"A oração cristã é uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo. É ação de Deus e do homem; jorra do Espírito Santo e de nós, toda orientada para o Pai, em união com a vontade humana do Filho de Deus feito homem" (Catecismo da Igreja Católica, 2564).
Leia MaisRitual de espera: O significado do Advento na IgrejaA Igreja também nos orienta que seja qual for a linguagem da oração (gestos e palavras), é o homem todo que ora. Mas para designar o lugar de onde brota a oração, as Escrituras falam às vezes da alma ou do espírito ou, com mais frequência, do coração (mais de mil vezes), ou seja, se o coração estiver longe de Deus, a oração só se torna um conjunto de palavras ao vento.
Em artigo publicado no site oficial da Santa Sé, o Padre Gerson Schimdt, da Arquidiocese de Porto Alegre, ressaltou as inúmeras vezes que o povo de Deus busca sem cessar o rosto de Deus.
"Havia, no Antigo Testamento, uma concepção de que não poderia continuar vivendo o homem que visse a face de Deus. Todos buscamos ver o rosto de Deus, tal como Moisés. Cristo, na plenitude dos tempos, desvelou visivelmente o rosto invisível de Deus, outrora tão encoberto e escondido", disse o padre.
Ainda de acordo com o Catecismo, se o homem pode esquecer ou rejeitar a Deus, este, de sua parte, não cessa de chamar todo homem a procurá-lo, para que viva e encontre a felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço de sua inteligência, a retidão de sua vontade
É necessário que a graça do Espírito, o qual ensina a Jesus a dizer “Pai”, nos ensine também a dizê-lo com Jesus, da mesma forma e com o mesmo significado. Ou melhor, que seja Ele mesmo, o Espírito, a dizê-lo em nós, fazendo-nos uma só e mesma coisa com Cristo: "tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus” (Fl 2,5).
Como os monges cartuxos nos ensinam, nós seremos verdadeiramente crianças na presença de Deus, podendo assim acolher plenamente o dom do Reino, da verdadeira oração, apenas quando nos deixarmos crucificar pela humilhação de não saber e não poder viver esta vida nova do Reino com as nossas próprias forças.
A aceitação de nossa pobreza pessoal, física, psicológica e moral é o único meio pelo qual podemos receber a glória divina já presente em nós. Aceitando como humildade e confiança, essa pobreza perpétua se torna o lugar e o meio pelo qual podemos dizer a Deus Abbá (o Pai).
"O Espírito Santo se derrama e age no íntimo de cada de nós, atraindo-nos secreta e poderosamente para a Fonte de onde Ele mesmo emana, para o coração de Cristo e para o coração do Pai. O Espírito suscita e mantém viva em nossos corações essa sede da Água viva, essa saudade do Rosto do verdadeiro Deus.
Deus deixou-nos a sua imagem impressa. Deixou-nos em nosso íntimo com amor, amor inexplicável, a ‘memória’ de seu olhar. E desde esse momento o nosso coração está irrequieto, até reencontrar esse olhar amoroso. Nossa alma tem sede de Deus, está sedento desse rosto nostálgico", disse o Padre Gerson.
O sacerdote ainda diz que toda ação litúrgica é um grande mistério da Igreja onde é possível chegar ao ápice do mistério pascal de Cristo, pois desde o início da Igreja primitiva, com os apóstolos nos primeiros séculos já se celebrava a Eucaristia, que consistia no essencial que conhecemos até hoje que é: o Anúncio da Palavra e a Partilha do Pão.
“Na liturgia, a Igreja se manifesta em toda a sua esplendida e divina pobreza, porque ali se mostra em sua realidade mais profunda, como a Esposa que recebe tudo do Esposo. Na Liturgia, o rio eterno é derramado sem medida e nós podemos beber da sua Água diretamente na fonte.
Essa Água viva – o Espírito Santo de Amor – nos é dada na medida da nossa sede, na medida do nosso desejo, na medida da nossa pobreza e abertura interior. E que esse ardente desejo de ver o rosto do Amado, seja sempre a vontade mais fundamental e radical de nossa vida".
Padre Camilo Júnior e Padre Leandro Santos refletem a riqueza da Liturgia Eucarística
Fonte: Vatican News
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