Mundo

A guerra, o horror, a morte: o rosto dos que sofrem

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

20 OUT 2023 - 11H13 (Atualizada em 20 OUT 2023 - 14H52)

Anas-Mohammed/ Shutterstock

Olhar a guerra pelas lentes de uma câmera não traz os mesmos sentimentos e experiências que aqueles que a estão vivenciando em suas vidas realmente. Observamos a partir do olhar de um repórter, que necessariamente não é imparcial, mas coloca sempre sua opinião e isso, pode ou não, influenciar o nosso modo de perceber o conflito. Leia MaisConflito entre Israel e palestinos: uma guerra que não tem fim“Toda guerra é uma derrota!”, diz o Papa sobre o conflito em Israel

O pior mal que a humanidade faz consigo mesma é a guerra. A busca desenfreada por terras e dinheiro é o que leva o homem à matar o seu semelhante, mesmo que este não lhe tenha feito nada.

Isso é clássico, não começaram com as terríveis guerras de independência dos Estados Unidos ou dos países da América Latina, nem com os terríveis conflitos da Primeira e Segunda Guerras mundiais, mas desde “sempre” o ser humano conflita com seu semelhante em busca de dominar o que é do outro.

O que poderíamos imaginar de um ser criado com liberdade? Um ser que tende para o mal (concupiscência)? A guerra é fruto da ganância e do orgulho de homens e mulheres à frente de nações, que não se contentam com as posses do outro e a almejam para si.

Os horrores da guerra não afetam apenas os soldados que lutam, mas afetam a todos aqueles que estão entre a ponta de um rifle e do outro. Entre um bombardeio e outro, há vidas que são perdidas, famílias que são destruídas, cidades que ficam em ruínas, a morte reina nos campos de batalha.

A pergunta que nos fica é como que o ser humano é capaz de causar tantos males para o seu semelhante e mesmo assim, não se comove com aqueles que estão no caminho do seu ódio contra o seu irmão?

O questionamento e a reflexão surgem em tempos de guerra, como a voz da consciência humana, mesmo que aqueles poderosos que estão à frente das guerras, não estejam nos campos de batalha, mas suas mãos estão tão manchadas de sangue quanto do soldado que puxa o gatilho contra famílias inteiras, contra inocentes, contra seus semelhantes.

A humanidade deve parar e questionar-se novamente sobre as causas das guerras. Não podem e não são apenas questões geopolíticas, territoriais, mas envolvem a religião de ambos os lados e nisso devemos estar atentos, pois uma religião que motiva a guerra, será que está realmente conectando o ser humano ao Sagrado? Tenhamos em mente o rosto daquelas crianças que perderam suas vidas por causa da nossa ganância.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Mundo

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