Em sua locução feita na cidade de Trieste, Itália, que recebia a sua visita no dia 07 de julho de 2024, o Papa aproveitou a ocasião para pedir que os políticos evitem o populismo e trabalhem juntos para fortalecer a sociedade e combater a apatia dos eleitores, estimulando a democracia.
Assim disse o Papa:
“É evidente que a democracia não goza de boa saúde no mundo de hoje.”
Papa Francisco
A fala do Papa coloca-se no contexto da preocupação com o avanço dos movimentos extremistas, sobretudo, aqueles ligados a grupos e partidos de direita em vários países do mundo, como é o caso da França, que passou por eleições legislativas no domingo, dia 07 de julho.
Preocupa também a fragilidade do atual presidente dos EUA, candidato à reeleição, que foi muito mal no primeiro debate na televisão e o avanço do candidato do partido opositor, um dos mentores da extrema-direita no mundo. Os próprios membros do partido do presidente estão pedindo a sua renúncia e a indicação de um candidato que possa oferecer melhores possibilidades de eleição.
Os termos extrema-direita ou extrema-esquerda têm aparecido com mais frequência nos noticiários nos últimos tempos. Trata-se de posicionamentos políticos extremos, radicais, com o extremismo de direita em geral estando relacionado com o nacionalismo. Esse movimento trabalha a exaltação da nacionalidade nos seus aspectos religiosos, culturais e históricos, levando, em muitos casos, à proposição da superioridade em relação a outras culturas e até mesmo a comportamentos de preconceito e xenofobia.
O extremismo direitista propõe um discurso religioso que aliena as pessoas, ficando quase sempre num sentido mais conservador e “espiritualizante”, sem muito pé na realidade e com aversão a uma atuação mais social da religião. Neste discurso, o termo “comunista” é sempre usado para cooptar as mentes menos preparadas.
Uma ideologia que preocupa
A ideologia da extrema-direita é preocupante porque sua plataforma se baseia em vários elementos que já vimos acontecer por aqui, nos últimos anos.
O movimento é caracterizado pelo discurso gerado no “gabinete do ódio”, que se responsabiliza também pela disseminação das famigeradas fake news. Seu discurso se coloca contra a legalidade das eleições, por exemplo, com cerradas críticas ao sistema eleitoral e ao uso das urnas eletrônicas. Se recordam que, tanto nos EUA quanto entre nós, o resultado das urnas foi questionado porque não beneficiava o seu candidato?
A extrema-direita faz uma grande pressão visando a desmoralização das instituições mais representativas da sociedade, que são a garantia da democracia. Além disso, pratica a agressão contra os profissionais e órgãos de imprensa não alinhados e favorecem a liberdade para grupos que agem às margens da lei e da sociedade que trabalham pela eliminação de opositores.
Na Europa e nos EUA, os movimentos radicais defendem o fechamento das fronteiras pela construção de muros e proteção eletrônica, vendo os imigrantes como uma ameaça, sendo por isso mesmo, indesejados.
Tanto em países da Europa, como França, Inglaterra, Holanda, Alemanha, quanto nos EUA, onde esse movimento está mais evidente, percebe-se que a maior motivação que o alimenta é a insatisfação de parte da população com a situação econômica.
A preocupação tem crescido muito na França, por causa da proximidade das Olimpíadas e uma possível ação violenta desses grupos radicais.
Os movimentos de caráter extremista defendem a construção de governos totalitários, com líderes populistas, que facilmente caem nas graças da população, que tem sua opinião manipulada com muita frequência, pois são hábeis em atuar pelas redes sociais e em falar aquilo que as pessoas querem ouvir.
Se você gosta de história, pesquise o contexto do mundo nas décadas de 1920/1930 do século passado para você perceber como que uma situação muito parecida com a que vivemos agora possibilitou o surgimento do nazi/fascismo e a entrada do mundo na Segunda Guerra Mundial.
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