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Coreia do Sul reza pela reconciliação e a unidade das Coreias

"O que podemos fazer é a nossa conversão”, afirma dom Simon Kim Jong-gang, presidente do Comitê de Reconciliação Nacional da Conferência Episcopal Coreana

Escrito por Redação A12

20 JUN 2024 - 08H15 (Atualizada em 20 JUN 2024 - 11H10)

Instagram/@seoul.catholic

O dia 25 de junho tem uma conotação diferente aos católicos sul-coreanos. É o dia da Oração pela Reconciliação e Unidade Nacional celebrado desde 1965 na Igreja do país asiático.

É um momento especial em que toda a comunidade católica coreana invoca a paz entre a Coreia do Norte e Coreia do Sul, diante da lembrança do fatídico dia 25 de junho de 1950, há 74 anos, em que a Coreia do Norte invadiu o Sul com apoio da União Soviética e da China, na intenção de reunificar o país, estabelecendo um único regime comunista em toda a península.

O dia adquire maior importância visto as relações entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estarem cada vez mais distantes da paz e reconciliação. Todos os canais de diálogo estão fechados e o acordo militar de 19 de setembro de 2018, concebido para evitar confrontos acidentais, foi parcialmente suspenso pelo governo de Seul.

Esse pacto visava reduzir as tensões ao longo da fronteira inter-coreana, por meio da remoção de minas terrestres, postos de guarda, armas e pessoal em ambos os lados da fronteira e também por meio da criação de zonas tampão militares conjuntas.

“O que podemos fazer agora que as relações intercoreanas estão à beira do colapso?”, pergunta dom Simon Kim Jong-gang, presidente do Comitê de Reconciliação Nacional da Conferência Episcopal Coreana. “O que podemos fazer é a nossa conversão. É refletir se realmente tratamos nossos irmãos na Coreia do Norte como 'compatriotas' nestes anos de divisão. Devemos começar a nossa nova jornada com um coração humilde e um espírito de conversão sincera. Isto porque a verdadeira unidade pode ser alcançada quando nos esforçamos para mudar a nós mesmos, com um coração acolhedor e compreensivo para com os outros”.

Neste espírito, os fiéis da Coreia do Sul iniciaram uma novena especial em preparação ao Dia de Oração, que inclui também a celebração de dois simpósios com o mesmo intuito. A novena de oração, que começou no dia 17 de junho, prossegue até ao dia 25 em todas as paróquias do país, e cada comunidade recita fielmente a mesma “Oração pela reconciliação e unidade nacional”, divulgada pela Conferência Episcopal, antes e depois de cada Missa.

Preocupado, Dom Simon Kim Joo-young diz que “quase vimos desaparecer a esperança de que os conflitos possam ser resolvidos por meio do diálogo e da cooperação, pois parece que é enfatizada apenas a segurança por meio do uso da força militar. Em uma situação muito difícil, é preciso pedir a ajuda de Deus e é preciso que os leigos tomem a iniciativa para a perspectiva de reabrir um canal de diálogo, de paz.”

Ahn Jae-hong, presidente da Associação do Apostolado Leigo Católico da Coreia, afirma a este respeito, que como católico, “não posso aceitar a insistência apenas na 'paz por meio da força' enquanto testemunho todos os horrores da guerra Ucrânia-Rússia e da guerra Israel-Hamas. Faremos com que a nossa voz seja ouvida para pedir e trabalhar pela melhoria das relações”.

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Fonte: Vatican News

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