“Com a força do Espírito Santo, voltou Jesus para a Galileia, e sua fama espalhou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas deles e era glorificado por todos. Foi a Nazaré, lugar onde tinha sido criado. No sábado, segundo seu costume, entrou na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, encontrou a passagem onde estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres, mandou-me anunciar aos cativos a libertação, aos cegos a recuperação da vista, pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor”. Depois enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se. Todos na sinagoga tinham os olhos voltados para ele. Então começou a dizer-lhes: Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura diante de vós”.
(Lucas 4, 14-21)
Neste 3° Domingo do Tempo Comum, continuamos a aprender sobre a vida pública de Jesus, como foram seus primeiros passos e realizações.
O evangelista Lucas nos apresenta a atividade evangelizadora de Jesus cumprindo sua missão de mostrar o rosto do Pai e a vontade de Deus sobre a humanidade.
Padre Carlinhos, da Arquidiocese de Aparecida, explicou ao A12 que como Lucas pertencia a segunda geração cristã, precisou recorrer a pesquisa examinando documentos já escritos e “consultando os apóstolos que eram as testemunhas oculares e os evangelizadores que vieram depois a fim de escrever as tradições sobre Jesus e sobre a igreja nascente”.
No Evangelho deste domingo, Jesus revela sua missão divina e se apresenta como o cumprimento da Palavra. Ele, como qualquer israelita adulto, frequentava a sinagoga aos sábados para orações e leituras de textos do Pentateuco e dos Profetas. Os leitores eram membros instruídos da comunidade ou visitantes conhecedores das escrituras.
Ele então leu o livro do profeta Isaías e proclamou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres, mandou-me anunciar aos cativos a libertação, aos cegos a recuperação da vista, pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor”.
“O conjunto desses versículos do profeta Isaías explicam o sentido da palavra e da ação de Jesus. Ele é como um profeta anônimo ungido por Deus para consolar e restaurar a condição do povo que tinha voltado do exílio e se encontrava em situação lastimável. Jesus consola o povo que não encontra perspectivas e que vivia na condição de marginalizado. Os destinatários do anúncio do Evangelho são os povos”, explicou Pe. Carlinhos.
Quando Jesus proclama que o Espírito está sobre Ele, ali Ele reafirma que é a Boa Nova, que traz a alegria e a esperança aos povos.
“Note que a Palavra de Jesus sempre vem acompanhada com uma ação concreta. Dessa forma, o Evangelho nos ensina que a ação e a Palavra de Jesus devem continuar através da nossa ação a partir da palavra da igreja”.
Pe. Carlinhos ainda explica que o Ano da Graça que o profeta Isaías se referia, é o ano do jubileus que se celebrava em Israel a cada 50 anos. E que tinha como propósito permitir que todos que estavam endividados a ponto de perderem suas propriedades e liberdade pudessem reiniciar suas vidas. Nesse ano especial, todos podiam recuperar seus direitos perdidos e começar de novo.
Ele então nos convida a refletir: "Será que a nossa comunidade está disposta a acompanhar Jesus na sua missão? O que podemos fazer para concretizar esse seguimento a Jesus?"
É preciso crer, mas também é preciso agir. Não basta ouvir o que o Evangelho nos diz e não aplicar os ensinamentos em nossa rotina. Jesus falava e praticava o que pregava, é nele que devemos nos espelhar.
Acolher a Palavra é também aceitar os planos de Deus para nossa vida, tudo no tempo dele, da maneira que tem que acontecer, assim como aprendemos sobre a vida de Jesus. Sejamos missionários de Cristo!
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