Um período tenso e triste na Igreja da América Latina aconteceu entre 1926 e 1929, quando ocorreu a Guerra dos Cristeros do México, conflito armado entre católicos e o governo sobre o direito à liberdade religiosa.
Leia MaisNúmero de cristãos perseguidos no mundo é maior que a população brasileiraBispo de Petrópolis prega em defesa dos católicos perseguidosA batalha, que durou cerca de três anos e vitimando 85 mil pessoas, foi uma resposta ao ataque contra a fé católica durante o mandato de Plutarco Elías Calles, que desejou implantar uma forma radical do ateísmo, adotando medidas para eliminar totalmente o catolicismo do México.
Para lutar contra a legislação anticatólica que estava orientada a restringir a liberdade religiosa, leigos e presbíteros católicos decidiram se levantar com armas em defesa da fé e lhes foi dado o nome de Cristeros.
Neste cenário, aparece o pequeno José Sánchez del Rio, nascido na cidade de Sahuayo em 28 de março de 1913.
“Participava das catequeses e estava muito comprometido nas difíceis atividades paroquiais (...) recebia os sacramentos, quando podia, pois o culto público estava proibido, colocando a sua vida em perigo; rezava o terço todos os dias com a sua família. Embora ainda fosse muito jovem, José compreendia bem a perseguição que estavam vivendo no México”, disse o padre Fidel González Fernández, postulador da causa da canonização de José Sanchez, em entrevista para jornal ‘El Pueblo Católico’.
Quando tinha apenas 13 anos, o garoto se juntou à resistência dos católicos mexicanos em defesa da fé e da liberdade, sendo um ajudante dos soldados e até tinha a tarefa de rezar junto a tropa dos Cristeros.
Ainda aos 14 anos, o menino foi preso pelas tropas da ditadura. Foi ridicularizado, humilhado e torturado. As tropas o intimidavam para trair a fé. Foi tentado com ofertas de dinheiro, carreira militar e vida nova nos Estados Unidos.
Porém, o pequeno grande José não aceitou nenhuma dessas tentações. Ele apenas respondia com os gritos heroicos que já tinham se tornado um símbolo dos cristeros:
“Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!”.
Ao ser novamente torturado, o levaram até o cemitério do povoado, num trajeto cheio de insultos, golpes e empurrões. E fizeram a última tentativa de chantagem contra a fé católica:
“Se tu gritares ‘morra Cristo Rei’, nós te salvaremos a vida. Grita: ‘Morra Cristo Rei!’”.
O menino juntou todas as forças que lhe restavam e bradou a plenos pulmões:
“VIVA CRISTO REI!”.
Após o ato de coragem e fé, o mexicano foi assassinado no dia 10 de fevereiro de 1928, assim como ele pediu para Deus na frente do túmulo do advogado Anacleto Flores, martirizado no dia 1º de abril de 1927. Ali, o menino tinha pedido a Deus a graça de poder morrer como Anacleto em defesa da fé católica.
São José Sánchez del Rio foi beatificado em Guadalajara (México), em 20 de novembro de 2005, pelo Cardeal José Saraiva Martins, e canonizado em Roma pelo Papa Francisco em 16 de outubro de 2016.
Em 2012, foi lançado o filme “Cristiada”, que conta vários momentos da Guerra Cristera e da vida do Beato Anacleto, de São José Sánchez e de outros santos mártires.
O testemunho do menino José é uma mostra que não é o bastante apenas celebrarmos o reconhecimento do reinado de Cristo. Convém para nos seguir além, e deixar que Jesus seja o Rei de nossos corações e atitudes, consentindo que seu Reino se faça presente em nossa vida verdadeiramente.
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Fonte: Aleteia/ACI Digital
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