A Santa Sé, através da Congregação para a Doutrina da Fé, publicou um novo documento, no qual recorda as normas sobre o sepultamento dos mortos e, sobretudo, a conservação das cinzas.
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No último dia 25 de outubro, no Vaticano, foi apresentado esse documento que aponta as orientações sobre sepultamento, cremação e conservação das cinzas dos falecidos.
Confira o que a Igreja orienta sobre os procedimentos pós-morte:
Conservar o costume
Com a Instrução Piam et constantem, de 5 de Julho de 1963, o então chamado Santo Ofício, estabeleceu que “seja fielmente conservado o costume de enterrar os cadáveres dos fiéis”, acrescentando, ainda, que a cremação não é “em si mesma contrária à religião cristã”.
Não negar sacramentos e exéquias
Não devem ser negados os sacramentos e as exéquias (encomendação/funerais/enterro) àqueles que pediram para ser cremados, na condição de que tal escolha não seja querida “como a negação dos dogmas cristãos, ou num espírito sectário, ou ainda, por ódio contra a religião católica e à Igreja”. Esta mudança da disciplina eclesiástica foi consignada no Código de Direito Canónico (1983) e no Código dos Cânones da Igreja Oriental (1990).
Dar preferência para sepultamento em cemitério
Seguindo a antiga tradição cristã, a Igreja recomenda insistentemente que os corpos dos defuntos sejam sepultados no cemitério ou num lugar sagrado.
Não ofender os ritos
Não são permitidos comportamentos e ritos que envolvam concepções erróneas sobre a morte: seja o aniquilamento definitivo da pessoa; seja o momento da sua fusão com a Mãe natureza ou com o universo; seja como uma etapa no processo da reencarnação; seja ainda, como a libertação definitiva da “prisão” do corpo.
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Sepultar os mortos é obra de misericórdia corporal
A Igreja considera a sepultura dos mortos como uma obra de misericórdia corporal. A sepultura dos corpos dos fiéis defuntos nos cemitérios ou noutros lugares sagrados favorece a memória e a oração pelos defuntos da parte dos seus familiares e de toda a comunidade cristã, assim como a veneração dos mártires e dos santos.
Respeitar a vontade manifestada pelo fiel em vida
Quando se escolhe a cremação por algum motivo como higiênico, econômico ou social, essa escolha não deve ser contrária à vontade explícita ou razoavelmente presumível do fiel defunto, a Igreja não vê razões doutrinais para impedir tal prática.
Não desviar da doutrina cristã
A cremação não é proibida, “a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”.
Conservar as cinzas em local sagrado
As cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica.
Não conservar as cinzas em casa
A conservação das cinzas em casa não é consentida. Somente a Conferência Episcopal ou o Sínodo dos Bispos das Igrejas Orientais, poderá autorizar a conservação das cinzas em casa em casos especiais.
Não dividir as cinzas entre os familiares
As cinzas, no entanto, não podem ser dividias entre os vários núcleos familiares e deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas.
Não dispersar as cinzas no ar, terra ou água
Não é permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar. Exclui-se, ainda a conservação das cinzas cremadas sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos.
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