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Cristãos em Gaza resistem e se refugiam em paróquia após ordem de evacuação

"Não queremos abandonar nossa paróquia", afirma pároco em Gaza

Escrito por Redação A12

12 NOV 2024 - 09H46 (Atualizada em 12 NOV 2024 - 10H30)

Anas-Mohammed/Shutterstock

Pe. Gabriele Romanelli, responsável pela Igreja Sagrada Família em Gaza, expressou profunda preocupação e a determinação da pequena comunidade cristã local diante das ordens de evacuação emitidas pelo exército israelense. “Não queremos deixar a nossa paróquia”, declarou o sacerdote ao L'Osservatore Romano, reafirmando o desejo dos cristãos em permanecer em suas casas e evitar serem “amontoados com outros dois milhões de palestinos deslocados que não têm mais nada e vivem em tendas”.

A situação é cada vez mais crítica, em que há sons constantes de helicópteros e explosões, especialmente em áreas onde ainda restavam algumas famílias cristãs. No entanto, após ordens de evacuação mais intensas, muitos destes cristãos buscaram abrigo em duas igrejas da região: a católica e a ortodoxa.

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Entre os locais afetados estão a sede da Caritas e o centro de formação São Tomás de Aquino, ambos localizados cerca de quatro quilômetros ao norte da Igreja da Sagrada Família, a única igreja católica da região. Com ordens para evacuar rumo ao sul, esses espaços de apoio à comunidade já estavam quase vazios devido a obras de reforma, mas a proximidade das tropas israelenses gera apreensão entre os moradores.

“Quatro quilômetros é uma breve distância”, observou o padre Romanelli. “Sabemos que as tropas logo estarão perto de nossas casas, e é por isso que há uma enorme tensão em nossa comunidade, mesmo que ainda não tenhamos recebido uma ordem direta de evacuação.”

Apesar de não haver um comunicado definitivo para a saída dos cristãos que estão sob proteção da Igreja da Sagrada Família, a comunidade recebeu uma mensagem das Forças de Defesa de Israel (IDF) indicando que a área é uma “zona vermelha” e designando corredores para o sul. No entanto, a decisão de partir não é fácil, como explica o padre:

“As nossas famílias não querem sair… Por que deveríamos? Nenhum de nós está envolvido no conflito. O que nossos cristãos fariam no sul, junto a outros dois milhões de deslocados que vivem em tendas?”

O padre Romanelli, que mantém viva a esperança de uma resolução pacífica, em que apesar da guerra, prioriza a educação de crianças e jovens, concluiu ressaltando a importância de que a situação dos cristãos de Gaza seja conhecida fora do Oriente Médio. “Confio, como sempre, na capacidade de intervenção de nosso Patriarca (Cardeal Pierbattista Pizzaballa)”. O padre também mantém proximidade com o Papa Francisco, que faz ligações regulares.

Fonte: Vatican News

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