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A evangelização na produção dos confessionários da JMJ

Reclusos da prisão de Paços de Ferreira, Porto e Coimbra são os responsáveis pela fabricação dos confessionários

Escrito por Laís Silva

02 JUN 2023 - 14H45 (Atualizada em 02 JUN 2023 - 15H36)

JMJ Lisboa / Reprodução

Quando pensamos no verbo “evangelizar”, logo vem à nossa cabeça ações como aulas, leituras, estudos, entre outras atividades que envolvem a Bíblia e alguém explicando o Evangelho. Mas o ato de evangelizar está em diversos detalhes que às vezes nem nos damos conta que, com eles, também estamos evangelizando ou sendo evangelizados.Leia MaisFamílias de acolhimento e sua missão na JMJJMJ 2023: Jovens são convidados a cuidar da Casa Comum

Um exemplo do trabalho de evangelização é a atividade que envolve os reclusos do presídio de Paços de Ferrera, Porto e Coimbra. São eles os responsáveis por produzir os confessionários do Parque do Perdão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa.

JMJ Lisboa / Reprodução
JMJ Lisboa / Reprodução


Ao todo, 150 confessionários foram produzidos nas alas de carpintaria dos presídios. O trabalho dentro dos presídios é uma forma cuidar também do psicológico dos presos, já que exercem atividades para passar o tempo e refletir.

O Parque dos Perdões é o local que será reservado para os peregrinos que desejam se confessar na JMJ. É um nome de grande reflexão para os detentos que estão trabalhando na confecção dos confessionários, já que é necessário pedir perdão a Deus, para que eles consigam retornar para as suas vidas após cumprirem suas penas.

Fernando Pinto Correia é um dos reclusos responsáveis por esse trabalho de marcenaria e ele conta à organização da JMJ que sempre foi católico e que vai à Missa no presídio. Ele contou ainda que gosta de realizar esse trabalho.

“Gosto de estar trabalhando aqui, entretenho-me e passa muito tempo. Venho pra cá e aprendo mais um bocado”.

JMJ Lisboa / Reprodução
JMJ Lisboa / Reprodução

José Antônio da Silveira, diretor do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, conta que mesmo com os imprevistos durante o processo de criação e construção dos confessionários, este tipo de projeto é importante para os reclusos:

“É uma forma de mostrarmos à comunidade, à sociedade, que aqui dentro se fazem coisas boas”.

E completou explicando os homens que estão nas prisões são capazes de fazer coisas boas:

“Normalmente, quando se fala de um estabelecimento prisional, aquilo em que as pessoas que não conhecem a realidade pensam, é sempre em coisas negativas. E não. Fazem-se coisas muito boas aqui dentro, temos homens muito capazes, homens muito competentes, pessoas com muita vontade de cumprir a pena deles e de não voltar pra cá”.

Conhecendo um pouco a história por trás da construção de cada confessionário é mais um motivo para que os jovens se sintam tocados a participar deste momento tão importante da JMJ, se reaproximando de Deus ao pedir perdão por seus pecados.

Fonte: JMJ Lisboa 2023

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