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Dom Leonardo Steiner: “O jejum torna-se caminho de retorno”

Celebração que marcou o encerramento da 59ª Assembleia Geral da CNBB, nos lembrou que o jejum é o caminho para um relacionamento esponsal com Deus

Escrito por Lais Silva

02 SET 2022 - 19H24 (Atualizada em 05 SET 2022 - 10H17)

Gustavo Cabral

A 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, aconteceu de 28 de agosto a 2 de setembro, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida.

A Santa Missa desta sexta-feira, 2 de setembro, às 18h, marcou o encerramento desta grande reunião do episcopado brasileiro. A celebração foi presidida pelo Cardeal Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e concelebrada pelo também Cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, e os bispos da Amazônia Legal.

Em sua reflexão, dom Leonardo Steiner, explicou que o Evangelho nos desperta para o jejum, quando perdermos a convivialidade e a razão do viver, quando rejeitamos o jejum prescrito sem a força da espera e da transformação.

Perdemos o cuidado e o cultivo da proximidade, da maturação de uma relação de amor. A presença do esposo pede e exige sempre uma maior maturidade, despojamento, liberdade, sintonia, pois é uma relação santificadora onde somos sempre mais revestidos do esposo”.

O Cardeal lembrou ainda o que disse São Paulo: “Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim”, (Gálatas 2, 20), reforçando que na proximidade com Deus, o jejum se torna apenas uma norma, uma regra e “talvez nem mesmo necessária”. Ele ainda enfatizou que jejuar apenas por jejuar, não é um relacionamento com o Senhor.

“Jesus ao nos dizer que jejuar por jejuar não desperta para a grandeza e a nobreza do seu seguimento. Fala que sua presença é o alimento e a plenificação da nossa vida. No entanto, na ausência do esposo jejuaremos”.

Jejuar é se expor ao Senhor sem barreiras, sem interferências. É estar entregue, aberto a transformação e caminhando em direção ao relacionamento esponsal com Deus.

“Assim como Jesus pendido na cruz, vazio de si, num verdadeiro jejum, num abandono suave, sofrido, se expõe ao Pai: “em tuas mãos eu entrego o meu Espírito”. E assim aconteceu o esponsal definitivo. Sim, no jejum da relação, na possibilidade de uma intimidade transformativa, vida nova e ressurreição”.

Dom Leonardo Steiner recordou que a ausência de Deus, causa vazio e saudade, mas não é a saudade que nos leva ao jejum e a transformação. Pois “o jejum torna-se caminho de retorno” e esse retorno nos leva ao relacionamento pleno com Deus.

A ausência do esposo nos leva a saudade, saudade do tempo da Graça, saudade do tempo do amor. Não é a saudade que desperta o jejum e somos levados a buscar o perdão e sermos recebidos mais vez no convívio do esposo”.



59ª Assembleia Geral da CNBB

Gustavo Cabral
Gustavo Cabral

Chegou ao fim a etapa presencial da Assembleia Geral da CNBB, com muitas noticias boas para o futuro da Igreja no Brasil. Durante seis dias, bispos de todo o Brasil, se reuniram em Aparecida para debater temas importantes para a Igreja Católica e para a sociedade como um todo.

Na sessão de encerramento o episcopado falou sobre o Congresso Eucarístico que acontecerá em Goiânia, em 2027, sobre a Conferência Episcopal da Amazônia (CEAMA), e os cardeais brasileiros Dom Leonardo Steiner e Dom Odilo Scherer, falaram sobre o consistório e as reuniões com os demais cardeais e o Papa Francisco.

Na Missa de encerramento, dom Leonardo Steiner lembrou que os bispos vivenciaram uma saudade e poder retornar ao encontro presencial foi muito importante, ainda mais em um momento de celebração dos 70 anos da CNBB.

“Ao encerrarmos a nossa 59ª Assembleia Geral, na qual tínhamos saudade, foi assim que experimentamos quase um jejum e mais uma vez nos reunimos e percebemos quantas necessidades de nos alimentarmos, quantas necessidades de estarmos mais uma vez na comunhão, na colegialidade.

Rezamos juntos e juntos celebramos o mistério da fé, juntos estivemos a escuta da Palavra de Deus, juntos escutamos e nos colocamos a disposição, juntos nos ouvimos e começamos a perceber as Graças e as belezas das nossas Igrejas particulares. Foi uma graça, um banquete. Um banquete que completa 70 anos”.

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