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Dezembro Vermelho: junte-se à luta contra a AIDS

O último mês do ano é dedicado à conscientização, prevenção e combate ao HIV

Escrito por Isabela Araujo

01 DEZ 2022 - 15H58 (Atualizada em 01 DEZ 2023 - 11H01)

Shutterstock/ Chinnapong

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Em meio à Sociedade da Informação, em que o acesso é fácil e essencial para uma grande parcela da sociedade, a desinformação, as fake news e a perpetuação de tabus ainda prejudicam muitas pessoas.

Um exemplo de como os tabus contribuem para a desinformação e afetam negativamente a sociedade é a falta de discussão e desinformação sobre a AIDS, que vem acometendo a sociedade há muitos anos.

De acordo com dados divulgados UNAIDS, programa das Nações Unidas voltado para o combate à AIDS, desde 1996, ano de pico de contaminação, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 54%.

Tal dado evidencia a importância de abordarmos sobre a doença, pois quanto mais falamos sobre algo, mais informação, consciência e prevenção geramos, enquanto quando ocultamos algo ou excluímos alguma realidade, ela se torna latente e preocupante, como o caso de pico ocorrido em 1996.

Entretanto, vale destacar que a situação ainda merece atenção, pois, mesmo com a diminuição de casos, e a possibilidade de ter qualidade de vida após o diagnóstico, a doença ainda esta presente em nossa sociedade.

No último ano, 1,5 milhão de pessoas no mundo se tornaram recém-infectadas por HIV (dados divulgados pela UNAIDS), desta forma, é importante tratarmos sobre alguns pontos principais sobre a transmissão da doença.

Shutterstock/ AS photostudio
Shutterstock/ AS photostudio

O que é?

AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma infecções sexualmente transmissíveis, sendo o estágio mais avançado da infecção pelo vírus HIV. O HIV, por sua vez, é um vírus que ataca as células de defesa do corpo, deixando o organismo vulnerável a doenças, desde as mais simples até as mais graves e que, se tratado adequadamente, não evolui para a Aids.

Como se contrai a doença?

- transmissão vertical, quando a mãe infecta o feto pela placenta, parto ou/e amamentação;

- relação sexual (oral, anal ou vaginal ) sem preservativo com pessoa infectada;

- contato direto com sangue infectado;

- transfusão de sangue contaminado;

- contato com objetos cortantes ou perfurantes contaminados que não foram devidamente descartados ou esterilizados .

Como não se contrai a doença?

- Beijo na boca;

- Contato entre peles, como abraço e aperto de mão;

- Partilha de objetos, como talheres, copos, sabonete, toalhas e afins;

- Suor ou lágrima;

- Relação sexual com utilização correta de preservativo

Como se prevenir?

- Utilização de preservativo em toda e qualquer relação sexual, seja ela oral, anal ou vaginal;

- Não dividir e/ou reutilizar objetos cortantes ou perfurantes que tenham contato com o sangue, como seringas, bem como descartar esses objetos no local adequado;

- Receber transfusão de sangue apenas previamente testado;

- Quando gestante, fazer testagem para o HIV;

- Incluir no check-up a testagem para o HIV;

- Em caso de possível exposição ao vírus, buscar ajuda médica para a realização da Profilaxia Pós-Exposição (PPE), prevenção por meio de medicamentos antirretrovirais para impedir o estabelecimento do vírus no organismo.

Shutterstock/ Art Stocker
Shutterstock/ Art Stocker


Dezembro Vermelho

A campanha, instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização mundial em prol da prevenção e combate do vírus HIV, Aids, bem como outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

De forma abrangente, a ação visa algumas ações, como eventos de conscientização, campanha nas mídias, palestras, atividades educativas e afins.

“É preciso que sejam adotadas as medidas práticas já comprovadas para acabar com a AIDS.

Isto inclui a ampliação do acesso aos serviços mais adequados e de melhor qualidade para o tratamento, diagnóstico e prevenção do HIV.

Significa, também, a necessidade de mais recursos financeiros.

São necessárias melhores legislações e a implantação de políticas e práticas voltadas para eliminar o estigma e a discriminação que afetam as pessoas vivendo com HIV, sobretudo aquelas em situação de vulnerabilidade. (...)

Todas as pessoas têm o direito de ser respeitadas e incluídas. - trecho da mensagem de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, para o Dia Mundial da AIDS 2022.

SewCream / Shutterstock
SewCream / Shutterstock


Para Valéria de Siqueira, Enfermeira Especialista em Controle de Infecção Hospitalar, a data é uma importante forma de conscientização e alerta.

“A Aids, até o momento, é uma doença que não possui cura, portanto, é necessária uma proteção eficiente contra ela. Ao criar um Dia Mundial de Combate à Aids, o objetivo foi chamar a atenção sobre esse problema, desde sua prevenção até seu tratamento, e acabar com o preconceito. Não existem mais grupos de risco para a doença como se falava no passado, hoje sabemos que temos o comportamento de risco que pode nos levar a adquirir o vírus., explica Valéria.

A enfermeira ainda deixa uma mensagem importante para quem testar positivo ao HIV

"Em caso de positivo para HIV saber que o vírus tem controle e que com o tratamento disponível por ATRV (antirretrovirais) pode-se ter uma vida comum sem a doença AIDS e as infecções oportunistas. Com o avanço do tratamento, os pacientes ficam com carga viral indetectável que é a contagem de vírus inferior a 40 cópias por ml de sangue, essas pessoas que vivem com o vírus do HIV, se aderirem ao tratamento podem sentir-se confiantes de que, não transmitirão HIV para seus parceiros sexuais, podendo também realizar planejamento familiar com mais tranquilidade.

Para as pessoas que, por qualquer razão, não estejam com a carga viral indetectável, deve ser reforçado que o preservativo é um método eficaz de prevenção e que temos disponível a profilaxia pré-exposição (PrEP) para uso pelo parceiro HIV negativo. No caso de exposição acidental a uma possibilidade de uma contaminação por HIV, seja por um preservativo que rompa/rasgue, ou agulha de um possível indivíduo contaminado por HIV ou desconhecido, os Atendimentos de Urgência possuem o protocolo PEP (Profilaxia pós exposição ao risco de contaminação pelo vírus do HIV) disponível para toda população, onde o exposto recebe um tratamento profilático por 28 dias para não adquirir a contaminação, caso a fonte esteja contaminada", explica Valéria.

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