Cada ano, a Igreja se une ao mistério de Jesus no deserto, durante quarenta dias – Quaresma – vivendo um tempo de penitência e austeridade, de conversão pessoal e social, especialmente pelo jejum, a esmola e a oração, conforme o Evangelho de Mateus (Mt 6, 1-6.16-18), proclamado na Quarta-feira de Cinzas, em preparação às festas pascais.
São cinco domingos mais o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, que inicia a Semana Santa, também chamada Semana Maior.
É este um tempo forte e privilegiado, em que fazemos nosso caminho para a Páscoa, renovando nossa fé e nossos compromissos batismais, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos. Tal austeridade deve se manifestar no espaço celebrativo, nos gestos e símbolos, como também no canto, para depois salientar a alegria da ressurreição, que transborda na Páscoa do Senhor:
check A cor roxa, as cinzas e a cruz lembram o caráter penitencial, de conversão;
check O espaço celebrativo deve ser sóbrio, sem ornamentação nem flores no altar;
check Não se recita nem se canta o “Glória”, assim como o “Aleluia”, que são aclamações jubilosas, marcadas pela festa e alegria, o que não combina com a Quaresma.
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check É tempo de favorecer o silêncio musical. Por isso, os instrumentos devem acompanhar os cantos de forma discreta, somente para sustentar o canto. Um teclado ou um violão apenas, silenciando os demais, para manifestar o caráter penitencial desse tempo. Sua função é apenas “prática”, na medida do necessário, para apoiar o canto;
check Cada tempo litúrgico tem seus cantos próprios; assim também a Quaresma. Cantos que expressem o conteúdo, os temas, a Palavra de Deus, enfim o aspecto do mistério pascal que celebramos. É preciso saber escolher bem os cantos que acentuem a conversão, o perdão, a fraternidade e solidariedade, a vida, a luz, inspirados no Evangelho do dia. Mas sempre com os horizontes voltados para a Páscoa de Jesus, mistério central que celebramos em nossas liturgias.
check Neste tempo, acontece no Brasil, já há mais de 40 anos, a Campanha da Fraternidade, que propôs, durante muito tempo, também cantos apropriados ao tema de cada ano, o que foi uma riqueza, mas também limitou o repertório dos cantos quaresmais. Desde 2006, está havendo um esforço para se cantar o espírito e a liturgia da Quaresma, compondo-se um Hino, que pode ser cantado no final da celebração.
check Cantos tradicionais e que já estão na memória do povo devem fazer parte do repertório: "Pecador, agora é tempo..." "O vosso coração de pedra..." "Prova de amor maior não há..."
check Leia MaisExperimentar o deserto na vida espiritualPapa Francisco: Toda vez que confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa!Gestos cristãos para viver em cada dia da QuaresmaNão se canta o Abraço da Paz, mas se valoriza o canto que acompanha a fração do pão, o “Cordeiro de Deus”, pois Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. O “Senhor, tende piedade de nós” também deve ser valorizado, além das aclamações e pequenos refrãos orantes. O chamado canto final pode ser omitido, deixando o povo sair em silêncio.
check É importante intensificar o silêncio, criando um clima orante já antes do início da celebração e ao longo da mesma. Sobretudo no Ato Penitencial, na Oração da Coleta, entre as leituras, durante a Narrativa da Última Ceia, após a Comunhão.
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