Em 2024, o Evangelho lido nas Missas de domingo será, na maioria das vezes, aquele escrito por São Marcos, o mais antigo e mais breve dos quatro. Esse Evangelho, escrito em Roma, por volta do ano 64, não cita o nome do seu autor, mas o testemunho dos antigos autores cristãos nos garante que é São Marcos, cujo nome aparece em outros livros do Novo Testamento.
Pelos Atos dos Apóstolos, ficamos sabendo que seu nome completo era João Marcos, que ele morava em Jerusalém com sua mãe, chamada Maria, e que os cristãos costumavam reunir-se em sua casa. Na primeira viagem missionária de São Paulo, Marcos tomou parte como auxiliar, ao lado de seu primo Barnabé. Separando-se de Paulo, evangelizou com Barnabé a ilha de Chipre. Marcos aparece novamente ao lado de Paulo, quando este estava preso em Roma. Leia MaisConheça os símbolos de cada Evangelista e o que eles significam
Mas foi, sobretudo, a São Pedro, que Marcos acompanhou de perto na ação apostólica, prestando-lhe grande ajuda na pregação, como intérprete.
Em sua primeira carta, Pedro o chama “meu filho”, o que indica, sem dúvida, um afeto todo especial. Foi a pedido dos cristãos de Roma convertidos do paganismo que São Marcos resumiu a pregação de Pedro, elaborando assim o seu Evangelho, direcionado àquele público.
Nesse Evangelho de Marcos, Jesus é apresentado como Filho de Deus. Já na primeira frase, está escrito: “Começo do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. E no momento sublime do Calvário, o centurião romano proclama: “Na verdade, este homem era Filho de Deus”. A própria história de Jesus, suas palavras e atos, revelam sua condição divina. Seus milagres atestam que o Reino de Deus chegou. A multidão o acompanha cheia de admiração, ansiosa por ouvir seu ensinamento.
O ministério de Jesus é dividido em três etapas, segundo um critério geográfico: começa no norte, na Galileia, depois o Mestre viaja para outros lugares e nos seus últimos dias está em Jerusalém. Aí acontecem a última ceia, a condenação à morte, a paixão e ressurreição. São Marcos é um ótimo narrador, que sabe contar histórias de modo simples e atraente. Conservou-nos seis parábolas de Jesus e a descrição de dezoito milagres.
Ele termina seu Evangelho referindo que Jesus, antes de subir aos céus, deu aos Apóstolos a missão de ir por todo o mundo e proclamar o Evangelho a toda criatura. Foi o que fizeram, “agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). Por isso, temos certeza de que Ele abençoa com suas graças toda a nossa obra evangelizadora.
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