O Santo Padre, Papa Francisco participou da Assembleia Plenária do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, na manhã desta quinta-feira (8), na Sala Clementina, no Vaticano. Na oportunidade, o pontífice destacou que “sem reforma litúrgica, não há reforma da Igreja”.
Ele explicou que é importante que a Igreja se preocupe em falar com todos:
“Uma Igreja que não sente a paixão pelo crescimento espiritual, que não tenta falar de uma forma que seja compreensível para os homens e mulheres de seu tempo, que não se entristece com a divisão entre os cristãos, que não treme com o anseio de proclamar Cristo aos povos, é uma Igreja doente. Esses são os sintomas de uma Igreja doente”. Leia Mais"Não se nega a bênção a ninguém", diz o Papa em entrevista
Francisco recordou o 60º aniversário da Sacrosanctum Concilium, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, criada durante o Concílio Vaticano II para “fazer com que a vida cristã dos fiéis cresça cada vez mais a cada dia”, abordando a necessidade de adaptação às necessidades dos tempos e favorecendo tudo o que pudesse “contribuir para a união de todos os crentes em Cristo” e a “chamar todos para o seio da Igreja”.
Diante disso, reconheceu que é “um profundo trabalho de renovação espiritual, pastoral, ecumênica e missionária”.
Quando se fala sobre a reforma da Igreja, surgem questões e preocupações por todas as partes, mas ressalta que essas mudanças sempre estarão diante de uma “questão de fidelidade esponsal”, e explica que “a Igreja Esposa será sempre mais bela quanto mais amar Cristo Esposo, a ponto de pertencer totalmente a Ele, a ponto de se conformar plenamente a Ele”.
O pontífice ainda falou sobre a importância da mulher na Igreja:
“A Igreja é mulher e a Igreja é mãe, e a Igreja é a figura de Maria e a Igreja-mulher, figura de Maria, é mais do que Pedro, ou seja, é outra coisa. Não se pode reduzir tudo à ministerialidade. A mulher em si mesma tem um símbolo muito grande na Igreja como mulher, sem reduzi-la à ministerialidade. É por isso que eu disse que toda instância de reforma da Igreja é sempre uma questão de fidelidade esponsal, porque há uma mulher”.
É importante formar leigos para que eles desempenhem seu papel com seriedade e competência na Igreja, além de também promover ações pastorais. O Papa insistiu na necessidade da “formação litúrgica” e ressaltou a importância que ela tem para todos.
“Não se trata de uma especialização para alguns especialistas, mas de uma disposição interior de todo o povo de Deus. Isso, é claro, não exclui que haja uma prioridade na formação daqueles que, em virtude do sacramento da Ordem, são chamados a ser mistagogos, ou seja, a tomar os fiéis pela mão e acompanhá-los no conhecimento dos santos mistérios”.
O pontífice também afirmou que é essencial que “os pastores saibam conduzir o povo ao bom pasto da celebração litúrgica, onde o anúncio de Cristo morto e ressuscitado se torna uma experiência concreta de sua presença transformadora da vida”.
E por isso pediu que: “no espírito de colaboração sinodal entre os Dicastérios, esperada na Praedicate Evangelium”, a formação litúrgica dos ministros ordenados seja “tratada também com o Dicastério para a Cultura e a Educação, com o Dicastério para o Clero e com o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica”, de modo que cada um possa oferecer “a própria contribuição específica”.
Francisco ainda explicou que é necessário pensar em “novos caminhos de formação” para o povo de Deus e que, a partir das realizações da Igreja, as pessoas “redescubram e aprofundem o significado de celebrar hoje o mistério da salvação”.
O Papa finalizou agradecendo a participação dos que trabalharam no Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e destacou a grande missão de “trabalhar para que o povo de Deus cresça na consciência e na alegria de encontrar o Senhor celebrando os santos mistérios e, encontrando-o, tenha vida em seu nome”.
Fonte: Vatican News
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