156 milhões de eleitores estão aptos para irem até as urnas neste ano para definirem quem serão seus prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Durante o período eleitoral, muito se fala sobre a importância do voto e o poder que ele tem de melhorar a realidade de um bairro, de uma cidade ou mesmo de um país inteiro. Cada voto importa, e os conselhos mais ouvidos pelo eleitorado remetem, quase sempre, à escolha entre as candidatas e os candidatos apresentados.
Entre tantas opções, quais critérios utilizar na hora de escolher para onde vai o voto? De acordo com o que a Igreja Católica no Brasil e no mundo nos orienta, veja seis dicas para escolher bem os representantes de nossas cidades.
CNBB lançou documento tirando dúvidas sobre o pleito
Nesta semana, a Assessoria de Relações Institucionais e Governamentais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) preparou um documento com orientações a respeito do papel da Igreja nas eleições.
Frei Jorge Luiz Soares da Silva, responsável por esta assessoria, explica que o documento foi formulado a partir das perguntas que chegam à Conferência sobre a visão que a Igreja tem da política.
"Nós procuramos responder, exatamente dentro daquilo que é a orientação da Igreja, sobretudo a partir da encíclica Fratelli Tutti, e com base naquilo que é a Doutrina Social da Igreja, apontando a política como um meio necessário para a construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária, e também respondendo exatamente à forma como a Igreja atua, não no campo de promoção direta e imediata de algum candidato, mas exatamente procurando apresentar os pilares, aquilo que é uma reflexão sadia a respeito da política para que possa ajudar aos eleitores na escolha dos seus candidatos".
No documento (que aqui você confere na íntegra) um ponto importante que muitos perguntaram para a CNBB é sobre a possibilidade de padres e bispos atuarem diretamente na política, seja na promoção de algum candidato, seja na própria candidatura, disputando alguma vaga em algum dos cargos públicos.
"O Código de Direito Canônico, onde estão as normas e regulamentos que abrangem todos os aspectos da vida e da organização da Igreja, incluindo a administração dos sacramentos, a estrutura hierárquica, os direitos e deveres dos fiéis, no cânone 285 § 3, afirma que 'Os clérigos estão proibidos de assumir cargos públicos que importem a participação no exercício do poder civil'. Essa norma deixa claro que é vedada aos clérigos a participação no pleito eleitoral, como candidato ao exercício de qualquer poder civil".
Que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo
A intenção de oração do Papa Francisco para este mês de agosto é justamente para os políticos, e ele ressaltou que os cristãos, especialmente os leigos, são chamados a participar da vida política, para poder construir uma sociedade mais justa e solidária.
“Agradeçamos aos muitos políticos que desempenham sua tarefa com vontade de servir, não de poder, todos seus esforços pelo bem comum. Rezemos para que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo, trabalhando pelo desenvolvimento humano integral, trabalhando pelo bem comum, cuidando dos que perderam seu emprego e dando prioridade aos mais pobres”.
A importância de estar bem informado
Em diversas cartilhas oferecidas ao povo de Deus, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos exorta que o cidadão, especialmente no período eleitoral, precisa estar atento e saber filtrar as informações que recebe.
Antes de compartilhar alguma notícia, verifique detalhes como autor, data, leia a notícia toda, pesquise em outros sites… Após essa verificação, se for uma notícia falsa, temos que denunciar!
Denuncie a corrupção eleitoral
Quando o candidato doa ou oferece, promete ou entrega ao eleitor, bens ou vantagens pessoais de qualquer natureza, tendo como objetivo o voto, tanto o candidato que compra quanto o eleitor que vende o voto cometem crime eleitoral.
O candidato fica inelegível por oito anos. O político e o eleitor podem pegar até quatro anos de prisão pela prática. Procure o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da sua cidade, caso você receba alguma proposta ou souber de alguma informação.
Não desistir do voto consciente
Os bispos católicos do Estado do Rio de Janeiro (Regional Leste 1 – CNBB), em mensagem publicada no Domingo de Pentecostes, afirmam que, mesmo com a frustração e desânimo por soluções que não vemos chegar, é motivo para ainda buscar a consciência e valores cristãos na hora do voto.
“Desta escolha dependem, por exemplo, a defesa e a promoção da vida desde a concepção até a morte natural, valorização da família, acesso à educação básica de qualidade, ensino religioso confessional plural, garantir o acesso de todas as pessoas à saúde integral, cuidado do meio ambiente, moradias dignas em lugares seguros e olhar humano para a população em situação de rua. Essas são algumas das questões importantes que deverão ser administradas por aqueles que elegeremos. Consequentemente, deverão ser candidatos com ficha limpa e postura ética, não participando de processos questionáveis para a aquisição de votos”.
Acompanhar os eleitos durante seus mandatos
Em junho deste ano, bispos do regional Nordeste 3 orientaram qual a nossa tarefa como cidadãos após a nossa escolha consciente de prefeitos e vereadores.
“Os valores cristãos são inspiração para a atuação a serviço do bem comum. Além de escolher os candidatos, é também nossa tarefa acompanhar seus mandatos e perceber se há empenho dos mesmos em realizar aquilo que propuseram no período de campanha. Tão importante quanto eleger é acompanhar a atuação política do eleito de maneira cidadã”.
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