Em 9 de agosto, é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994, para homenagear e reconhecer as tradições destes povos e promover a conscientização sobre a inclusão dos povos originários na sociedade, alertando sobre direitos e reafirmando as garantias previstas na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nosso país tem quase 900 mil indígenas em todos os estados.
No Brasil, tradicionalmente o Dia dos Povos Indígenas é celebrado no dia 19 de abril. O antigo Dia do Índio teve o nome alterado a partir de um projeto de lei apresentado em 2019, aprovado no Congresso Nacional e sancionado pela Presidência em 8 de julho de 2022, mudança que reconhece a diversidade cultural destes povos, destacando que cada povo tem sua própria história, tradições e modos de vida.
A luta pela causa dos indígenas é um compromisso da Igreja Católica, com ações que visam criar um espaço de discussão, inclusão e visibilidade, com o objetivo de se unir a eles, que são patrimônio da humanidade e guardiões da floresta.
Amor e respeito pelos indígenas
Presente na 60ª Assembleia Geral da CNBB em 2023, Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho (RO), falou ao A12 sobre as ações que a Igreja desenvolve para defender a dignidade de nossos irmãos e irmãs indígenas:
“O nosso desafio é superar uma mentalidade preconceituosa, onde não vemos pessoas nos povos indígenas. Condenamos suas culturas, línguas e espiritualidades, e nós, como Igreja, reconhecemos os pecados que cometemos em relação ao caminho percorrido durante mais de 500 anos aqui no Brasil. Mas, a partir também do Concílio Vaticano II e do encontro de Santarém, em 1972, a Igreja retoma uma nova parceria e compromisso com a defesa dos povos, dos seus territórios e direitos originários, com base na Constituição de 1988”.
Dom Roque também falou que todas as esferas da sociedade podem ajudar estes povos, que sofrem há tempos com a desigualdade, as explorações e a violência.
“Muitas vezes, o Estado brasileiro estava indiferente a respeito dos povos indígenas. Queira Deus que agora, com o Ministério próprio e também com a responsabilidade da Funai, possamos ter passos significativos, com as terras sendo demarcadas e registradas, e mais ainda, a vida sendo respeitada!
Como o Papa disse em janeiro de 2018, nunca os povos indígenas estiveram tão ameaçados, sendo preciso que não fiquemos indiferentes! Temos uma responsabilidade com tudo isso: o nosso coração não pode ficar indiferente com a dor desses mais de 300 povos originários. Por isso, hoje é uma data tão rica para nosso país, e queira Deus que, pela força do Espírito Santo, saibamos construir novas relações para que estes povos sejam respeitados!”.
Igreja apoia as causas dos povos originários
Dom Mario Antônio da Silva, arcebispo de Cuiabá (MT), durante a Assembleia Geral, enfatizou que as datas não sejam apenas uma lembrança, mas sim o reconhecimento da sabedoria e da riqueza com que os indígenas podem contribuir com a sociedade atual.
“Creio que o dia de hoje nos faz refletir na necessidade de reconhecer o protagonismo dos povos indígenas e comunidades tradicionais, reconhecer a sabedoria das comunidades indígenas e beber dessa fonte, até mesmo para descobrir soluções para muitos problemas que vivemos em nosso planeta, principalmente na questão da preservação ambiental”.
Dom Mário também ressaltou que é preciso um olhar mais atento aos indígenas, para que eles continuem a ser povos organizados e respeitados, tendo grupos e entidades para apoiarem suas causas.
“Temos três frentes, como todos acompanharam. Primeiro, as comunidades indígenas, a necessidade do respeito e do cuidado, de maneira integral com as pessoas que lá estão. Segundo, um apoio aos garimpeiros, que de lá tiveram que sair, e, ao mesmo tempo, encontrarem espaço de trabalho e sustento, também a necessidade de projetos sociais para sustentabilidade para aqueles que deixaram suas ocupações e atividades lá no garimpo ilegal. E terceiro, a recuperação da natureza e dos espaços degradados, sejam rios e florestas e até mesmo os animais! Veja, é uma temática que requer de nós um olhar muito atento, porém, um olhar com esperança, desde que reconheçamos o protagonismo e a sabedoria dos povos indígenas”, finalizou o Arcebispo.
Saiba mais sobre o povo indígena Karipuna
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