Neste Domingo celebramos a Festa da Santíssima Trindade, o mistério de Deus Uno e Trino. Esse mistério é chamado de mistério central de nossa fé, porque é o mistério de Deus em si mesmo. Nos diz o Catecismo: "É a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na 'hierarquia das verdades de fé'".
Mas hoje não é um dia para buscar resolver esse mistério, mas para perceber como esse mistério está sempre presente em nossas vidas e acompanha os nossos passos. É um dia para nos perguntar quem é Deus, não como uma pergunta filosófica ou abstrata, mas porque responder essa pergunta é muito importante para a maneira como eu me relaciono com Ele.
Muitas vezes existe dentro de nós visões de Deus que não correspondem à realidade. Pode ser que pensemos em Deus como um ser distante e por isso não ouve nossas orações, ou talvez como um Pai muito duro e por isso nos castiga tanto. Ou talvez pensemos em Deus como um Senhor ao qual eu devo me submeter como um escravo se submete ao seu dono, por isso temos que fazer tudo o que Deus pede sem pedir explicações.
"Deus é um Pai amoroso capaz de dar a vida de seu Filho por nós. Hoje é um dia para pensar que visões de Deus temos que não coincidem com essa que Ele nos revela.".
Todas essas atitudes equivocadas se dão por uma má compreensão de quem é Deus realmente. E nesse dia Ele quer mais uma vez se revelar como o Deus próximo e que ama a cada um de nós, como esteve próximo de Moisés que o percebeu como “compassivo e misericordioso, lento à ira e rico em clemência e lealdade”. E no Evangelho de hoje escutamos: “Tanto amou Deus ao mundo que entregou seu Filho único para que não se perca nenhum daqueles que n'Ele creem”. Deus é um Pai amoroso capaz de dar a vida de seu Filho por nós. Hoje é um dia para pensar que visões de Deus temos que não coincidem com essa que Ele nos revela.
O Papa Francisco, ao celebrar com algumas crianças a festa da Santíssima Trindade, teve um diálogo muito simples no qual fez essa mesma pergunta: “Quem é Deus?” E, com a simplicidade dos corações das crianças, o Papa foi revelando esse Deus amoroso e próximo. Vale a penar lembrar esse diálogo:
“A vocês crianças, eu pergunto: “Quem sabe quem é Deus?”. Levante sua mão. Diga-me? É isso aí! Criador da Terra. E quantos Deus existem? Um? Mas me disseram que são três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo! Como se explica isso? Existe um ou existem três? Um? Um? E como se explica que um é o Pai, o outro o Filho e o outro o Espírito Santo? Forte, forte! Certo. Eles são três em um, três pessoas em uma.
E o que faz o Pai? O Pai é o princípio, o Pai, que criou tudo, que nos criou. O que faz o Filho? O que faz Jesus? Quem pode dizer o que Jesus faz? Ele nos ama? E depois? Leva a Palavra de Deus! Jesus veio para nos ensinar a Palavra de Deus. Muito bem! E depois? O que Jesus fez na terra? Ele nos salvou! E Jesus veio para dar a Sua vida por nós. O Pai cria o mundo, Jesus nos salva. E o Espírito Santo, o que faz? Ele nos ama! Nos dá amor”!
Leia MaisReze a oração à Santíssima TrindadeDe uma maneira muito simples, o Papa ensina quem é Deus e é bom que nos esforcemos para ter corações simples como o das crianças para acolher o mistério de Deus. Por outro lado também é bom que nós, que já não somos mais crianças, busquemos entender um pouco mais sobre esse Deus Trindade.
E, para isso, o Catecismo nos diz: “As obras de Deus revelam quem Ele é em si mesmo e, inversamente, o mistério de seu Ser íntimo ilumina a compreensão de todas suas obras”. O mesmo Catecismo explica de uma maneira mais fácil: “Acontece o mesmo entre as pessoas humanas. A pessoa mostra-se em seu agir e, quanto melhor conhecermos uma pessoa, tanto melhor compreenderemos seu agir”.
Assim, para conhecer mais a Deus precisamos conhecer melhor as suas obras na história do mundo e na nossa história. Conhecer, por exemplo, a história de Deus com seu povo Israel, conhecer melhor a história de Jesus, conhecer melhor a Igreja, tudo isso nos ajuda a conhecer melhor a Deus. Mas também é importante lembrar que Deus Trindade já está em nossas vidas.
Por exemplo: quando fomos batizados, o fomos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Todas as missas começamos rezando também em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, depois cantamos o Glória que, se escutamos atentamente, percebemos ser um hino de louvor à Trindade. O Credo que rezamos depois da homilia está também dividido em partes que professam a fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Mas não só na missa nos lembramos da Trindade. É só lembrar todas as vezes que fazemos o Sinal da Cruz ou que rezamos essa pequena oração que diz: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo...”. Realmente estamos invadidos da Trindade no nosso dia a dia e hoje é um dia para lembrar disso, porque assim vamos conhecendo mais a Deus Trindade, vendo que Ele está próximo de nós, que a promessa de Jesus quando subiu aos céus (“Eis que eu estarei com vocês até o fim do mundo!”) está sendo cumprida e, dessa maneira, vamos mudando pouco a pouco as ideias erradas que possamos ter de Deus.
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