O Senhor generoso que partilha a Vida!

"Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam" (Jo 6, 11)

O Evangelho deste domingo (28), novamente nos apresenta a generosidade de Deus preocupado em saciar a fome de vida de toda a humanidade. Jesus nos convida a repartir o Pão e a vida com todos os famintos de dignidade, de amor, de liberdade, de justiça, de paz e de esperança.

Os discípulos são convidados a deixar a lógica egoísta do mundo que nos leva a esconder os dons recebidos e a assumir a lógica divina da partilha, que propõe à doação plena pelos irmãos e irmãs.

São João inicia a narração fazendo um paralelo entre a páscoa judaica e a ação messiânica de Jesus. Se para os judeus a Páscoa era a festa da libertação, a ação de Jesus possui o mesmo efeito uma vez que Ele é apresentado atravessando um grande mar e curando (libertando) o povo de tudo que o oprimia. O Pão é alimento básico e essencial para todos os povos, é neste Evangelho é apresentado como sinal da ação divina.

O Pão espiritual e o material são oferecidos por Jesus à numerosa multidão que insistentemente o seguia. Um menino, na imensa multidão, atingido pela força da palavra de Jesus, decide oferecer o pouco que possuía para alimentar sua família. Jesus acolhe a doação e, dando graças ao Pai, distribui o pão que se multiplica milagrosamente. Assim, entendemos que Deus – mesmo podendo realizar tudo sozinho - escolhe sempre fazer isso através da colaboração da própria humanidade.

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Em muitas oportunidades, sonhamos com ações divinas grandiosas, e nós vamos esquecendo que Deus veio ao nosso encontro através da colaboração e do “SIM” livre de uma Mulher e que Ele Se manifesta na nossa ação generosa quando praticamos, sem propaganda, gestos de partilha, de solidariedade, de doação.

"Cada cristão, homem ou mulher, recolha os cinco pães e dois peixes, que podem ter nome de roupa, alimento, ajuda material, apoio, envolvimento em projetos sociais e caritativos, e ponha à disposição daquele que multiplica tudo o que generosamente é ofertado. Já pensamos em rever nossas gavetas e armários, onde guardamos o que pensamos ser útil e só serve para acumular coisas? Vale ainda o desafio, de que todos nós cristãos assumamos um compromisso, em primeira pessoa, de alguma iniciativa de caridade e serviço, de acordo com o que o Espírito Santo inspirar", diz Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém (PA).

Neste domingo, celebramos o Dia Mundial dos Avós e Idosos, instituído pelo Papa Francisco, uma oportunidade para retribuirmos, por meio do cuidado e zelo, tudo aquilo que recebemos deles enquanto crescíamos. O Santo Padre diz que celebrar esta data é “destacar como a solidão é, infelizmente, a amarga companheira na vida de muitos idosos, que muitas vezes são vítimas da cultura do descarte”.

Em artigo publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG) ressaltou a importância em cada um de nós doar nossa atenção para evitar a solidão de cada idoso.

"Há muito a se fazer para dar aos corações a oportunidade de vivenciar uma sensibilidade espiritual e emocional que reverte em ganho àquele que cuida. Põe-se o desafio de erradicar todo tipo de preconceito e hostilidades aos idosos, risco de mentalidades tortas que alimentam os embates entre gerações. Os idosos não roubam, jamais, o futuro dos jovens, mas sim, têm efetiva contribuição às suas vidas e projetos. O que pesa em relação aos cuidados para com os idosos precisa ser considerado como direito e retribuição por tudo aquilo que já fizeram e ofereceram".

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