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Conselho de Igrejas Cristãs reflete reconhecimento mútuo do batismo

Desafios e possibilidades sobre a validade do sacramento entre as instituições

Escrito por Redação A12

25 JUL 2024 - 11H40 (Atualizada em 25 JUL 2024 - 12H53)

Vatican Media

Em 15 de novembro de 2007, as Igrejas Católica, Anglicana, Luterana, Presbiteriana e Ortodoxa, que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) assinaram um ato que reconhece de forma mútua a validade do Batismo administrado nestas respectivas Igrejas.

“Administramos o Batismo com água e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para remissão dos pecados, de acordo com a intenção e a ordem de Cristo (Mt 28, 18-20). Com este mútuo reconhecimento excluímos a possibilidade de rebatismo, em caso de passagem de membros de uma Confissão para outra. Damos graças a Deus por este vínculo básico de unidade que nos é dado e pedimos a assistência do Espírito Santo para vencermos as divisões e nos comprometemos a prosseguir na jornada em prol da perfeita unidade cristã”, diz um trecho do documento.

Leia MaisPapa: "Batismo é o nosso nascimento para Deus"A Comissão Teológica do CONIC promoveu um encontro entre os dias 17 e 18 de julho, com representantes das igrejas para discutir e refletir sobre os desafios e possibilidades do reconhecimento, nesses quase 17 anos após a assinatura deste ato. A baixa efetividade deste processo gerou frustrações e também é uma das principais razões para esta reunião.

Os membros do Grupo de Reflexão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estiveram presentes no encontro, entre eles o Arcebispo de Passo Fundo (RS), Dom Rodolfo Weber, assessor da Comissão para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, Padre Marcus Barbosa, a irmã Raquel Colet, da Companhia das Filhas da Caridade; Padre Volnei Carlos, do Clero da Arquidiocese de Curitiba; e o Padre Elias Wolff, membro da Comissão Teológica do CONIC.

Dom Rodolfo avaliou o encontro como positivo e ressaltou o clima de diálogo aberto e respeitoso.

“A partilha sobre os fundamentos teológicos do Sacramento do Batismo permitiu aprofundar a compreensão desta ponte que une os cristãos. Como também foi importante partilhar as diferentes orientações pastorais para administrar o sacramento do batismo nas Igrejas membro do CONIC. Existem normas diferentes sobre os padrinhos e testemunhas do batismo nas Igrejas que precisam ser respeitadas. E uma das formas mais respeitosas de fazer isto é torná-las conhecidas pelas Igrejas”.

Padre Marcus Barbosa disse que o encontro, sob a coordenação do CONIC, expressa um importante passo dado pelo movimento ecumênico no Brasil.

Nos dias que estivemos juntos, ao rezarmos e refletirmos sobre o documento, nos sentimos fortemente comprometidos a torná-lo mais conhecido e vivido pelas nossas igrejas. O reconhecimento mútuo do Sacramento do Batismo entre as Igrejas-Membro do CONIC concretiza o nosso seguimento de Jesus Cristo e nos faz avançar na caminhada em prol da unidade cristã”.

CONIC
CONIC


O que foi refletido sobre o Sacramento?

Os participantes foram divididos em grupos para trocar experiências sobre como o Ato de Reconhecimento Mútuo do Batismo contribuiu para o aprofundamento da vivência ecumênica e entender quais situações em que este ato não foi plenamente considerado. Um dos pontos que foram revelados é que conflitos ocorreram devido ao desconhecimento das teologias e doutrinas das outras igrejas.

“Percebemos que estes fatores não estão relacionados à compreensão doutrinária do batismo, que é a mesma entre as igrejas-membro, mas sim a regulamentações específicas de cada igreja”, explicou a pastora Romi Bencke, secretária-geral do CONIC.

Através de discussões abertas e honestas, as igrejas podem fortalecer seus laços e promover a unidade na diversidade, oferecendo um testemunho comum de acolhida, paz e reconciliação para a sociedade brasileira.

 “Houve ricas trocas de experiências que nos enriquecem mutuamente, e confirmou a unidade já existente na fé batismal, o que cria uma base consistente para o diálogo sobre o que ainda diverge na doutrina cristã”, finalizou o padre Elias Wolff.

Padre Ferdinando Mancílio reflete sobre o batismo


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