espírito Santo, o Padre Timothy Radcliffe compartilhou suas reflexões na presença do Papa Francisco, orientando sobre a importância da liberdade e da esperança para a finalização desta etapa sinodal.

Segundo Radcliffe, “estamos prestes a embarcar em nossa última tarefa: considerar o Documento final, emendá-lo e votá-loe ressaltou que o processo deve ser conduzido com a liberdade cristã, como ensinada por São Paulo.

“Nossa missão é pregar e encarnar essa liberdade. É a liberdade dos filhos de Deus de falar com ousadia, com parrésia, como os discípulos declararam com ousadia as boas novas da Ressurreição em Jerusalém. Por causa dessa liberdade, cada um de nós pode dizer ‘eu’. Não temos o direito de ficar em silêncio”.

Radcliffe também abordou a possibilidade de desapontamento com as decisões do Sínodo, lembrando que a liberdade interior permite aceitar essas situações com fé. Podemos ficar desapontados, mas temos a liberdade daqueles que acreditam que 'Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que o amam'”, disse, citando a Carta aos Romanos e incentivou os participantes a manterem a esperança, confiantes de que “nada pode nos separar do amor de Deus”.

O dominicano ainda advertiu sobre os perigos de se afastar da busca pela verdade. Relembrando o exemplo de Yves Congar, teólogo que enfrentou censura por defender a verdade, enfatizou que não devemos temer a discordância, pois “o Espírito Santo está agindo nela”. Para Radcliffe, a verdadeira liberdade é “pensar, falar e ouvir sem medo”, mas sempre confiando na providência divina, que atua suavemente na história da salvação.

Por fim, o padre dominicano reforçou a importância de enxergar o Sínodo como parte de um processo contínuo. “Este é apenas um sínodo. Haverá outros. Não precisamos fazer tudo, apenas tentar dar o próximo passo.” Ele destacou que a providência de Deus está em ação, mesmo quando as coisas parecem incertas, e que essa confiança deve nos guiar para o futuro. “Quanto mais é de Deus, mais é nossa liberdade.”

Fonte: Vatican News

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