Com uma população de 6,3 milhões de habitantes, correspondente mais ou menos à população do estado de Santa Catarina, dos quais 1/3 vive na capital, Manágua, e ocupando uma área de 129 mil km², a Nicarágua, situada entre o Oceano Pacífico e o Mar do Caribe, é um dos pequenos países da América Central.
Período colonial e independência
As terras da Nicarágua foram ocupadas, como toda a região, no século XVI, fazendo parte do vasto Império Espanhol que conquistou e passou a dominar a região. Na maior parte de sua história a Nicarágua esteve unida à capitania Geral da Guatemala até conseguir a independência da Espanha em 1821, quase ao mesmo tempo do ocorrido no Brasil.
Desde a sua independência, o país passou por continuados períodos de instabilidade política, ditaduras e crises até chegar aos tempos modernos com a ditadura da família Somoza e a Revolução Sandinista.
Revolução e um país arrasado
A Revolução Sandinista foi um movimento iniciado em 1978, se estendendo até 1990, capitaneado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), fundada em 1962. O nome do movimento faz referência ao líder Augusto César Sandino (1895-1934), que já havia resistido à ocupação da Nicarágua pelos EUA entre 1912 e 1933.
Depois de uns 40 anos em que a Família Somoza esteve direta ou indiretamente no poder, em 1978, os Sandinistas chegaram ao poder, depois de quase duas décadas de violenta luta que se espalhou por todo o país.
Com a vitória se fez a instituição de uma Junta de Governo de Reconstrução Nacional, composta por cinco membros, tendo como coordenador a Daniel Ortega, atual ditador do país. Apesar de haver certo equilíbrio entre as diversas forças na Junta a crise logo se instaurou e, em 1985, a Junta foi dissolvida e Daniel Ortega se tornou presidente da república.
Os longos anos de luta fizeram com que o país e sua economia ficassem completamente destroçados, com uma dívida externa alarmante. Até hoje o país não se recuperou totalmente e o índice de pobreza é muito grande.
Em 1990, foram realizadas novas eleições presidenciais com a vitória de Violeta Chamorro, um dos membros independentes da antiga Junta Nacional, pondo fim ao período mais conturbado da história nicaraguense.
Daniel Ortega que havia governado o país na década de 1980, após a vitória da revolução sandinista, voltou ao poder em 2007. Desde então, segundo seus críticos, instaurou a ditadura e o nepotismo ao lado de sua esposa como vice-presidente.
A guinada autoritária aconteceu por volta de 2018. O presidente que governa o país com mão de ferro monitora a imprensa, prende e expulsa os opositores para fora do país e condena os membros da Igreja e das empresas por não responderem aos interesses da nação.
Reforma política e concentração de poderes
Recentemente o Congresso da Nicarágua, que é controlado pelo presidente, aprovou uma reforma constitucional que concedeu mais poderes ainda a Daniel Ortega e à sua esposa, Rosario Murillo. O mandato presidencial foi ampliado de cinco para seis anos e o cargo de vice-presidente foi elevado ao grau de co-presidente.
A nova constituição também formaliza a retirada da nacionalidade das pessoas que forem consideradas como “traidores da pátria”, como o governo fez com cerca de 450 críticos e opositores nos últimos anos e legitima a opressão aos líderes e organizações religiosas.
A Igreja na Nicarágua
O cristianismo chegou junto com Cristóvão Colombo e em 1524, já se construía a primeira igreja pelos Frades Franciscanos. O primeiro bispo foi nomeado em 1527. A história da Igreja na Nicarágua, assim como a do país, é um misto de períodos de paz e períodos de conflitos e perseguições.
As tensões com Daniel Ortega são provenientes ainda do tempo da luta sandinista. No início, as relações eram bem próximas, porque membros do clero e do episcopado serviram de mediadores quando a Frente Sandinista derrubou a ditadura de Anastasio Somoza em 1979. Graças à Igreja muitos presos políticos foram libertados e a população civil recebia assistência.
Essa proximidade durou pouco e no início dos anos 1980, a Igreja Católica começou a se afastar denunciando a arbitrariedade da junta governamental presidida por Ortega.
Antes, a ala mais conservadora da Igreja havia ficado ao lado da antiga elite em sua oposição ao governo. Essa ala também defendeu a intervenção dos Estados Unidos que combatia o Movimento dos “Contras” durante o governo dos presidentes Reagan e Bush. Este é um dos motivos da atual perseguição do Governo Ortega contra a Igreja que é chamada por ele de golpista.
Esta pressão visa forçar a hierarquia católica a apoiá-lo, dando-lhe a legitimação que ele não conseguiu nas urnas porque os opositores foram presos ou expulsos do país para facilitar sua eleição. A opinião pública interna e externa cada vez mais tem se voltado contra ele por causa da situação complicada pela qual passa o país.
Entre abril de 2018, quando teve início a pressão do Estado, até 2022, a Igreja Nicaraguense já sofreu cerca de 200 ataques. Além de o regime tentar controlar a educação religiosa do país com intervenção nos colégios e na Universidade Católica, em 2022 expulsou o Núncio Apostólico do país, prendeu padres e bispos, fechou as rádios católicas, proibiu procissões e outros atos religiosos públicos.
Organização da Igreja. Hoje a Nicarágua tem 391 paróquias, 235 sacerdotes diocesanos e 176 religiosos, além de 93 irmãos e 922 irmãs. O catolicismo é seguido por 58,5% da população. Em termos de circunscrições eclesiásticas no país existe uma arquidiocese com sede na capital, Manágua, e oito dioceses.
O Papa João Paulo II esteve duas vezes no país, quando visitou a região. A primeira em 1983 e a segunda em 1996. A violência do governo gera protestos entre a população, nos governos e nos organismos internacionais, mas até agora tem surtido pouco efeito. O futuro do país é uma incógnita e a população passa por grande sofrimento, privada de bens e de assistência religiosa.
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