Recentemente, testemunhamos mais um triste episódio de violência que abalou a região do Oriente Médio. Um grupo extremista islâmico armado, conhecido como Hamas, lançou um ataque surpresa contra Israel, resultando em centenas de mortes e milhares de feridos.
Este conflito entre Israel e Palestina persiste há mais de 70 anos, e entender suas raízes complexas é essencial para termos um panorama da situação atual.
Leia MaisConflito entre Israel e palestinos: uma guerra que não tem fimOs intermináveis conflitos entre Israel e os palestinosOs ataques levados a cabo pelo grupo Hamas se concentraram principalmente no sul de Israel, com o lançamento de muitos foguetes em direção ao país.
O grupo extremista, ao reivindicar a ofensiva, alegou que esse era o início de uma grande operação para retomar territórios. As forças militares israelenses consideraram esse ataque como um dos maiores enfrentados nos últimos anos.
Para compreendermos bem a amplitude e as consequências desse conflito, precisamos voltar atrás no tempo. O conflito entre Israel e a Palestina é resultado de mistura de política com religião, que já acontece a décadas, deixando um rastro de mortes e sofrimento em ambos os lados. Quando esse conflito e quais as suas razões e motivações, é o que tentaremos agora explicar.
A criação do Estado de Israel e a exacerbação dos conflitos
O Oriente Médio é uma região muito “quente” sobre todos os aspectos e nela os conflitos sempre acontecem devido muito a sua posição geográfica, pois a Palestina, ou Terra de Canaã como era chamada, é uma região de passagem que faz a ligação entre África, Ásia e Europa tendo sido disputada e ocupada por quase todas as grandes civilizações da antiguidade.
Na era contemporânea a origem deste conflito remonta à criação do Estado de Israel, que desencadeou tensões que duram até hoje e parece as vezes sem solução. Na década de 1940, o movimento sionista ganhou força, defendendo a criação de um Estado judeu na Palestina, território que estava sob domínio britânico. Este desejo cresceu como uma resposta à devastação do Holocausto da Segunda Guerra que vitimou não apenas judeus, mas outros grupos humanos minoritários.
Em 29 de novembro de 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que propunha a divisão da Palestina em dois estados: um judeu e outro árabe. Os líderes judeus aceitaram essa resolução, mas os países árabes se opuseram. Nesse período, a região já abrigava cerca de 1,3 milhão de árabes e 600 mil judeus.
Com a retirada das tropas britânicas da Palestina, grupos sionistas iniciaram a organização do Estado judeu. Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, proclamou a formação do Estado de Israel. A sessão da ONU que deliberou a partilha das terras entre Palestina e Israel foi presidida pelo diplomata e político brasileiro Oswaldo Aranha (1894-1960). Esse evento marcou o início de um conflito complexo e de longa data na região.
A Diáspora Judaica e a ocupação do território da Palestina
Depois do governo do rei Salomão as doze tribos de Jacó se dividiram em dois reinos: Israel, formado pelas dez tribos do norte e Judá, formadas pelas duas tribos do sul. O conflito e as disputas entre os dois reinos promoveram a sua vulnerabilidade o que facilitou as invasões estrangeiras. Israel foi dominada pelos assírios, enquanto Judá manteve sua independência até ser dominado pelos mesopotâmicos em 596 a.C.
Apesar de alguns curtos períodos de paz, outras dominações se seguiram, incluindo a de Alexandre, o Grande, e depois a submissão ao Império Romano em 63 a.C., que transformou a Judeia em uma de suas províncias.
A persistência da cultura judaica sob o domínio romano perdurou até o ano 70 d.C., quando aconteceu a destruição de Jerusalém e a diáspora judaica. Ao longo dos séculos os judeus se espalharam por vários países pela Europa, enfrentando mil dificuldades.
O antissemitismo e as guerras europeias impulsionaram uma onda de imigração no início do século XX, levando os judeus para as Américas, especialmente para os Estados Unidos, Argentina e Brasil. Essa diáspora histórica e o espírito antissemita que se criou em várias partes do mundo ajudam a entender os eventos que culminaram no conflito contemporâneo entre Israel e a Palestina.
A divisão de terras organizada pelas Nações Unidas entre judeus e palestinos após a Segunda Guerra nunca foi aceita plenamente, primeiro porque as terras dos antigos reinos estavam ocupadas em sua maioria pelos árabes palestinos. Isso provocou intensos protestos da parte dos árabes, que protestaram contra a presença de Israel naquelas terras.
As nações árabes vizinhas, mesmo com suas diferenças e divisões internas, por diversas vezes se uniram num esforço comum atacando Israel, com a intenção de exterminá-lo, mas todas as vezes foram derrotadas. Isto fez crescer ainda mais a hostilidade duradoura entre Israel e seus vizinhos árabes. O território israelense é muito pequeno, menos que os menores estados brasileiros. O país é cercado por nações árabes como a Jordânia, Síria, Arábia Saudita, Iraque e Egito, vivendo num continuado estado de vigilância.
Diferenças entre judeus e árabes
Os judeus se consideram descendentes de Isaac, o filho da promessa de Deus a Abraão. Eles são monoteístas e acreditam em Javé, único Deus vivo e verdadeiro. Israel se considera o povo escolhido por Deus, do qual surgiria o Salvador, Jesus Cristo.
Por outro lado, excluem os árabes por serem descendentes de Ismael, também filho de Abraão, mas filho de uma mulher escrava, portanto, ilegítimo. Como Isaac era o filho prometido que herdaria as bênçãos divinas feitas a Abraão, surgiram rivalidades entre os dois filhos.
Apesar de sua expulsão, Ismael não desapareceu da história sagrada e nem ficou sem bênçãos, pois Deus tinha um propósito e um destino reservados para ele. O Messias, descendente de Isaac, seria também o Salvador dos outros descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra. Apesar disso, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos dos descendentes de Isaque, e essa hostilidade persiste até agora.
A rápida expansão do islamismo que dominou toda a região do Oriente Médio e seus átrios com os judeus lançou mais um ingrediente nessa histórica já bastante conturbada. Hoje a cidade de Jerusalém também considerada uma cidade sagrada pelos cristãos de rito romano, de rito ortodoxo, pelos judeus e pelos islamitas.
Uma paz possível?
A história e o passado que envolve Israel e a Palestina, com as raízes que remontam a Abraão, Isaac e Ismael mostram que o conflito entre judeus e árabes palestinos está enraizado em séculos de narrativas entrelaçadas. A história judaica, suas promessas divinas e a diáspora moldaram uma nação, enquanto a história árabe também é marcada por suas próprias experiências e tradições.
De quem olha essa história de fora, há uma interpretação de que a tão desejada paz somente virá a partir de um diálogo construtivo, baseado no respeito mútuo e no esforço conjunto. A coexistência de nações tão diferentes do ponto de vista histórico, cultural e religioso numa região tão pequena somente acontecerá se houver de fato um compromisso sério de todos os envolvidos e ainda da comunidade internacional.
Oremos à Virgem Maria pedindo por paz
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