Há mais de três décadas existe o debate sobre a legalização de bingos, cassinos, caça-níqueis e o jogo do bicho no país.
Leia MaisCNBB e Dioceses brasileiras iniciam Campanha para a EvangelizaçãoSaiba quais Santos brasileiros estão na nova tradução do Missal O projeto de lei 442/91 visa permitir a realização dos jogos a partir de um marco regulatório, estabelecendo regras como taxações comerciais, licenças para estabelecimentos e pagamento de impostos.
Assim, atualiza a lei vigente, de 1946, que determina a proibição da prática, sob o argumento de que são considerados degradantes para o ser humano.
A proposta, apreciada pela Câmara dos Deputados no início de 2022, passou por uma votação acirrada com aprovação: 246 votos a favor e 202 contra e aguarda atualmente a votação no Senado Federal.
Existem preocupações em relação à segurança, e também aos riscos sociais e econômicos associados aos jogos de azar. A dependência é um problema sério que pode levar a dificuldades financeiras, problemas de saúde mental e desestruturação familiar. Além disso, existem preocupações com a lavagem de dinheiro, crime organizado e a corrupção que podem acompanhar esta indústria.
Por causa dessas inquietações, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirma sua posição contrária ao projeto de lei na segunda-feira (11).
“O voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo à vida, à família e a seus valores fundamentais. O Brasil não precisa disso!”, afirmam os bispos.
Na nota divulgada pela Conferência Episcopal, na íntegra neste link, é rebatido o argumento do projeto, que a liberação dos jogos poderá aumentar a arrecadação de impostos e criação de postos de trabalho.
“Diversas instituições de Estado alertam que os cassinos podem facilmente transformar-se em instrumentos para que recursos provenientes de atividades criminosas assumam o aspecto de lucros e receitas legítimas”.
Ainda é reafirmado que o jogo compulsivo é considerado uma patologia no Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O sistema altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão. Enquanto isso, as organizações que têm o jogo como negócio prosperam e seus proprietários se tornam cada vez mais ricos. A autorização do jogo não o tornará bom e honesto. A CNBB, portanto, reafirma a rejeição a este Projeto de Lei e a qualquer outra iniciativa que pretenda regularizar os jogos de azar no Brasil”.
Neste vídeo, Dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, reforça o entendimento da entidade a respeito da prática
Fonte: CNBB
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