Quando pensamos no verbo “evangelizar”, logo vem à nossa cabeça ações como aulas, leituras, estudos, entre outras atividades que envolvem a Bíblia e alguém explicando o Evangelho. Mas o ato de evangelizar está em diversos detalhes que às vezes nem nos damos conta que, com eles, também estamos evangelizando ou sendo evangelizados.Leia MaisFamílias de acolhimento e sua missão na JMJJMJ 2023: Jovens são convidados a cuidar da Casa Comum
Um exemplo do trabalho de evangelização é a atividade que envolve os reclusos do presídio de Paços de Ferrera, Porto e Coimbra. São eles os responsáveis por produzir os confessionários do Parque do Perdão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa.
Ao todo, 150 confessionários foram produzidos nas alas de carpintaria dos presídios. O trabalho dentro dos presídios é uma forma cuidar também do psicológico dos presos, já que exercem atividades para passar o tempo e refletir.
O Parque dos Perdões é o local que será reservado para os peregrinos que desejam se confessar na JMJ. É um nome de grande reflexão para os detentos que estão trabalhando na confecção dos confessionários, já que é necessário pedir perdão a Deus, para que eles consigam retornar para as suas vidas após cumprirem suas penas.
Fernando Pinto Correia é um dos reclusos responsáveis por esse trabalho de marcenaria e ele conta à organização da JMJ que sempre foi católico e que vai à Missa no presídio. Ele contou ainda que gosta de realizar esse trabalho.
“Gosto de estar trabalhando aqui, entretenho-me e passa muito tempo. Venho pra cá e aprendo mais um bocado”.
José Antônio da Silveira, diretor do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, conta que mesmo com os imprevistos durante o processo de criação e construção dos confessionários, este tipo de projeto é importante para os reclusos:
“É uma forma de mostrarmos à comunidade, à sociedade, que aqui dentro se fazem coisas boas”.
E completou explicando os homens que estão nas prisões são capazes de fazer coisas boas:
“Normalmente, quando se fala de um estabelecimento prisional, aquilo em que as pessoas que não conhecem a realidade pensam, é sempre em coisas negativas. E não. Fazem-se coisas muito boas aqui dentro, temos homens muito capazes, homens muito competentes, pessoas com muita vontade de cumprir a pena deles e de não voltar pra cá”.
Conhecendo um pouco a história por trás da construção de cada confessionário é mais um motivo para que os jovens se sintam tocados a participar deste momento tão importante da JMJ, se reaproximando de Deus ao pedir perdão por seus pecados.
Fonte: JMJ Lisboa 2023
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