Leia MaisPresidência da CNBB faz balanço da gestão nos últimos quatro anosDevotos de São Benedito visitam Santuário NacionalA12 Conecta: “No caminho para a santidade”Os bispos do mundo inteiro se reúnem frequentemente para analisarem e tomarem decisões sobre os rumos da Igreja Católica.
Em alguns desses encontros, o Santo Padre, Papa Francisco, está presente e, em outras ocasiões, não necessariamente ele precisa participar.
Dentro da história, nos Atos dos Apóstolos, umas das primeiras questões que a Igreja enfrentou foi a admissão de convertidos à fé cristã (cf. Atos 15). Haviam opiniões diferentes sobre qual decisão tomar.
Os primeiros bispos da Igreja reuniram-se, portanto, em Jerusalém para discutir o assunto. Uma decisão final foi tomada após muito debate e, como resultado, os convertidos gentios não precisavam mais ser circuncidados ou seguir vários aspectos da lei de Moisés.
Desde então, essa reunião de bispos foi chamada de “Concílio de Jerusalém” e foi vista como um protótipo para todas as reuniões de bispos em que as decisões tinham que ser tomadas para o benefício da Igreja.
O último desses concílios foi o Concílio Vaticano II, realizado em outubro de 1962.
Mas, ao longo dos séculos, desenvolveram-se outros tipos distintos de reuniões de líderes da Igreja: Concílios, Sínodos, Assembleias, Consistórios e Conclaves.
Mas você sabe qual a diferença das nomenclaturas desses encontros? O A12 te ajuda a entender:
Concílio
De acordo com o livro “História dos 21 Concílios da Igreja: De Niceia ao Vaticano II”, um Concílio Geral consiste numa reunião formal de representantes da Igreja, junto com o Papa, para tomar decisões dogmáticas e pastorais, que possam ajudar no crescimento da Igreja, na eliminação dos erros e na difusão das verdades da fé.
Em dois mil anos de existência, a Igreja reconhece 21 Concílios Gerais e ainda acrescenta o chamado “Concílio de Jerusalém”, como parte da Tradição da Igreja e dos seus ensinamentos.
Não há nenhuma regra para que um Papa convoque um Concílio, ou seja, a constituição de um Concílio geralmente nasce de uma necessidade eclesial ou do desejo do Papa em solucionar certas crises na Igreja.
Sínodo
O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa São Paulo VI, em 15 de setembro de 1965, sendo um dos frutos do Concílio Vaticano II, buscando promover a colegialidade episcopal, a participação e a comunhão na vida da Igreja. Presidido pelo Papa, o Sínodo dos Bispos conta com a Secretaria Geral e com o Conselho Ordinário, composto de 21 bispos representando os cinco continentes.
Cada Assembleia Sinodal Ordinária reúne bispos representantes das Conferências Episcopais de todo o mundo, mas não os bispos todos, pois não se trata de Concílio Ecumênico. Participam representantes de cada Conferência Episcopal.
Embora o Sínodo seja sempre dos Bispos, desde a sua instituição, é prevista a participação de outras pessoas, seja qual for o tipo de Assembleia Sinodal. São nomeados pelo Papa clérigos, religiosos e leigos, conforme o tema a ser tratado. São convidados ainda os “delegados fraternos” representando diversas Igrejas cristãs.
A Assembleia Sinodal é realizada sempre no Vaticano, presidida pelo Papa durante as três semanas. No final, os “padres sinodais” aprovam um texto conclusivo, que tem sido chamado Documento Final, anteriormente denominado Proposições, entregue ao Papa no final da Assembleia, pois cabe a ele ratificar e decidir a respeito de sua publicação. Além disso, após cada Sínodo, o Santo Padre tem elaborado a chamada “Exortação Apostólica Pós-Sinodal”, documento que reúne as contribuições do Sínodo que ele considerar conveniente propor para toda a Igreja.
Cada Sínodo tem três fases. Não se trata somente da Assembleia Sinodal, mas de um caminho sinodal: a fase de preparação; a fase “celebrativa”, que é a realização da Assembleia; e a fase pós-sinodal ou de “atuação. Em cada etapa, temos um texto de referência.
Na fase pré-sinodal, publica-se, primeiramente, o Documento Preparatório, antes conhecido como Lineamenta. A seguir, vem o Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho), que procura recolher dados, reflexões e propostas pastorais levantadas no mundo todo, se for Assembleia Ordinária, ou em uma área geográfica, se for Assembleia Especial. O Instrumentum Laboris serve de referência para as intervenções que os participantes fazem durante o Sínodo, mas cede lugar a um outro texto aprovado no final, o Documento Final, que pode ser bastante diferente do Instrumento de Trabalho.
No pontificado do Papa Francisco, a etapa pré-sinodal tem sido bastante valorizada e ampliada, de modo a permitir maior participação da Igreja e não somente dos membros do Sínodo. Ele tem enfatizado a importância da escuta e do diálogo no itinerário sinodal.
“Sínodo” é um termo grego traduzido por “caminhar juntos”. O Papa Francisco quer envolver, neste caminhar juntos, não somente os bispos, mas toda a Igreja.
Assembleia
Discussões, estudos e decisões em torno de um tema central, escolhido previamente, além de várias reflexões de realidades apresentadas pelos próprios bispos, a partir das suas experiências vividas nas dioceses e arquidioceses espalhadas pelo Brasil. Cada bispo traz na bagagem suas vivências pastorais, conquistas e dificuldades para serem partilhadas com os demais.
Mesmo com realidades muito diferentes, seja da evangelização nos grandes centros urbanos ou em pequenas comunidades rurais, a linguagem e o espírito pastoral dos bispos se tornam únicos, pois expressam visivelmente a unidade na diversidade.
Segundo o artigo 27 do Estatuto Canônico da CNBB, a Assembleia, órgão supremo da CNBB, “é a expressão e a realização maiores do afeto colegial, da comunhão e corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”.
Reúne-se ordinariamente, uma vez por ano e, extraordinariamente, quando para fim determinado e urgente, sua convocação for requerida (cf. art. 31 Estatuto Canônico da CNBB).
.:: Veja o que é um Consistório
.:: Conclave: como é feita a escolha de um novo Papa
Fonte: CNBB
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