Um voo especial trouxe para a Itália as primeiras 11 crianças gravemente doentes ou feridas durante os bombardeios e combates na Faixa de Gaza. Elas possuem patologias ortopédicas, hematológicas e neurológicas, muitos estavam em tratamento desde antes da guerra e que, atualmente, era impossível.
A iniciativa de trazer crianças de Gaza para a Itália para receber assistência teve o apoio do vigário da Custódia da Terra Santa, Padre Ibrahim Faltas, que possui um trabalho pastoral especial com as famílias que vivem na incerteza dos conflitos constantes.
"Finalmente conseguimos enxergar o sorriso nos olhos dessas crianças. Elas estão felizes porque saíram do inferno, como nos disseram. Para essas famílias, vir para a Itália era um sonho, agora conseguiram". Disse, emocionado, Padre Faltas durante um encontro com jornalistas na tarde de terça-feira (30), em um dos hospitais que receberam as crianças. Todos estão sendo tratados nos mais importantes hospitais pediátricos da Itália.
O vigário da Custódia da Terra Santa afirmou que das 100 crianças na lista, até agora 11 com 13 acompanhantes conseguiram assistência médica na Itália.
“É claro que, para eles, isso agora é uma esperança, embora, infelizmente, seja apenas uma gota em comparação com o grande problema que existe. Sentimos a necessidade de cuidar deles, com um sentimento de proximidade, independentemente da religião ou de outros fatores, porque isso é vida, e nós somos a favor da vida sempre".
Leia MaisCom ajuda do Papa, brasileiros resgatados de Gaza chegam ao BrasilCrianças rezam pela paz em GazaSacerdote brasileiro fala sobre evangelização na Faixa de GazaO avião chegou ao aeroporto militar de Ciampino na noite de segunda-feira (29). Enquanto aguardava a chegada dos pequenos no voo. Padre Faltas não conteve sua emoção pelo que definiu para o Vatican News, como um primeiro sinal de paz, que precisa de escuta e humildade.
O franciscano reiterou sua gratidão ao povo italiano. "A Itália é o primeiro país da Europa a receber crianças de Gaza que, de outra forma, não poderiam ser tratadas. A Itália sempre esteve próxima a essa causa, nós pedimos e eles aceitaram. Quando as crianças estiverem realmente curadas, poderão retornar ao seu país".
Padre Faltas aproveitou o momento para reforçar o pedido de dizer basta a guerra. “Há mais de 26.000 pessoas que perderam a vida e outras 65.000 feridas que não têm possibilidade de serem tratadas porque os hospitais foram destruídos. Portanto, a comunidade internacional deve intervir para acabar com essa guerra”.
O embaixador do Estado da Palestina na Santa Sé, Issa J. Kassissieh, em nome da liderança Palestina e do povo palestino, também agradeceu a todos os que fizeram esse gesto em nome das crianças, que agora estão fora do cenário cruel.
E fez questão de citar o quanto o Papa Francisco "reza por nós, pela Terra Santa, pela paz, e como ele imediatamente pediu um cessar-fogo, ajuda humanitária, a abertura das fronteiras e uma solução de dois Estados. Esperamos sair dessa situação horrível, rumo à nossa liberdade".
Fonte: Vatican News
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