A Coreia do Norte é frequentemente apontada em relatórios como o pior país para ser cristão. O país enfrenta um regime comunista que suprime a liberdade religiosa e transforma a prática da fé em um ato clandestino e perigoso.
Sob a ideologia “Juche”, um culto à personalidade dos líderes da dinastia Kim, a fé cristã é considerada uma ameaça ao Estado, levando à perseguição daqueles que ousam professá-la.
Segundo o relatório “Perseguidos, mas não Esquecidos” da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), cristãos norte-coreanos repatriados da China enfrentam punições severas.
“Os que tiveram contato com cristãos enquanto estiveram fora são enviados para campos de prisioneiros políticos. Para eles, é como uma sentença de prisão perpétua sem liberdade condicional”, descreve o documento.
Embora seja muito difícil calcular o número real de cristãos ou a extensão da sua fé, estima-se cerca de 0,38% da população, o que equivale a pouco mais de 98 mil pessoas, sejam cristãos, afirma o relatório.
Pe. Philippe Blot faz parte das Missões Estrangeiras de Paris e vive na Coreia do Sul há 34 anos. Em entrevista para o Vatican News, compartilhou seu testemunho sobre a situação no país: “Após a divisão da Coreia em 1953, massacraram todos os padres e cristãos que restavam. Expulsaram Deus. Hoje, a religião é vista como uma forma de contrapoder, algo que o regime de Kim Jong-Un não tolera.”
Apesar de décadas de opressão, sinais de fé cristã permanecem na Coreia do Norte, porém, transmitidos em segredo. “Os cristãos precisam viver escondidos, falando em sussurros. Pais ensinam as crianças pequenas a nunca comentarem nada sobre a vida em casa, por medo de serem denunciados”, explica o padre.
Para evitar a denúncia, Bíblias são substituídas por chaves USB que contêm textos sagrados, cânticos e catequeses, mas o risco é constante: “Se forem encontrados com esses materiais, podem ser presos ou mortos”, alerta Pe. Philippe.
Mesmo em condições extremas, cristãos continuam a resistir. Testemunhos como o de Illyong Ju, um desertor norte-coreano que encontrou a fé após escapar para a China, revelam a força da esperança. “Conheci uma irmã que evangelizou oito pessoas enquanto estava presa. Isso nos dá fé de que aqueles que sofrem pela repatriação se tornarão membros extraordinários do Povo de Deus.”
Pe. Philippe destaca a resiliência dessa Igreja: “Esses cristãos nos lembram os das comunidades das catacumbas na Roma antiga. Sem clero ou estruturas, rezam como forma de libertação. Sua coragem e fé são testemunhos extraordinários.”
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Na Coreia do Sul, a Igreja Católica se mobiliza em oração e ações concretas pela reunificação e pela sobrevivência dos cristãos do Norte. “Rezamos em nossas comunidades todas as noites, às 21h, para que eles perseverem”, conta o padre.
Além disso, celebrações mensais são realizadas na fronteira e uma marcha pela paz e pela reunificação reúne leigos, religiosos e sacerdotes coreanos na Paróquia da Paz, em um reforço pela solidariedade.
A esperança é de que, no futuro, a liberdade religiosa seja restaurada no Norte. “Se o regime comunista cair, a Igreja está pronta para enviar sacerdotes e voluntários para ajudar imediatamente”, conclui Pe. Philippe.
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Fonte: Vatican News, ACI Digital, ACN
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