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Erik Cardoso: a força da fé de um atleta

Conheça a trajetória de Erik Cardoso, o jovem que correu atrás de seus sonhos e agora representa o Brasil nas Olimpíadas de Paris.

Escrito por Alessandro Cardoso

02 AGO 2024 - 08H00 (Atualizada em 02 AGO 2024 - 14H11)

WAGNER CARMO - CBAt

As Olimpíadas de Paris estão a todo vapor, proporcionando momentos emocionantes por meio dos milhares de atletas que competem em dezenas de modalidades. Nosso Brasil segue muito bem representado e neste sábado, 3 de agosto, vamos torcer pelo paulista Erik Cardoso, que corre, literalmente, em busca de uma medalha. Leia MaisConheça a ginasta Babi Domingos e sua história de fé

Erik nasceu em Piracicaba, no interior de São Paulo, em março de 2000. Ele costuma contar que foi uma criança muito hiperativa e, mesmo nas Santas Missas, não parava quieto. Por causa disso, sua professora de educação física o incentivou a treinar no atletismo.

“Ela viu em mim um talento, falou ‘um garoto com um corpo um pouco mais fortinho’, e me incentivou a começar a treinar. Então foi assim que comecei”, recordou Erik.

Correndo para um futuro promissor

O interior ficou pequeno para o talento do jovem velocista e, com apenas 17 anos, se mudou sozinho para a Grande São Paulo, onde encontrou abrigo na casa de seus treinadores, Darci e Rosana, na cidade de Santo André (SP).

Deus e a Virgem Santíssima sempre guiaram meu caminho da melhor forma possível, e colocaram pessoas assim na minha vida para tornarem os sonhos realidade, para que eu conseguisse, graças a Deus, ser o atleta que sou hoje. Sou muito grato a Deus por ter colocado o Darci e a Rosana no meu caminho. Como nossos treinadores, eles sempre querem ver o nosso melhor, querem que a gente dê bons resultados. Mas, muito mais do que isso, eles querem que sejamos pessoas do bem, sempre se aprofundar nos estudos, na fé, eles valorizam bastante isso”.

Treinando o corpo e o espírito

A relação de familiaridade entre Erik, Darci e Rosana é tão concreta que o atleta é padrinho de crisma dos filhos dos treinadores. Se por um lado, como treinador técnico, Darci treina Erik na pista de corrida, Erik, como padrinho, treina os filhos de Darci na “pista da fé”.

Arquivo pessoal Erik Cardoso
Arquivo pessoal Erik Cardoso
Erik em uma visita ao Santuário Nacional


A força da fé de Erik se reflete em um gesto muito particular do atleta. Na pista de carvão do SESI de Santo André, antes de alguns treinos, ele escreve frases no chão da pista como forma de se desafiar e se superar.

“Às vezes estou no meio do treino, meio cansado, aí escrevo no chão, por exemplo, eu quero correr 9,92s, eu escrevo no chão ‘9,92’, daí eu escrevo ‘Deus e Maria na frente sempre’, ‘vem Espírito Santo’”.

Joelhos no chão para quebrar recordes 

Erik foi o primeiro velocista brasileiro a quebrar o recorde de 10 segundos nos 100m rasos, conquistado por Robson Caetano em 1988. No sul-americano, em julho de 2023, ele alcançou a marca de 9,97s. Entretanto, seu recorde já foi quebrado pelo seu colega de apartamento, Felipe Bardi, que fez 9,96s no Troféu Bandeirantes.

“Minha relação com Felipe Bardi é incrível, ele é como se fosse um irmãozão para mim. Nós moramos juntos, treinamos juntos em Santo André e ele é meu amigão (...) já com o Robson... eu o vejo em competições de nível nacional, em algum evento, mas ele sempre torceu por mim e por todos os atletas brasileiros.”

Ainda sobre o recorde quebrado, Erik disse que antes da prova pedia muito pela intercessão da Virgem Maria, de São Judas Tadeu, de São Padre Pio, e rezou uma novena de Santa Teresinha, para que conseguisse a classificação, mas não pedia para quebrar o recorde, e sim para que fosse feita a vontade de Deus. Com o resultado histórico, o atleta sentiu apenas gratidão.

“A sensação que eu tive logo após a prova, de como eu lidei com o recorde, foi isso, querendo agradecer e muito feliz pela graça que recebi naquele momento”.

Inspiração dentro e fora das pistas

Sair de sua cidade, ser padrinho de crisma dos filhos dos treinadores, escrever no chão da pista, pedir a intercessão dos santos são exemplos de como a fé de Erik contribuiu para que ele alcançasse resultados tão merecidos.

“Acredito, firmemente, que as minhas medalhas são a soma dos meus esforços e da minha fé; primeiramente pela permissão de Deus. Eu sempre rezo e peço para Deus me ajudar, me abençoar nos meus treinos e nas competições (...). Dentro do esporte é complicado porque, às vezes, você não tem o resultado que você almeja. Você fica meses, até anos esperando por um resultado e o resultado não chega. E o que vai dando força é a nossa fé, a fé que a gente tem em Deus e em Nossa Senhora. A fé que a gente tem na vida dos santos, que a gente vê o quanto eles sofreram e isso, com certeza, vai nos inspirando”.

A força da fé

A fé de Erik Cardoso é tão forte que o atleta nos testemunhou um acontecimento um tanto sobrenatural, mas que ele considera um “sinal” da intercessão de Nossa Senhora e da presença de Deus em sua vida, principalmente nos momentos difíceis.

“Quando eu quebrei a mão, às vésperas dos jogos pan-americanos, foi em novembro, mês de Nossa Senhora das Graças. Eu rezava o terço pedindo para Nossa Senhora fazer a vontade Dela e de Deus e, se fosse da vontade deles, que eu pudesse competir. Uma semana antes do campeonato, me recuperando da cirurgia na mão, eu voltei a treinar e treinei muito mal. Estava triste indo embora, pensativo e, então, numa arvorezinha na calçada da rua de casa, quando eu olhei, tinha um terço. Eu pensei ‘meu Deus, Nossa Senhora tá comigo’. Eu não peguei o terço da árvore, deixei lá. Mas assim que cheguei a casa, rezei o terço com mais fervor ainda e depois de uma semana do início dos jogos pan-americanos, eu fui lá, competi com a mão em recuperação da cirurgia e ganhei os jogos pan-americanos. E isso foi só por Deus e pela intercessão da Santa Virgem”.

WAGNER CARMO - CBAt (3)
WAGNER CARMO - CBAt (3)


Buscar a perfeição nas pistas e a santidade na Igreja

Exemplo de atleta disciplinado, Erik também procura ser um bom exemplo de cristão, cumpre o preceito da missa dominical e solenidades, faz suas orações diárias, reza o terço, se confessa... ainda assim, mesmo com os “treinos espirituais”, o velocista afirmou:

“Não que eu esteja bem, pois o que eu mais preciso é melhorar e ‘tomar vergonha na cara’, mas se não fosse tudo isso, realmente não sei o que seria de mim. (...) Mas, com certeza, se você pegar sua tarefa diária, seu trabalho, seus problemas, as cruzes, as tribulações e transformar essas coisas do dia a dia em amor a Cristo, por amor a Cristo, com certeza isso é de muita importância“.

Expectativas para Paris 2024

Finalmente, sobre suas expectativas para as Olimpíadas de Paris, Erik espera entregar um bom resultado nos 100m e melhorar sua própria marca pessoal. Já no revezamento, pretende conseguir uma final olímpica e brigar por uma medalha.

“Estes são os objetivos, mas dentro do esporte nem sempre é como a gente planeja. Isso que é o legal do esporte – a gente espera uma coisa e acontece outra. Às vezes a gente espera algo pior e acontece algo melhor ainda. Se for da vontade de Deus, vamos para cima disso: melhorar a marca pessoal e buscar uma final no revezamento”.

Que a trajetória de Erik Cardoso sirva de exemplo para que nós também tenhamos uma fé fortalecida em Deus para corrermos atrás de nossos objetivos, contando sempre com a permissão Dele. E que Nossa Senhora Aparecida guie os passos do jovem Erik durante este e os demais jogos e competições que virão em sua carreira.

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